null Alunos de Engenharia ensinam a fazer compostagem com resíduos orgânicos

Seg, 30 Maio 2022 14:00

Alunos de Engenharia ensinam a fazer compostagem com resíduos orgânicos

Iniciativa faz parte da disciplina “Experimentação e Desafios em Engenharia”, ofertada no 1º semestre dos cursos de engenharias


Thamirys Gomes, Thiago Angelim e Sérgio Matheus, alunos de Engenharia da Computação, fizeram a composteira como atividade complementar na Unifor (Foto: Cintia Martins)
Thamirys Gomes, Thiago Angelim e Sérgio Matheus, alunos de Engenharia da Computação, fizeram a composteira como atividade complementar na Unifor (Foto: Cintia Martins)

Os resíduos orgânicos, como restos de alimentos crus ou preparados, epresentam 50% dos resíduos urbanos no Brasil, segundo dados do Ministério do Meio Ambiente. Em geral, eles tem um destino certo: o aterro sanitário. No entanto, uma alternativa ao descarte em lixos que vem ganhando destaque é a compostagem, método de transformação desses restos em adubos, que pode  diminuir a quantidade descartada.

“As composteiras visam aproveitar os resíduos orgânicos gerados em casa, os destinando para fim mais adequado, e com isso diminuindo a quantidade de lixo destinado ao aterro sanitário”, define Oyrton Azevedo, professor do Centro de Ciências de Tecnologia (CCT) da Universidade de Fortaleza, instituição de ensino da Fundação Edson Queiroz. Dessa forma, a composteira se torna uma solução sustentável, simples e barata para dar destino correto aos resíduos orgânicos, ajudando a evitar a contaminação do solo e do lençol freático, além de problemas com odores e infestação de vetores. 

Meio ambiente em pauta 

Na Unifor, a criação das composteiras, assim como outros projetos desenvolvidos em sala de aula, é importante por envolver os alunos na elaboração e execução de um projeto tecnológico com viés socioambiental. “Há ainda o relacionamento com as comunidades e ações ambientais, isso porque, obrigatoriamente, um dos desafios na solução do problema dado na disciplina é a melhoria do bem-estar social e ambiental”, destaca o professor.


Professor Oyrton Azevedo (Foto: Ares Soares)

Conforme Oyrton, a criação do projeto para construir composteiras e biodigestores inovadores faz parte do plano de ensino da disciplina “Experimentação e Desafios em Engenharia”, ofertada no 1º semestre para todos os cursos de engenharia da Universidade: Civil, Elétrica, Mecânica, Computação e Produção

Além de executar o projeto ao longo do semestre, cada equipe de aluno precisa entregar e apresentar os produtos do projeto com cartilha de elaboração, vídeos explicativos e protótipo durante o “Dia T”, evento semestral que visa apresentar, para a comunidade acadêmica e o público, trabalhos inovadores desenvolvidos pelos alunos ao longo do semestre. 

Passo a passo

Alguns elementos são essencias para a criação da composteira: nitrogênio, oriundo dos restos de comida; carbono, disponível nas serragens, palhas e galhos secos; umidade da água; e ventilação no conjunto do composto. Nesse sentido, os alunos Thamirys Gomes, Thiago Angelim, Sérgio Matheus, Sandra Diógenes e Rafael Martins, do curso de Engenharia da Computação, deram início ao processo de confecção da própria composteira, utilizando baldes de polpa de 18 litros. 

Quer montar sua própria composteira? Veja um vídeo explicativo elaborado pelos alunos:

 

Contudo, a depender da quantidade de pessoas em uma residência, assim como a quantidade de lixo gerado, pode ser utilizado até uma garrada pet ou pote de sorvete. “Antes de iniciar, resolvemos pintar os baldes, e cortar o meio de duas das três tampas que usamos no processo, deixando um espaço de uns três centímetros em cada tampa. Fizemos furos nas laterais próximo às tampas para o ar poder circular. Em seguida, organizamos a compostagem. O último balde sempre fica fixo no mesmo lugar, e é onde está sendo armazenado o chorume - utilizado posteriormente como adubo -, líquido que vai escorrer dos dois baldes de cima. Em uma semana já vimos resultados”, detalha Thamirys Gomes. 

De acordo com Thamirys, nos dois baldes de cima, onde ficam os compostos, eles usaram uma das técnicas que aprenderam em sala de aula, apelidada de “método sanduíche”: “Basicamente usamos uma camada de terra e minhoca, com uma camada de matéria orgânica até encher o balde. Aprendemos que dessa forma a gente não precisa ficar mexendo cada vez que for preciso colocar mais matéria orgânica nos baldes”, detalha a estudante.

Composteira orgânica feita pelos alunos da Unifor (Foto: Cintia Martins)

Destaca-se que nem todo categoria de material orgânica deve ser colocado nos baldes, visto que alguns alimentos, como frutas cítricas fazem mal para as minhocas. “Utilizamos frutas e legumes com somadas à terra e às minhocas. Demos preferências a esses alimentos de modo a evitar mau cheiro, assim como facilitar a ingestão pelas minhocas”, explica Thiago Angelim.

Mas, afinal, o que pode ser compostado? As opções são várias: cascas de ovos, frutas, erva-mate, podas de jardim, legumes frutas, papel, cinzas, alimentos cozidos, carne e ossos, limão, papel higiênico, bituca e cigarros, além de óleos e gorduras. 

Dia T

O projeto das composteiras e biodigestores inovadores é um dos protótipos que serão apresentados na 12º edição do “Dia T”, evento do CCT, que será realizado no dia 3 de junho, das 8h às 12h, no hall do Bloco D.  A mostra tecnológica reúne diversos projetos que englobam inovação tecnológica, sustentabilidade e transdisciplinaridade, a fim de alinhar teoria e prática e promover a integração entre os cursos. 

Processo seletivo 2022.2

A Universidade de Fortaleza está com inscrições abertas para o processo seletivo 2022.2. Ele está disponível nas seguintes modalidades: vestibular presencial, nota do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), nota de processos seletivos anteriores da Unifor, transferência e segunda graduação. Estarão em oferta cursos de bacharelado e graduação tecnológica.

Serviço

Dia T 
Data: 3 de junho de 2022, sexta-feira
Horário: 8h às 12h
Local: Hall do Bloco D
Aberto ao público
Mais informações: (85) 3477.3261