Do desafio à solução: Eco-Inovação e Governança Colaborativa no Complexo Industrial e Portuário do Pecém

A eco-inovação tem emergido como um motor vital para o desenvolvimento sustentável em um mundo cada vez mais consciente dos desafios ambientais. No contexto do Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP), a integração da eco-inovação com práticas de governança colaborativa se apresenta como uma solução promissora para enfrentar questões socioambientais.

Este artigo explora as descobertas de uma pesquisa recente que investiga a relação entre eco-inovação e governança colaborativa no CIPP, oferecendo insights valiosos para gestores, acadêmicos e formuladores de políticas.

O CIPP, localizado na região metropolitana de Fortaleza, é uma das zonas industriais mais importantes do Brasil, abrigando setores como siderurgia, petroquímica e geração de energia. A governança colaborativa no CIPP, especialmente com a retomada do Pacto pelo Pecém, busca envolver diversos stakeholders para promover um desenvolvimento sustentável e integrado da região.

Eco-Inovação: Conceito e Importância

Eco-inovação refere-se à produção, assimilação ou exploração de produtos, processos de produção, serviços, gestão ou métodos de negócio que são novos para a empresa e resultam em reduções significativas de riscos ambientais, poluição e outros impactos negativos ao longo do ciclo de vida dos produtos (Kemp & Pearson, 2007). Essa abordagem não apenas beneficia o meio ambiente, mas também pode melhorar a eficiência e competitividade das empresas (Carrillo-Hermosilla et al., 2010).

Governança Colaborativa no CIPP

A governança colaborativa no CIPP envolve a participação ativa de empresas, governo, academia e sociedade civil em fóruns coletivos para a tomada de decisões baseadas no consenso. Esse modelo de governança busca superar as limitações das abordagens tradicionais, promovendo uma gestão mais integrada e participativa das questões ambientais e socioeconômicas (Ansell & Gash, 2007).

Principais Descobertas da Pesquisa

1. Determinantes e Barreiras para a Eco-Inovação

A pesquisa identificou que os principais determinantes para a eco-inovação no CIPP são fatores externos, como pressões do mercado e regulamentações ambientais. As barreiras incluem desafios técnicos, financeiros, sociais e de governança, que precisam ser superados para uma implementação eficaz de práticas eco-inovadoras (Menezes, 2023).

2. Influência da Governança Colaborativa

A governança colaborativa tem mostrado um impacto positivo na promoção de eco-inovações no CIPP. A liderança facilitadora, representada pela Associação das Empresas do CIPP (AECIPP), e a estrutura institucional ainda em desenvolvimento são elementos cruciais para o sucesso dessa abordagem. A cooperação entre os stakeholders, embora desafiadora, é essencial para alcançar resultados significativos (Menezes, 2023).

3. Exemplos de Eco-Inovações no CIPP

O CIPP tem se destacado na adoção de eco-inovações em diversas áreas, incluindo a produção de hidrogênio verde. Essas inovações demonstram o potencial da região em liderar iniciativas sustentáveis, servindo de modelo para outras zonas industriais (Menezes, 2023).

A pesquisa sobre a relação entre eco-inovação e governança colaborativa no CIPP revela a importância de uma abordagem integrada para enfrentar os desafios ambientais e socioeconômicos.

A governança colaborativa emerge como uma ferramenta poderosa para promover a eco-inovação, proporcionando um caminho sustentável para o desenvolvimento industrial. As lições aprendidas no CIPP podem ser aplicadas em outras regiões, contribuindo para a construção de um futuro mais sustentável.

Texto por Bárbara de Menezes, professora do curso de Administração da Universidade de Fortaleza