O que você faria se acreditasse em você?

Alguém lhe faz um elogio e você pensa: "Essa pessoa não tem ideia do que está falando". Por sinal, você não sabe nem como responder a elogios. Você precisa entregar um trabalho muito importante, que você ansiava pela chance de fazer, e não consegue nem começar. E, o tempo todo, em todos os locais, há uma sensação de que alguém vai descobrir que você estava enganando todo mundo. Na verdade, você é uma farsa.

Se identificou com as situações do parágrafo anterior? Então, preste atenção nos próximos, porque vamos discutir a Síndrome do Impostor e trazer três pontos importantes sobre ela.

Primeiro: a Síndrome do Impostor é real e generalizada. A pessoa do seu lado pode estar se sentindo exatamente da mesma forma. Ela acomete mais mulheres do que homens, mas está identificada em todos os gêneros. O termo foi cunhado em 1978, em um estudo das psicólogas Pauline Clance e Suzanne Imes. Refere-se à sensação de que todo sucesso alcançado não se deve por merecimento, e sim por fatores como acaso, sorte, enganação ou charme.

O conceito é antigo, mas as novas gerações são bem íntimas dele. Uma pesquisa da marca de beleza Lancôme e da IPSOS, em 2023, demonstrou que os jovens da Geração Z sofrem três vezes mais de Síndrome do Impostor do que a geração Y. Três vezes mais. E o que isso quer dizer?

Isso nos leva ao segundo fator importante: a Síndrome do Impostor é muito prejudicial ao desempenho profissional. Ela gera o que são chamadas crenças autolimitadoras, que são crenças disfuncionais que restringem nossa capacidade. É o que nos leva a não entrar numa seleção, a não tentar a promoção, a não apresentar a ideia, a não abrir o negócio, a não vender o produto. Ela nos limita, nos amarra, nos detém.

Mas o último fator importante é que: a Síndrome do Impostor é superável. E como? A resposta clássica é terapia para entender e atacar essas inseguranças. Além disso, no entanto, tem uma série de hábitos que podem ajudar a não ficar na paralisia dela. Ter uma mentoria e rede de apoio é um deles. A mentoria dá acesso a um profissional mais experiente que você, com quem é possível compartilhar situações e dúvidas de forma segura. Ter uma rede significa dividir seus momentos de insegurança, suas frustrações e as ferramentas que cada um usa para superá-las.

Nós somos seres sociais e temos capacidade infinita de nos conectarmos. Ter uma convivência que nos proporcione suporte emocional, encorajamento e segurança é um hábito poderoso para manter equilíbrio entre vida pessoal e profissional com saúde mental. Estar em um ambiente onde vão te desmascarar a qualquer momento? Ou em um local onde as pessoas acreditam em você? Já pensou? E o que você faria se você acreditasse em você?

Texto pela professora Eugênia Cabral, docente dos cursos de Graduação, Especialização e Extensão em Marketing da Unifor