Simpósio na Unifor amplia debate sobre cranioestenose e aproxima profissionais e famílias

seg, 24 novembro 2025 10:04

Simpósio na Unifor amplia debate sobre cranioestenose e aproxima profissionais e famílias

O momento aconteceu no auditório H85 e conectou profissionais nacionais e internacionais acerca do tema.


Profissionais e famílias se reuniram com o intuito de debater a cranioestenose. Foto: Ares Soares
Profissionais e famílias se reuniram com o intuito de debater a cranioestenose. Foto: Ares Soares

Com presenças de profissionais de saúde, acadêmicos de Medicina e famílias, a Universidade de Fortaleza, instituição vinculada à Fundação Edson Queiroz, recebeu, no sábado (22), o I Simpósio de Cranioestenose e Cirurgia Craniofacial. O encontro teve o objetivo de promover um debate sobre a conscientização acerca dessa condição congênita, caracterizada pelo fechamento prematuro de uma ou mais suturas cranianas — articulações fibrosas entre os ossos do crânio de um bebê.

O professor de Medicina da Unifor e neurocirurgião pediátrico Eduardo Jucá, atual presidente da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia Pediátrica (biênio 2024-2025), destacou que o simpósio acontece principalmente para ampliar o conhecimento sobre a cranioestenose e favorecer o diagnóstico precoce.

“É fundamental, porque, se você imaginar que, no primeiro ano de vida, o cérebro expande mais rápido, ele precisa ter espaço. E, com a cranioestenose, esse espaço fica comprometido, em razão do fechamento das suturas cranianas. Então, o diagnóstico precoce possibilita o tratamento rápido e que a criança tenha a possibilidade de alcançar seu pleno desenvolvimento neurológico. Uma correção tardia acontece quando esse prejuízo cerebral já ocorreu”, explica.

Natália Jereissati e Igor Macêdo são pais de João, hoje com oito anos, diagnosticado ainda recém-nascido com a síndrome de Apert. Nesse período, a criança precisou passar por procedimentos cirúrgicos que reduzissem a pressão craniana.

Para Natália, é de extrema importância que as famílias possam expor suas dores e relatar a dificuldade de chegar às informações corretas sobre a condição. “A gente entendeu que é muito poderoso esse encontro das famílias com os médicos.” O esposo dela, Igor Cunha, ressaltou que, ao receberem o diagnóstico, foi um período de muitas dúvidas.

“A nossa jornada foi um período de angústia e hoje é um momento de muita felicidade ao ver que o João conseguiu superar a síndrome. Hoje, falamos que é apenas um detalhe na vida dele, e isso nos motiva a estar aqui, ajudar e proporcionar o mesmo a outras famílias”, destacou.

A programação contou ainda com a contribuição internacional do médico Mark Proctor, do Boston Children’s Hospital & Harvard University, e da doutora Michele Brandão, da Universidade de São Paulo – Bauru, que participaram de forma on-line, além da doutora Simone Rogério, do Hospital Santa Casa do Pará.

O acadêmico de Medicina da Unifor, Matheus Oliveira, ressaltou que é uma experiência enriquecedora para todos os estudantes e profissionais de saúde envolvidos. “A cranioestenose é uma doença muito prevalente na cirurgia pediátrica e é algo que precisa vir à tona e ser debatido. Para mim, é muito gratificante estar aqui ao lado de grandes profissionais”, finalizou.


Esta notícia está alinhada aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 da ONU, contribuindo especialmente para o alcance dos ODS 3 – Saúde e Bem-Estar, ODS 4 – Educação de Qualidade, ODS 10 – Redução das Desigualdades e ODS 17 – Parcerias e Meios de Implementação.

Ao promover um simpósio voltado à conscientização sobre cranioestenose, condição congênita rara que exige diagnóstico e tratamento precoces, a Universidade de Fortaleza reforça seu compromisso com a promoção da saúde e com a ampliação do acesso a informações qualificadas para famílias e profissionais. A iniciativa também fortalece a formação acadêmica e a atualização científica de estudantes e especialistas, estimulando práticas de cuidado multidisciplinar e a troca de experiências entre instituições nacionais e internacionais, contribuindo para reduzir desigualdades no acesso ao diagnóstico e ao tratamento, além de consolidar parcerias que impulsionam a pesquisa e a assistência especializada.