O que faz um cientista da computação? Confira as possibilidades de atuação
O profissional de ciência da computação projeta, implementa e otimiza sistemas tecnológicos, atuando em áreas como desenvolvimento de software, inteligência artificial e cibersegurança
Impulsionada pelas mudanças tecnológicas que estão a cada dia mais presentes na rotina da população, a ciência da computação continua em alta. Segundo dados da Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação e de Tecnologias Digitais (Brasscom) , a expectativa é de que haja quase 800 mil vagas de trabalho no setor em todo o país até o ano de 2025.
Vantagens como trabalho remoto e bons salários ampliam o interesse pela área, porém a mão de obra qualificada ainda é uma dificuldade enfrentada pelo setor. Há poucos profissionais realmente preparados disponíveis no mercado, realidade que abre portas para quem deseja ingressar em um curso superior e se qualificar na área.
Conhecendo a área
O trabalho de um cientista da computação envolve a concepção, o desenvolvimento, a implementação e o gerenciamento de sistemas computacionais. Isso inclui desde a criação de algoritmos eficientes, programação de software, análise de grandes volumes de dados até a manutenção de infraestrutura de redes e sistemas de segurança.
Ítalo Salomão, coordenador do curso de Ciência da Computação da Universidade de Fortaleza — instituição da Fundação Edson Queiroz —, ressalta que a profissão exige habilidades técnicas, pensamento crítico e capacidade de resolver problemas complexos de maneira inovadora. “O estudante precisa de uma base sólida em algoritmos, programação, redes e segurança da informação”, complementa.
“O curso de Ciências da Computação da Unifor prepara os alunos para o mercado de trabalho por meio de uma abordagem prática e atualizada. O currículo é constantemente revisado para incluir as mais recentes tendências tecnológicas e demandas do mercado. Além disso, oferecemos laboratórios modernos, estágios em empresas parceiras e projetos integradores que permitem aos alunos aplicar seus conhecimentos em situações reais. Também promovemos eventos como palestras, workshops e hackathons para incentivar a inovação e o networking” — Ítalo Salomão, coordenador do curso de Ciência da Computação da Unifor
Onde atuar?
Muitas das áreas da ciência da computação estão em alta, principalmente devido ao aumento da demanda por soluções digitais. Conheça algumas delas:
- Analista de requisitos
Responsável por entender as necessidades dos clientes e modelar de maneira clara para a equipe de desenvolvimento, garantindo que o produto final atenda às expectativas. É ainda responsável por elencar os requisitos funcionais e não-funcionais do sistemas.
- Analista de
qualidade
Encarregado de garantir que produtos e serviços atendam aos padrões de qualidade estabelecidos, buscando a excelência e a satisfação do cliente.
- Analista de teste
Garante que um sistema atenda aos requisitos funcionais e não-funcionais conforme o esperado, buscando identificar erros por meio de uma série de técnicas de testes manuais e automatizados.
- Profissional de UI/UX
Responsável por desenvolver interfaces intuitivas e agradáveis, esse profissional planeja interações, garantindo uma experiência positiva para o usuário ao interagir com produtos digitais.
- Gerente de projetos
Planeja, organiza e lidera equipes visando entregar um produto, com atenção ao escopo definido.
-
Analista/desenvolvedor de software
Cria e mantém sistemas e aplicações de computador. Também trabalha com linguagens de programação e frameworks para desenvolver soluções.
- Cientista de
dados
Analisa grandes volumes de dados para extrair insights valiosos, utilizando técnicas de estatística, aprendizado de máquina e visualização de dados para apoiar a tomada de decisões.
-
Engenheiro de redes
Projeta, implementa e gerencia redes de computadores. Esse profissional garante a segurança, a eficiência e a escalabilidade das redes para suportar as operações de organizações.
-
Analista de segurança da informação
Protege sistemas e dados contra ameaças cibernéticas, além de implementar políticas de segurança, realizar auditorias e responder a incidentes de segurança.
- Engenheiro
de machine learning
Desenvolve modelos e algoritmos de aprendizado de máquina, aplicando essas técnicas em áreas como reconhecimento de imagem, processamento de linguagem natural e sistemas de recomendação.
Experiência internacional sem sair de casa
Ísis Benatti, egressa do curso de Ciência da Computação da Unifor, já passou por experiências nas áreas de design e programação, mas foi na gerência de projetos que se encontrou profissionalmente. Recentemente, ela foi selecionada para atuar como assistente de projetos na Settee , uma consultoria sediada nos Estados Unidos com foco em estratégias de internacionalização para pessoas e empresas.
Entre as funções que vai desempenhar no cargo estão: lidar com documentações, automatização de processos, gerenciamento, realocação e definição de funções nos projetos. “Estou gostando bastante da parte de automatização de processos, pois existem muitas ferramentas incríveis no mercado que auxiliam e facilitam o trabalho”, compartilha Ísis.
A vaga para a qual foi selecionada é remota, o que contribui com os planos de vida da jovem. “Tenho o sonho de conhecer o mundo e vejo no trabalho remoto a possibilidade de viabilizar este projeto”, sinaliza. Para ela, o modelo de trabalho a distância tem muitas vantagens: economia de tempo, possibilidade de atuação em empresas internacionais e remuneração em euro ou dólar.
“Nossa formação oferece um vasto
campo de atuação. Mesmo como programadores, podemos fazer coisas
para diversas áreas diferentes e, assim, contribuir com avanços
tecnológicos” — Ísis Benatti, egressa do
curso de Ciência da Computação da Unifor
Segundo a cientista da computação, a principal habilidade para trabalhar com gerência de projetos é a organização. Ser autodidata, estar aberto a novos conhecimentos e aprender a lidar com pessoas também são pontos fundamentais explorados durante a graduação.
“A Unifor me trouxe a experiência completa de uma universidade: o estágio que fiz lá, os projetos com professores, as atividades extracurriculares, as palestras, a possibilidade de intercâmbio e, principalmente, a qualidade de ensino”, relata a egressa.
Tendo vivenciado diferentes áreas até encontrar o que realmente gosta de fazer, Ísis sabe que muitas pessoas podem passar por momentos de incerteza. Por isso, aconselha: “A vida não é uma corrida, então tomar seu próprio tempo e mudar de ideia várias vezes durante o processo pode ser melhor do que seguir a fórmula padrão”.
Transformando dados em decisões estratégicas
O fascínio por tecnologia e matemática, juntamente com a perspectiva promissora do mercado de trabalho, foram os elementos que influenciaram Leonardo Quezado de Meneses a entrar no mundo da Tecnologia da Informação (TI). Ele é egresso do curso de Ciência da Computação da Unifor.
O jovem começou a trajetória profissional como programador júnior no Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região (TRT-CE) , onde trabalhou com bancos de dados, sustentação de sistemas e resolução de bugs . Durante esse período, foi selecionado para uma bolsa de extensão na Universidade, o que o aproximou do meio acadêmico.
Ele também participou do programa Cientista Chefe do IPTU de Fortaleza. Atualmente, é analista de dados no projeto Cientista Chefe de Resíduos Sólidos do estado do Ceará, vinculado ao Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia (IFCE).
“A tecnologia da informação está
presente em todas as áreas, como saúde, educação e tecnologia.
Com a rápida evolução do mundo, especialmente com o avanço da
inteligência artificial, estar na área de TI é uma escolha
inteligente, pois estamos no centro dessa transformação global”
— Leonardo Quezado, egresso do curso de
Ciência da Computação da Unifor
Na rotina de trabalho, Leonardo analisa dados para extrair insights que orientem decisões estratégicas, especialmente no gerenciamento e manejo de resíduos sólidos. Para isso, trabalha com ferramentas de análise de dados, programação e machine learning para resolver problemas complexos. “Gosto de converter dados difíceis de entender em relatórios e gráficos de fácil compreensão”, declara.
Segundo ele, para atuar na área de ciência de dados, seja no meio acadêmico ou no mercado, é essencial ter habilidades em programação, estatística e análise de dados. Ele afirma, inclusive, que garantir a integridade e consistência dos dados é o ponto mais importante do trabalho que desempenha, uma vez que esta garantia é crucial para análises confiáveis.
Durante o período da graduação na Unifor, o jovem atuou como presidente do Centro Acadêmico do curso e participou de projetos de pesquisa que, além de contribuírem para o desenvolvimento de habilidades profissionais, alimentaram a apreciação pelo ensino. Com uma pesquisa que visa auxiliar pessoas com deficiência visual, Leonardo tem o sonho de ingressar no mestrado e no doutorado.
“Hoje em dia, muitos profissionais da área seguem com grande ambição para o mercado, e vemos poucos interessados na academia. É importante lembrar que grandes revoluções tecnológicas também surgiram da pesquisa e da ciência, e cultivar essa paixão pela academia pode levar a inovações significativas no futuro”, analisa.