seg, 6 maio 2019 14:47
Universidade de Fortaleza realiza projeto para tratamento da sífilis em mulheres não grávidas
A iniciativa consiste em um ensaio clínico fase dois para testar a eficácia da cefixima

A Universidade de Fortaleza realiza projeto, em ensaio clínico fase dois, para testar a eficácia da cefixima para o tratamento de sífilis em mulheres não grávidas. A iniciativa é resultado da parceria realizada entre a Universidade de Fortaleza, a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Ministério da Saúde (MS), juntamente com as universidades: Universidade Federal de Pelotas (RS), Universidade Federal do Espírito Santo (ES), Universidade Federal do Ceará (UFC).
A Cefixima é uma droga aprovada nos Estados Unidos e eficaz no tratamento da gonorreia, outra infecção sexualmente transmissível. Pretende-se que, conforme seja comprovada a sua eficácia para a sífilis, posteriormente seja desenvolvido outro projeto para testá-la em mulheres grávidas. O objetivo, a longo prazo, é a prevenção da sífilis da mãe para o bebê, denominada sífilis congênita.
O projeto tem financiamento da OMS, MS do Brasil e é coordenado pela professora Maria Alix Leite Araujo, pertencente ao programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva. A professora comenta que a importância do projeto reside na possibilidade de garantir o tratamento de pessoas com sífilis, especialmente durante o período de escassez de penicilina benzatina. “Vivemos um problema grave nos últimos anos, especialmente de 2014 e 2015 com a falta da penicilina benzatina, atualmente a única droga eficaz na prevenção na transmissão da sífilis da mãe para o bebê, pois é a única que atravessa a barreira transplacentária”, explica Alix.
“Uma vez que consigamos comprovar que a cefixima é realmente eficaz no tratamento da sífilis, podemos tê-la como alternativa diante de nova e possível escassez de penicilina. Reafirmo que o nosso objetivo final é a prevenção da transmissão da sífilis da mãe para o bebê ”, ressalta a professora. O projeto recebeu aprovação pela Comissão de Pesquisa da Organização Mundial da Saúde e pelo Comitê de Ética da Organização Mundial da Saúde.
A previsão para iniciar o recrutamento das pacientes será em julho deste ano. O projeto também servirá como tese de doutorado da médica e aluna de Pós-Graduação em Saúde Coletiva, Fabiola Costa. Na OMS, o projeto é coordenado pelas doutoras Natali Broutet, Edna Kara e Melany Taylor.