Exposição “Lixúria” estreia na Unifor e gera reflexão sobre hábitos de consumo e descarte

ter, 23 setembro 2025 15:50

Exposição “Lixúria” estreia na Unifor e gera reflexão sobre hábitos de consumo e descarte

Com foco no público infantojuvenil, a mostra foi visitada pelas escolas Yolanda Queiroz e Mariano Martins. Exposição segue aberta ao público até a próxima segunda-feira (29)


Com curadoria do artista Marcello Dantas,
Com curadoria do artista Marcello Dantas, "Lixúria" une arte e educação ambiental em uma jornada sensorial (Foto: Ares Soares)

A Universidade de Fortaleza — instituição da Fundação Edson Queiroz — recebeu nesta terça-feira (23) o primeiro dia da exposição "Lixúria", nova temporada do projeto itinerante Busão das Artes. A abertura da mostra, aberta ao público até a próxima segunda-feira (29), foi marcada pela presença do reitor da Unifor, Randal Martins Pompeu, e do chefe da Divisão de Arte e Cultura, Thiago Braga, além de visitas especiais de alunos da Escola Yolanda Queiroz e da Escola Mariano Martins.

Transformado em museu sobre rodas, o caminhão-baú de 15 metros estacionado na Praça Central Unifor se converte em um espaço expositivo que reflete sobre sociedade, consumo e meio ambiente. Com curadoria de Marcello Dantas, "Lixúria" une arte e educação ambiental em uma jornada sensorial que instiga o público a repensar hábitos de descarte e reutilização criativa.

A presença da mostra "Lixúria" na Unifor se dá por meio da Vice-Reitoria de Extensão e Comunidade Universitária (Virex). Com entrada gratuita, a exposição fica aberta ao público das 8h às 20h30, de segunda a sexta, e das 9h30 às 17h30, no sábado.


Da esquerda para a direita, Fabio Vasconcelos (produtor local), professor Randal Martins Pompeu (reitor da Unifor) e professor Thiago Braga (chefe da Divisão de Arte e Cultura da Unifor)

Logo no primeiro dia, estudantes das escolas convidadas tiveram a oportunidade de vivenciar a experiência interativa, explorando ambientes interno e externo do caminhão. Para muitos, o contato com as obras foi também uma introdução prática ao diálogo entre arte contemporânea e sustentabilidade, fortalecendo a dimensão educativa da iniciativa.

Para a professora Maria Eurides Bezerra, da Escola Yolanda Queiroz, a mostra desperta reflexões profundas. “Tudo começa pela consciência: nada é realmente jogado fora. Quando descartamos algo, esse material vai parar em algum lugar, muitas vezes inadequado. A exposição mostra que o lixo pode se transformar em luxo, em arte, em reflexão. Isso inspira professores e alunos a repensarem seus hábitos e a manterem o ambiente mais harmonioso, destacou.

Já o professor Andre Cyrino, da Escola Mariano Martins, ressaltou o impacto da vivência no aprendizado dos alunos. “Acreditamos que experiências culturais ampliam tanto a vida quanto a formação acadêmica dos nossos alunos. Aqui na Unifor, eles puderam refletir sobre o conceito de arte ao se depararem com obras feitas a partir de resíduos. Desde a chegada, já discutiam o que poderia ou não ser considerado arte", afirmou.


Alunos da Escola Mariano Martins (Foto: Ares Soares)

Sobre a exposição "Lixúria"

A exposição reúne trabalhos de artistas como Vik Muniz, Sueli Isaka, Guto Lacaz, Sandra Lapage, Janaina Mello Landini e Alexandre Farto (Vhils). Entre os destaques está a obra Marat (Sebastião), da série Pictures of Garbage, de Vik Muniz, e instalações que utilizam resíduos reaproveitados em criações visuais, sonoras e mecânicas.

Além das obras, o espaço conta com estações interativas, como uma balança que calcula a quantidade de lixo produzida por cada pessoa ao longo da vida e um mapa digital que indica pontos de coleta, lixões e aterros sanitários das cidades visitadas. O visitante também encontra referências audiovisuais, como a exibição do clássico filme Ilha das Flores (1989), de Jorge Furtado.

Na área externa, a experiência se amplia com obras guardadas em latas galvanizadas, que só revelam suas surpresas quando abertas pelo público. Já a intervenção colaborativa de Vhils, Marca Temporária, Memória Coletiva, propõe a criação de imagens com materiais naturais coletados no entorno, reforçando o caráter participativo e efêmero da mostra.


(Foto: Ares Soares)

Com programação gratuita, a iniciativa contempla não apenas o público espontâneo, mas também grupos escolares agendados, fortalecendo a função educativa da exposição. Além das visitas mediadas, professores recebem materiais de apoio pedagógico para levar o debate sobre lixo, consumo e arte para além do espaço da Unifor.