seg, 5 junho 2023 18:54
Orgulho Unifor: Egresso lança livro de crônicas sobre história musical do Ceará
Obra do jornalista Luã Diógenes resgata e homenageia nomes que marcaram época no cenário da música regional e nacional
“A música entrou na minha vida aos dez anos e, desde então, entendi que minha vontade ou missão era defender o cancioneiro de qualidade”, relata Luã Diógenes, egresso do curso de Jornalismo da Universidade de Fortaleza, da Fundação Edson Queiroz. O jornalista lançou o livro “Falando da vida: as canções que teimam resistindo”, que reúne crônicas sobre a história musical do Ceará.
Segundo o autor, assim como o próprio cearense, a cultura, as artes e a música estão sendo esquecidas e precisam persistir na memória da população. Nesse contexto, a obra relembra artistas como Lauro Maia, Luiz Assunção, Belchior, Rodger Rogério, Teti e muitos outros.
Entre os textos do livro — lançado este ano pela editora Radiadora —, Luã destaca duas crônicas: uma que fala das mulheres que compõem o Ceará (voltada às cantoras e compositoras do estado) e outra que faz menção à Padaria Espiritual e suas revoluções que foram musicalizadas. “É difícil escolher uma, todas foram feitas com muita dedicação”, assegura o pesquisador musical.
O livro busca incentivar novas gerações a conhecerem mais sobre a música no Ceará (Imagem: Divulgação)
Relação com a música
Ainda na infância, Luã já ouvia Belchior e Fagner, influenciado pelo gosto musical dos pais. Anos mais tarde, durante a graduação, esses e outros músicos locais — como Amelinha, Fausto Nilo e Ednardo — fariam parte do Trabalho de Conclusão de Curso do então estudante.
Na Universidade, junto à sua orientadora Kalu Chaves, ele desenvolveu uma pesquisa sobre o “Pessoal do Ceará”, movimento cultural brasileiro que reuniu artistas cearenses e despontou no cenário nacional no início dos anos 1970. A partir desse ponto, o interesse pela música só aumentou.
Depois da Colação de Grau, Luã levou para o mercado de trabalho o conhecimento adquirido por meio da escuta e dos estudos, atuando como crítico musical no Jornal Diário do Nordeste. Além disso, sua monografia renderá, em breve, mais um livro.
“Existe uma música do cantor e compositor Ednardo chamada ‘Longarinas’. Ela fala que ‘só ele e a Ponte Velha teimam resistindo’. Acho que mesmo essa música sendo da década de 1970, ela serve para os dias de hoje, quando a cultura, as artes e a música estão sendo esquecidas e precisam persistir na memória da nossa população” — Luã Diógenes, jornalista e pesquisador musical egresso da Unifor
Trajetória profissional
É com propriedade que Luã afirma ter feito um pouco de tudo no jornalismo. Foi repórter da TV Unifor, estagiário da TV Verdes Mares, produtor de televisão, comentarista na Rádio Verdes Mares, colunista musical no Diário do Nordeste e comentarista de economia na TV Diário.
“Acho que fiz uma carreira profissional muito bonita, cheia de alegrias e amigos. Agora resolvi me dedicar ao mundo acadêmico”, revela o egresso sobre o novo foco que vem buscando dar à sua jornada ocupacional.
Luã atuou como produtor em telejornais da TV Verdes Mares e TV Diário (Foto: Arquivo pessoal)
O interesse na produção acadêmica já havia motivado Luã a participar da Associação Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo (SBPJor) — entidade que visa estimular a articulação de uma rede nacional de pesquisadores nessa área da comunicação — e agora o levará para outro continente.
Para julho, o jornalista se prepara para ingressar no mestrado em Literatura e Interartes, na Universidade do Porto, em Portugal. “Estou muito empolgado, pois a instituição é uma das melhores do mundo e a experiência de estudar fora é muito boa, conhecer novas culturas e ares”, comemora.
Onde tudo começou
Aos 17 anos, Luã ingressou na Unifor. “No jornalismo eu me encontrei”, destaca. Rapidamente, o então estudante percebeu que estava cercado de possibilidades: “A Unifor tem um campus maravilhoso e cheio de oportunidades de estágio, extensão e academia”.
Luã Diógenes ingressou no curso de Jornalismo em 2015 e se formou em 2019 (Fotos: Arquivo pessoal)
Segundo o egresso, a instituição foi a base para sua jornada profissional. Ele conta que ter recebido o apoio de grandes profissionais na graduação foi importante para minimizar as dificuldades do início da carreira, quando passou a atuar em redação de jornal.
Para quem está começando a vida acadêmica, o jornalista indica experimentar tudo que a Universidade de Fortaleza oferece. Luã ainda incentiva a juventude a se interessar mais pela cultura, arte e música cearense.
“Temos uma enorme riqueza que precisa ser construída. Vivemos um tempo em que queremos construir um futuro, mas só conseguiremos [isso] se entendermos e louvarmos o passado!”, enfatiza.
