qui, 21 janeiro 2021 10:37
Vacinação: entenda como uma pequena dose pode representar um grande avanço
Diretora técnica do Núcleo de Atenção Médica Integrada da Universidade de Fortaleza destaca a importância das vacinas ao longo de todas as fases da vida
A campanha de vacinação contra o novo coronavírus (Sars-CoV-2) começou no Brasil no dia 18 de janeiro (segunda-feira), e marca o início de um novo desafio para o país, que é referência quando se trata de campanhas de vacinação. Contudo, ainda que a Covid-19 esteja mundialmente em evidência devido à pandemia, é importante lembrar que, ao longo de nossas vidas, devemos tomar uma série de vacinas imprescindíveis à nossa saúde pessoal e bem-estar coletivo.
O advento da vacina representa um grande avanço para a ciência. Desde a sua criação, e graças às campanhas maciças feitas na maioria dos países industrializados, inúmeras doenças já desapareceram, como a poliomielite, a rubéola e a varíola, enfermidades que a sociedade atual conhece apenas pelo nome. Porém, mesmo que a vacinação represente um enorme ganho para a saúde pública, muitas pessoas, especialmente os adultos, esquecem ou ignoram a importância da imunização contra uma série de doenças ainda existentes.
Aline Veras, professora e diretora técnica do Núcleo de Atenção Médica Integrada (NAMI) da Universidade de Fortaleza, instituição ligada à Fundação Edson Queiroz, diz que informações falaciosas e teorias da conspiração são algumas razões pelas quais a recusa de tomar a vacina ainda existe por uma parte da população - ainda que mínima, e acrescenta que "outras pessoas recusam a vacinação por considerar que estão protegidas, seja porque tem uma boa assistência à saúde, seja porque não são do grupo de risco.”
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Ainda segundo a professora, “a vacinação é um pacto coletivo. Ao deixar de se vacinar, você não só está aumentando o seu risco de adoecimento, como está permitindo e ampliando o espaço para a circulação desse vírus, e com isso você está colocando outras pessoas em risco”, e reitera a importância da imunização: “a vacinação é de fato uma grande aliada da promoção da saúde, é um grande ganho para a sociedade e para a humanidade como um todo.”
Programa Nacional de Imunizações (PNI)
O Brasil conquistou o posto de referência em vacinação em parte graças ao Programa Nacional de Imunizações (PNI). Criado em 1973, o PNI é essencial para a saúde coletiva da população brasileira, e importante no combate e prevenção de doenças no país. A maioria das vacinas no Brasil é oferecida pelo governo de forma gratuita e disponibilizada por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), além de seguir os critérios da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Além do sucesso do PNI, as campanhas brasileiras de vacinação sempre foram um grande sucesso no país. Para a professora Aline, as campanhas e o programa vacinal brasileiros são motivos de orgulho: “o Brasil é um dos países com os melhores programas de imunização do mundo, é um dos países que oferece uma maior cobertura vacinal à sua população”, afirma.
A importância da vacina
A vacina mais conhecida entre os brasileiros é a da influenza (comumente conhecida como vacina da gripe), já que sua aplicação deve ocorrer todos os anos. Porém, a realidade é que, ao longo da vida, o indivíduo deve tomar mais de 15 vacinas, sem contar com o reforço de algumas. Os imunizantes são divididos por faixa etária, mas a maioria deve ser reforçada com o passar dos anos, como a Hepatite B, a Tríplice Viral, que protege contra sarampo, caxumba e rubéola, e a Dupla Bacteriana Adulto (dT), que previne difteria e tétano.
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O processo de vacinação deve começar desde o nascimento e permanecer em constante atualização. Isso previne o reaparecimento de doenças que um dia já estiveram presentes na sociedade, como é o caso do surto de sarampo identificado no Brasil desde 2018. Segundo a diretora técnica do NAMI, Aline Veras, esse surto resulta de um movimento antivacina que ganha forças no País. “Quando as pessoas, por falta de informação ou por acreditarem em informações falaciosas, informações falsas, deixam de se vacinar, e aos seus filhos, elas quebram aquele pacto coletivo. Elas passam a permitir que o vírus circule, e permitindo que o vírus circule, você volta a ter casos de doença”, reitera Aline.