Entrevista Nota 10: João Víctor López e o início de uma carreira internacional em tecnologia

seg, 2 dezembro 2024 12:22

Entrevista Nota 10: João Víctor López e o início de uma carreira internacional em tecnologia

Estudante de Engenharia da Computação da Unifor compartilha sua experiência de formação internacional na Universidade de Standford, nos Estados Unidos


João Víctor já foi embaixador da Huawei ICT Academy, pelo qual recebeu um prêmio como embaixador destaque do programa (Foto: Arquivo pessoal)
João Víctor já foi embaixador da Huawei ICT Academy, pelo qual recebeu um prêmio como embaixador destaque do programa (Foto: Arquivo pessoal)

A internacionalização da formação universitária tem se mostrado cada vez mais essencial para a construção de carreiras globais, especialmente em áreas dinâmicas como a da tecnologia. O exemplo de João Víctor López, estudante do curso de Engenharia da Computação na Universidade de Fortaleza — instituição de ensino da Fundação Edson Queiroz —, reflete como essa experiência pode ampliar horizontes.

No auge dos seus 20 anos, João já realizou intercâmbio na Universidade de Stanford, umas das instituições de ensino superior mais prestigiadas do mundo. Em sua estadia, ficou imerso no Vale do Silício, desenvolvendo uma perspectiva global sobre como impulsionar a inovação e impactar os setores de TI, IA e Energia. “Engajei-me com professores renomados, estudantes e líderes da indústria, obtendo insights sobre a interseção entre tecnologia, sustentabilidade e liderança”, conta.

Por lá, ainda participou da seletiva Y Combinator Startup School 2024, renomado programa de apoio a startups. Essa vivência, além de enriquecer seu currículo, também lhe proporcionou acesso a um ambiente inovador, impulsionando seu desenvolvimento acadêmico e profissional.

“Acredito que todo aluno, principalmente em um mundo cada vez mais globalizado como o que vivemos, deve ter uma experiência de intercâmbio ao menos uma vez durante sua trajetória acadêmica. Os ganhos são imensuráveis, tanto pessoal quanto profissionalmente”, afirma o estudante, que atua como analista de Inteligência Artificial na Moldsoft Tecnologia.

Mas João Víctor já pavimentava seu caminho pela internacionalização antes mesmo de ir à Standford: em 2023, não só foi selecionado para ser embaixador do Huawei ICT Academy como também recebeu o prêmio de embaixador destaque do mesmo programa educacional. O jovem ainda criou o Huawei Club Unifor, iniciativa que promove eventos, minicursos e grupos de estudo com foco na Huawei ICT Competition.

Ele ainda é bolsista da Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Funcap), atuando como pesquisador em processamento de linguagem natural e aprendizado de máquina para a classificação de documentos jurídicos e busca híbrida de precedentes — uma colaboração com o Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE).

Essas vivências internacionais, combinadas com sua atuação como líder de uma comunidade acadêmica na Universidade de Fortaleza, ajudou a fortalecer seu perfil profissional e expandir sua rede de contatos, algo crucial para a construção de uma carreira sólida no cenário global, especialmente no campo da tecnologia. 

Na Entrevista Nota 10 desta semana, João Víctor compartilha sua experiência de formação internacional na Universidade de Standford, nos Estados Unidos.

Confira na íntegra a seguir.

Entrevista Nota 10 — Enquanto aluno de Engenharia da Computação da Unifor, você teve a oportunidade de realizar um intercâmbio acadêmico na Universidade Stanford, na Califórnia, de junho a agosto deste ano. Como você avalia a experiência? 

João Víctor López — Avalio como uma experiência fenomenal e única de estar inserido em um dos ambientes e universidades mais inovadoras e de excelência no mundo, em contato direto com professores e alunos de destaque global, especialmente na minha grande área (computação) e nicho específico (ciência de dados e inteligência artificial).

Entrevista Nota 10 — A Universidade de Stanford fica no coração do Vale do Silício, reduto da inovação e tecnologia. Durante sua estadia como estudante da instituição que conhecimentos você adquiriu que te farão um profissional diferenciado no mercado?  

João Víctor López — Além dos cursos e professores fenomenais que tive acesso e tanto aprendi durante meu intercâmbio em Stanford — com foco em inteligência artificial, computação de alta performance e armazenamento de energia —, por estar inserido num ambiente acadêmico onde meus colegas trabalham nas big techs do Vale do Silício (Google, NVidia, Tesla, Apple, Microsoft e mais), tive contato direto com alunos e membros do Vale com foco total em startups e empreendedorismo.

[Essa] experiência, sem sombra de dúvidas, foi a mais intensa que eu já tive quanto a networking e motivação profissional. Vi muita dedicação em prol de criar o futuro da humanidade tanto por meio da tecnologia quanto, principalmente, pelo empreendedorismo, por meio das startups criadas no Vale, e toda cultura de networking, troca de ideias empreendedoras venture capital, que fluem como em nenhum outro lugar do mundo. 

Entrevista Nota 10 — Antes de fazer o intercâmbio você já tinha como foco o ramo de inteligência artificial (IA), tendo sido selecionado como embaixador da Huawei ICT Academy e criado o Huawei Club Unifor, que te possibilitou desenvolver habilidades organizacionais, comunicacionais e de liderança. Essa trajetória acadêmica já sinalizava um interesse por se conectar com centros de referência fora do Brasil?  

João Víctor López — Com certeza. Eu me esforcei demais, tanto para o processo seletivo quanto durante meu trabalho como embaixador da Huawei ICT Academy. Toda essa motivação de criar uma comunidade acadêmica e engajar com o ecossistema de educação para atingir destaque nacional em uma das maiores empresas de tecnologia da China, já demonstrava meu interesse intrínseco pelo conhecimento de culturas inovadoras e de excelência tecnológica. Tanto quanto fazer parte e contribuir com essa cultura, como é o exemplo da Huawei e minha trajetória como embaixador. 

Entrevista Nota 10 — A Unifor tem investido cada dia mais no processo de internacionalização da universidade, promovendo diversas iniciativas que contribuem para aproximar mundos, pessoas e realidades. Para você, quais contribuições o intercâmbio internacional proporciona para a formação acadêmica dos alunos de graduação?  

João Víctor López — O intercâmbio proporciona uma experiência inatingível por qualquer outro tipo de vivência, tanto acadêmica quanto profissional, pois estar inserido em locais com culturas diferentes, línguas diferentes e pessoas de todo o mundo envolve uma aquisição de conhecimento inatingível em qualquer outro lugar. Acredito que todo aluno, principalmente em um mundo cada vez mais globalizado como o que vivemos, deve ter uma experiência de intercâmbio ao menos uma vez durante sua trajetória acadêmica. Os ganhos são imensuráveis, tanto pessoal como profissionalmente.

Entrevista Nota 10 — Um dos objetivos do intercâmbio acadêmico é proporcionar aos discentes  a oportunidade de conhecer novas culturas e de trocar conhecimentos com estudantes, professores e pesquisadores mundo afora, mas também que o aluno retorne com uma bagagem a ser compartilhada com seus colegas de turma. Ao retornar para a Unifor, como você atuou para multiplicar os conhecimentos adquiridos?  

João Víctor López — Estando em uma universidade de excelência global como Stanford, aprendi habilidades únicas, tanto técnicas (hard skills) quanto interpessoais (soft skills). E trago comigo essa bagagem de volta para a Unifor usando ao máximo minhas habilidades de comunicação, seja incorporando as habilidades técnicas e tecnologias inovadoras aprendidas em minha pesquisa ou trabalho, seja participando como convidado de aulas de outros Centro de Ciências, como já fiz bastante no CCG (Centro de Ciências da Comunicação e Gestão). 

[Também fiz parte de] experiências como a Semana da Internacionalização, onde pude participar de uma mesa redonda e compartilhar conhecimento, mas não apenas isso: passo no dia a dia para meus colegas algumas das experiências vividas e aprendizados do intercâmbio, aproveitando ao máximo os diferenciais da minha experiência para transformação do mundo e das pessoas ao meu redor, com impacto positivo máximo.