seg, 13 outubro 2025 11:33

Profissional tipo exportação: onde estão os egressos de Comércio Exterior?

Egressos do curso de Comércio Exterior da Universidade de Fortaleza contam como construíram carreiras de sucesso no mercado internacional

Negociar importação e exportação em novos mercados. Atuar com logística internacional ou gestão de cadeias globais de suprimentos. Mergulhar no comércio digital ou na sustentabilidade aplicada aos negócios internacionais. No amplo mercado de comércio exterior, repleto de áreas em franca expansão, egressos da Universidade de Fortaleza, vinculada à Fundação Edson Queiroz, têm encontrado lugar de destaque, seja empreendendo ou ocupando postos em empresas já consolidadas.

Não é por menos. Além da formação ampla e interdisciplinar da Unifor — que inclui trilhas de desenvolvimento, corpo docente de excelência e núcleo de práticas —, o Ceará é um terreno fértil para o ramo diante da posição estratégica do Estado frente ao cenário global.

Isso porque, nos últimos anos, um leque de novas oportunidades se abriu com o crescimento do Complexo Industrial e Portuário do Pecém, da Zona de Processamento e Exportação e com a consolidação do Ceará como hub de novas cadeias produtivas — incluindo o hidrogênio verde, a indústria do aço e outras operações de base exportadora.

Há uma demanda latente de grupos internacionais presentes no Estado por profissionais capazes de trabalhar com negociações complexas, regulação internacional, inovação e sustentabilidade em ambientes multiculturais e altamente competitivos.

“O curso de Comércio Exterior da Unifor responde a esse contexto oferecendo uma formação que alia teoria e prática, com disciplinas constantemente atualizadas, experiências reais em empresas, além de parcerias com organizações públicas e privadas que já estão inseridas nesse movimento de internacionalização”, afirma a coordenadora da graduação, Ana Rita Pinheiro de Freitas.

Na prática, acrescenta a professora, a Unifor forma profissionais capazes de analisar cenários, propor soluções inovadoras, negociar em diferentes contextos e atuar de maneira estratégica e sustentável frente aos desafios e oportunidades que o comércio internacional oferece ao Ceará e ao Brasil.

A excelência do curso tem lhe rendido o reconhecimento com a nota máxima do Ministério da Educação por quatro vezes consecutivas, além do destaque de egressos no mercado, seja em seus empreendimentos ou em grandes empresas. Vamos descobrir onde estão os egressos que conquistaram o comércio internacional?

Um mercado com oportunidades promissoras

Zakaria Benzaama queria fazer “algo super diferente” quando ingressou na graduação em Comércio Exterior na Unifor. No segundo semestre do curso, ele já estava trabalhando na área: primeiro como auxiliar de despachante aduaneiro, depois como gerente de exportação. Sabia que estava focando em um mercado em ascensão.

Hoje, o egresso trabalha com despacho aduaneiro, agenciamento de carga, transporte rodoviário e armazém gerais. Junto com seu sócio Bruno Farias, outro egresso de Comércio Exterior da Unifor, Zakaria se especializou em exportação e abriu uma empresa na área, a Ftrade Brasil. 

“Abrimos o nicho de agronegócio e começamos a trabalhar com o desembaraço aduaneiro na exportação de frutas. E hoje nos consolidamos no Brasil e continuamos com isso. Em 2026, vamos completar 20 anos de empresa”, comemora.

Zakaria conta que a Unifor foi fundamental no processo. “Boa parte da cadeia de pessoas do comércio exterior que nós conhecemos hoje foi a Unifor que nos apresentou”, diz.

O egresso é ainda CEO da Fortal Log Transportes, empresa especializada em transportes rodoviários que atua como braço logístico do Grupo Ftrade Brasil. A holding é formada por quatro empreendimentos e conta com 18 escritórios no Brasil e filiais internacionais na Espanha, Holanda e China.

No Núcleo de Práticas em Comércio Exterior (Nupex), Zakaria pôde ver mais de perto o que o comércio internacional é. Lá, além de ter bons professores da área, ele também teve acesso a sistemas específicos para a área, acesso aos NCMs (um código de oito dígitos essencial para identificar mercadorias nas operações de comércio exterior), nomenclaturas, possíveis mercados, principais fornecedores para determinado tipo de produto e práticas cambiais. “O Nupex trouxe a experiência real do que é a vida do comércio exterior”, afirma.

A união perfeita entre conhecimento acadêmico e oportunidade prática

Na adolescência, Karina Bzyl se encantou com a ideia de atuar em negociações internacionais. Aos 14 anos, descobriu que algumas universidades estavam começando a oferecer o curso de Comércio Exterior e ficou bastante entusiasmada com a possibilidade de fazer essa graduação. “Na época do vestibular, escolhi a instituição que tinha maior prestígio e reconhecimento: a Unifor”, conta.

Quando iniciou o curso, em 2005, Karina não imaginava a diversidade de áreas de atuação existentes dentro do Comércio Exterior, e foi aprendendo tanto na teoria quanto na prática ao longo do curso. “Inclusive, para conseguir estágio naquela época, recorríamos diretamente ao suporte oferecido pela Unifor, uma universidade que sempre se destacou por apoiar o desenvolvimento profissional de seus estudantes”, celebra.

Hoje, a egressa atua como gerente de Operações da Zona de Processamento de Exportação do Ceará (ZPE Ceará), um recinto alfandegado e de regime aduaneiro. Na prática, o papel de Karina é exercer a função de fiel depositária na empresa que é a administradora de uma ZPE, sendo responsável por custodiar, controlar e gerenciar toda a movimentação de mercadorias dentro da zona, assegurando o cumprimento da legislação aduaneira.

“A Unifor foi absolutamente essencial para eu chegar a esta posição, e um exemplo claro disso aconteceu ainda no processo seletivo. Durante a entrevista de emprego, fui questionada especificamente sobre o conceito de uma ZPE, e pude responder com segurança porque havia estudado o tema em sala de aula. Esse momento foi decisivo, pois outras pessoas não sabiam o que era uma ZPE, ainda mais naquela época”, lembra a egressa.

Para ela, isso ilustra como a formação completa oferecida pela Unifor foi crucial. Isso porque a base teórica em Comércio Exterior, Legislação Aduaneira, Logística e outros temas abordados dentro do curso não apenas lhe deram o conhecimento para passar na entrevista, mas também a confiança para desempenhar as funções no dia a dia.

“Foi a união perfeita entre o conhecimento acadêmico de excelência e a oportunidade prática, que, no meu caso, começou com um estágio conseguido por meio da própria Universidade”, diz.

Karina conta que sua trajetória profissional começou cedo, ainda na Unifor, quando teve a oportunidade de ser bolsista em um projeto de Plano de Negócios. “Foi a minha primeira experiência prática e em algo que envolvia a Universidade”, conta. Logo depois, iniciou o primeiro estágio em uma trading company e, em seguida, atuou em uma empresa têxtil, já no setor de exportação. 

“Essas primeiras vivências me mostraram, na prática, os desafios e o leque de oportunidades de um setor tão dinâmico, e [aquilo] era só o começo”, recorda. Com o tempo, Karina foi ampliando seu campo de atuação. É que ela foi contratada por uma empresa internacional de exportação de castanha de caju, onde teve a responsabilidade de organizar toda a logística, cuidar da documentação e conduzir os trâmites necessários para que cada operação acontecesse.

Depois, atuou em uma empresa voltada para armazenamento de cargas, agenciamento de transporte multimodal e desembaraço aduaneiro, aprofundando ainda mais seu contato com processos de importação e exportação e logística internacional. Também passou por uma empresa dedicada exclusivamente ao desembaraço aduaneiro, o que lhe trouxe uma base sólida de conhecimento e experiência na área de despacho e legislação aduaneira.

“Há dez anos, ingressei na ZPE Ceará, inicialmente como coordenadora de Operações, e hoje ocupo o cargo de gerente de Operações. Foi aqui que encontrei um espaço para consolidar todo o aprendizado acumulado e, ao mesmo tempo, me desafiar em projetos de grande impacto para a economia do Estado”, afirma.

Na última década, a egressa participou de iniciativas estruturantes nos âmbitos logístico, aduaneiro e de integração com o comércio internacional e com outros stakeholders, como o Porto do Pecém e a Receita Federal do Brasil.

“Desde 2024, também atuo como Vice-Presidente da Câmara de Comércio Exterior e Investimento Estrangeiro da Adece (Agência de Desenvolvimento do Estado do Ceará), um papel que me conecta ainda mais com a atração de investimentos e com a missão de fortalecer a presença do Ceará no cenário global. Essa função tem sido uma oportunidade valiosa para dialogar com diferentes setores e acompanhar de perto o quanto o comércio exterior cearense vem crescendo, gerando novas oportunidades de negócios e impulsionando a internacionalização da nossa economia”, explica Karina.

A egressa conta que sempre foi muito engajada nos estudos e em querer aprender mais. “Não me esqueço do curso que fiz pela Unifor e foi um complemento fundamental para a minha formação, o curso da Redeagentes – Rede Nacional de Agentes de Comércio Exterior. Sem dúvida, foi um passo fundamental no meu processo de profissionalização”, diz.

Um núcleo para amplificar a prática e o contato com a internacionalização

Roberto Catrib ingressou no curso de Comércio Exterior da Unifor em 2020 com interesse em desvendar o mundo dos negócios internacionais e a motivação de poder atuar em um mercado diversificado. “Desde o começo, minha intenção era seguir em áreas ligadas à internacionalização de empresas e à logística internacional”, revela.

Hoje, ele é coordenador de Importação na Importcargo do Brasil, empresa do ramo de agenciamento de cargas. “Meu trabalho envolve a coordenação de processos de importação, relacionamento com clientes e fornecedores internacionais, acompanhamento logístico e resolução de demandas com atenção às necessidades dos clientes”, enumera.

“A Unifor foi muito importante, pois me deu uma formação sólida que me preparou para ingressar no mercado”, conta. Roberto recorda que começou como estagiário de comércio exterior na CTI Fracht e, em pouco tempo, foi promovido a assistente e, depois, a analista. “Mais tarde, segui para a Importcargo do Brasil no mesmo cargo e, com a experiência adquirida em pouco mais de um ano, alcancei recentemente a posição de coordenador de Importação”, comemora.

O sucesso profissional foi influenciado pela formação de excelência e pelos ambientes de prática proporcionados pela Unifor, especialmente o Núcleo de Práticas em Comércio Exterior (Nupex), idealizado com o objetivo de contribuir com a formação prático-profissional dos alunos do curso e com projetos de internacionalização para empresas cearenses.

Orientados por professores e com a mentoria de profissionais atuantes nas áreas de negócios, empreendedorismo e inovação, os alunos podem elaborar projetos de exportação e importação para empresas participantes cadastradas e selecionadas de acordo com o seu perfil e objetivos. O núcleo conta com parceria de órgãos e instituições públicas e privadas que apoiam também a inserção dessas empresas no comércio exterior brasileiro. 

“No Nupex, tive a oportunidade de vivenciar, na prática, o processo de internacionalização de empresas, auxiliando um empreendimento cearense nesse projeto. Essa vivência foi muito interessante, pois foi a atividade mais prática que tive na jornada de graduação”, afirma Roberto.

O Nupex é um espaço de prática profissional dentro da Universidade que conecta diretamente a sala de aula ao mercado, permitindo que os estudantes compreendam desafios atuais e proponham soluções estratégicas. Muitas empresas locais que hoje atuam no comércio internacional contaram com o apoio do Nupex em seu processo de internacionalização. 

O laboratório atua ainda com a produção de conteúdo para o projeto Ceará Global, um dos maiores movimentos voltados para a internacionalização da economia no Estado. Na iniciativa, os alunos passam a ter contato com autoridades, executivos e técnicos renomados em seus segmentos. A cada nova demanda do projeto, eles exercitam e se preparam para ocupar os espaços identificados, criados e publicitados pelo próprio Núcleo, que demandam profissionais qualificados com conhecimento em gestão, negócios e tecnologia.

Uma formação completa e integrada

O curso de bacharelado em Comércio Exterior da Unifor é pioneiro na região Nordeste e se consolidou como referência nacional. Um dos diferenciais é a formação completa e integrada, que combina teoria, prática e internacionalização.

Conheça os principais diferenciais do curso de Comércio Exterior da Unifor:

• Único bacharelado em Comércio Exterior no país que tem quatro notas máximas no MEC;
• Formação por competências e trilhas de desenvolvimento;
• Ampla disponibilidade de disciplinas ofertadas em inglês;
• Parcerias com instituições atuantes no Comércio Exterior;
• Laboratórios com softwares específicos para a área;
• Alunos atuando em rodadas de negócios e eventos internacionais;
• Programas de dupla titulação, nacional e internacional;
• Hub de inovação e parque tecnológico disponíveis para os alunos;
• Oficinas e visitas técnicas realizadas com o mercado;
• Participação ativa dos alunos na curricularização da extensão;
• Núcleo de Práticas em Comércio Exterior (Nupex) auxilia o aluno a exercitar as competências e habilidades necessárias para atuar na gestão de negócios internacionais e no comércio exterior, desenvolvendo o espírito empreendedor e o mindset digital e global;
• Participação no Núcleo de Apoio Contábil e Fiscal (NAF) em parceria com a Receita Federal;
• Alto índice de empregabilidade.

A graduação conta com uma formação que inclui as trilhas de desenvolvimento, que permitem que os estudantes direcionem sua formação de acordo com seus interesses profissionais. “Ao longo do curso, eles podem escolher disciplinas optativas para aprofundamento em áreas como marketing, accounting, economia ou finanças. Essa flexibilidade possibilita que cada aluno construa um percurso acadêmico de acordo com suas aspirações de carreira”, explica Ana Rita.

Além disso, a Unifor oferece aos alunos a oportunidade de obter dupla titulação com instituições parceiras na Europa e na América. Isso significa que, além do diploma brasileiro, eles podem concluir parte da graduação em uma universidade estrangeira e sair com dois diplomas reconhecidos internacionalmente. “Essa experiência amplia as possibilidades de inserção no mercado global e fortalece a formação multicultural”, salienta a coordenadora da graduação.

Atualmente, o curso possui programas de dupla titulação internacional com:

• Deggendorf Institute of Technology,
• Berlin School of Economics and Law,
• Universidad Autónoma de Occidente,
• Instituto Politécnico de Bragança,
• Harz University of Applied Sciences.

“O aluno também tem a possibilidade de dupla graduação com outros cursos do Centro de Ciências da Comunicação e Gestão (CCG) na Unifor, sendo possível, por exemplo, com mais um ano ou um ano e meio obter o diploma de graduação em Administração ou Ciências Econômicas, dentre outros”, sinaliza Ana Rita.

Outro ponto forte do curso de Comércio Exterior da Unifor são as parcerias com instituições públicas e privadas, como a Câmara Setorial de Comércio Exterior e Investimento Estrangeiro do Estado, Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec) e Centro Internacional de Negócios (CIN), Câmara Brasil-Portugal no Ceará, Receita Federal, entidades de classe, empresas exportadoras e importadoras, trading companies, dentre outras. 

“Essas parcerias se traduzem em projetos de internacionalização, estágios, visitas técnicas, eventos, mentorias e rodadas de negócios, aproximando os alunos da realidade do mercado e preparando-os para atuar em setores estratégicos”, informa a coordenadora Ana Rita.

Parcerias que dão frutos

A presidente do Conselho de Relações Internacionais da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), Karina Frota, conta que o Centro Internacional de Negócios (CIN) da federação é parceiro da Unifor há mais de 20 anos.

“Já realizamos diversas ações em conjunto, como encontros de negócios, consultorias de exportação setoriais e multissetoriais, capacitações empresariais e projetos especiais como o Ceará Global. Além disso, compartilhamos da Secretaria Executiva da Câmara Setorial de Comércio Exterior e Investimentos da Adece por algumas gestões”, diz.

Karina diz que quem deseja atuar na área de comércio exterior tem um grande trabalho pela frente. “A retomada da competitividade da economia e o desenvolvimento produtivo e tecnológico da indústria nacional passam de forma transversal pela integração do Brasil com o mundo. Nesse contexto, o Ceará integra conexões globais consistentes, busca uma produção industrial mais eficiente, promove inovação e gera mais empregos. Na área internacional, é necessário avançar”, afirma.

Segundo ela, nunca foi tão necessário identificar com clareza as mudanças necessárias em diversas áreas da política comercial, as quais podem impulsionar o ambiente de negócios. “Por isso, a internacionalização é tema prioritário. É indispensável promover as relações econômicas e a cooperação bilateral com os parceiros comerciais considerados estratégicos para o desenvolvimento cearense”, considera.

Os profissionais precisam aprimorar o seu conhecimento técnico e cultural. Isso porque, conforme aponta Karina, a carreira do comércio exterior é repleta de desafios, seja em posição de liderança, jurídica, econômica ou operacional.

“É necessário valorizar e desenvolver o mercado de trabalho, nas empresas e nas organizações. Conhecimento em inteligência artificial, ESG (Environmental, Social and Governance), comunicação, idiomas e economia são habilidades consideradas vantagens competitivas nesta área”, pontua. 

Estude Comércio Exterior na Unifor em 2026.1

No curso de Comércio Exterior da Unifor, a coordenadora Ana Rita diz que o foco é preparar profissionais resilientes e com visão global. “Trabalhamos com análise de cenários internacionais, gestão de riscos e estratégias para lidar com crises e mudanças repentinas, como barreiras tarifárias ou instabilidades geopolíticas. O aluno aprende a interpretar o ambiente global, a negociar em diferentes contextos e a tomar decisões estratégicas com base em dados e tendências”, finaliza.