Conheça o Programa de Dupla Titulação Internacional da Unifor

seg, 24 janeiro 2022 15:25

Conheça o Programa de Dupla Titulação Internacional da Unifor

Iniciativa possibilita aos estudantes conhecimentos avançados em sua futura área de atuação profissional e a certificação para trabalhar tanto no Brasil quanto fora dele


Mário Tarabuio Neto cursou Comércio Exterior na Universidade de Fortaleza e na Deggendorf Institute of Technology, Alemanha (Foto: Ares Soares/Arte: Felipe Ferreira)
Mário Tarabuio Neto cursou Comércio Exterior na Universidade de Fortaleza e na Deggendorf Institute of Technology, Alemanha (Foto: Ares Soares/Arte: Felipe Ferreira)

Duplamente graduados, reconhecidamente melhor preparados para o mercado de trabalho, flagrantemente realizados do ponto de vista pessoal. Na Universidade de Fortaleza, instituição vinculada à Fundação Edson Queiroz, quem carimba o passaporte para o exterior ainda durante a graduação, impulsionado pelos desafios e vantagens inerentes ao Programa de Dupla Titulação, encontra lá fora muito mais do que conhecimento acadêmico avançado em sua futura área de atuação profissional e a certificação para trabalhar tanto no Brasil quanto fora dele. 

É uma nova visão de mundo que se incorpora ao repertório subjetivo de cada jovem em formação, um entendimento global - e realista - de como os diferentes povos e lugares podem contribuir, cada um com suas características e vocações, para a organização, o funcionamento e a melhoria da vida no planeta. Eis a síntese da experiência trazida na bagagem por estudantes da Unifor que, desde 2008, enfrentam um edital de seleção para garantir, em cinco anos e meio, a conquista de dois diplomas de uma só vez, sendo um deles internacional. 

A chance de esticar os horizontes ainda é para poucos e bons: somente graduandos dos cursos de Administração, Ciências Econômicas, Comércio Exterior e Engenharia Civil, com performance média global (PMG) igual ou superior a 8,0, já experimentaram o gostinho da dupla titulação, acessando as instituições de ensino conveniadas a Unifor: Instituto Politécnico de Bragança, em Portugal; Berlin School of Economics and Law e Deggendorf Institute of Technology, ambas na Alemanha.

“Na volta de cada intercâmbio internacional, o que nos salta aos olhos, sem dúvida, é o desenvolvimento dessa mentalidade globalizada: saem pensando localmente e voltam cidadãos do mundo. Paralelamente, o mercado de trabalho local, ciente do valor dessa visão expandida, imediatamente os absorvem. Não é raro, portanto, que as empresas parceiras da Unifor, em seus processos de seleção para estágio ou emprego, declarem preferência por quem tem Dupla Titulação”, reitera a coordenadora de convênios internacionais do Centro de Comunicação e Gestão (CCG) da Unifor, professora Larissa Amaral.

Para 2022, a novidade é a inclusão do curso de Jornalismo entre os contemplados com o Programa de Dupla Titulação. “Nossa perspectiva é que a partir de março nossos futuros jornalistas já possam se inscrever para o processo de seleção que coincide com o calendário acadêmico da instituição de ensino parceira, no caso o Instituto Politécnico de Bragança, em Portugal. Antes disso, houve o estudo da matriz curricular de cada curso para viabilizar o convênio e alinhar os interesses, até porque também virão alunos de lá para estudar na Unifor, atraídos certamente por diferenciais como o nosso Parque Tecnológico e o Núcleo Integrado de Comunicação (NIC), um complexo de laboratórios de comunicação de ponta, com estúdios de TV e rádio próprios, além de agência de publicidade modelo”, adianta o coordenador do curso de Jornalismo da Unifor, professor Wagner Borges.

Dupla titulação: uma caixinha de surpresas 

No penúltimo ano de graduação em Engenharia Civil na Unifor, o então estudante Fernando Diderot, 24, decidiu se lançar para um intercâmbio no exterior, atraído pela promessa de uma dupla titulação. Portugal não lhe parecia exatamente o destino ideal, mas a experiência acabou surpreendendo. “O convênio da Unifor era com o Instituto Politécnico de Bragança, uma cidade pequena, embora predominantemente estudantil. Mas eu queria morar fora também para treinar uma língua estrangeira e achei que lá só falaria português. Foi totalmente diferente. Morei com gente do mundo todo. Eu e mais quatro pessoas dividindo uma casa: uma marroquina, um espanhol, uma ucraniana e uma iraniana. Só conversava em inglês e isso me fez desenvolver bastante a conversação. Fora o aprendizado cultural mesmo, que pra mim foi o mais valioso”, admite. 

A própria estrutura da universidade superou mais uma expectativa: a de que o ganho acadêmico não fizesse tanta diferença em relação à qualidade do ensino que já havia encontrado na Unifor.

“Tínhamos aulas de manhã, à tarde e à noite. Isso porque é uma instituição muito voltada à prática e com muitos laboratórios abertos para quem precisasse inclusive virar noites estudando. Os professores também eram todos profissionais com muitos anos de mercado, então tudo era pensado e testado de acordo com as demandas reais. Então voltei para o Brasil muito bem preparado para atuar profissionalmente e com um network riquíssimo que preservo até hoje”, Fernando Diderot, recém-formado em Engenharia Civil pela Unifor e pelo Instituto Politécnico de Bragança, em Portugal. 

A possibilidade de estudo em tempo integral na cidade portuguesa onde “fazia tudo a pé” não foi menos atraente que a chance única de rodar pela Europa a preço de banana, saindo de Lisboa. Paris, Espanha e Itália viraram destinos de fim de semana. E o tour com colegas de intercâmbio incluiu Alemanha, Suíça e Luxemburgo. “Era tudo tão perto que as viagens sequer precisavam de planejamento, então bastava ter uma folguinha e a gente pegava um avião. Festas eram em Porto, uma cidade mais agitada que também atrai muitos estudantes. Por tudo isso e mais a qualidade de vida penso em voltar para Portugal, talvez para uma pós-graduação ou mesmo a trabalho, mas não agora”, planeja Diderot, feliz por ter recebido propostas para trabalhar em terras lusitanas, mas certo de que, do ponto de vista financeiro, a melhor escolha foi mesmo voltar e reassumir o cargo já conquistado na Simões Engenharia, em Fortaleza. 

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O paulista Mário Tarabuio Neto, 23, chegou em Fortaleza com a família em 2016 e a prioridade na vida estudantil já era fazer um intercâmbio. “Quando descobri a Unifor e a possibilidade da dupla titulação não tive dúvida em relação à escolha da instituição. Como estudante do Ensino Médio já tinha interesse em Relações Internacionais, então achei que Comércio Exterior seria algo próximo e, claro, um curso que me levaria a viajar para o exterior. Portanto, já entrei focado, cursei três disciplinas em inglês, passei pelo NUPEX e com uma média global acima de 8,0 em setembro de 2019 estava embarcando para a Deggendorf Institute of Technology, na Alemanha”, recorda o recém-formado profissional. Nos 11 meses em que falou inglês e alemão em sala de aula os aprendizados foram diversos e inestimáveis.

“Para quem vai trabalhar com Comércio Exterior e ter clientes do mundo todo penso que o mais importante foi ter contato com diferentes culturas, abrir a cabeça para entender como as pessoas vivem e o que elas desejam, conhecer outros costumes e aprender a ter respeito por outros valores. Isso eu só aprenderia na prática viajando mesmo e passando por disciplinas onde o produto final deveria ser desenvolvido por uma equipe formada, por exemplo, por um brasileiro, uma chinesa, um espanhol e um uruguaio. Foi isso que vivi: a reprodução de um ambiente de trabalho global, onde pessoas de todo o mundo trabalham juntas, trocando conhecimentos não só técnicos. E nada me pareceu valioso na minha formação”, Mário Tarabuio Neto, formado pelo curso de Comércio Exterior da Unifor e pela Deggendorf Institute of Technology, na Alemanha. 

A vontade de permanecer na Alemanha passou sim pela cabeça. Mas a pandemia da Covid-19 fez as oportunidades de trabalho minguarem no país e, por questões de segurança sanitária, voltar para o Brasil se tornou imperativo. Para Mário, um outro vírus, no entanto, que é próprio de quem se descobre vocacionado para varrer o mundo, já está inoculado. “Pretendo fazer concurso para a Receita Federal ou voltar a morar nos Estados Unidos, onde já estudei por dois meses. É um país que me atrai por também dominar a língua. O alemão já é mais difícil caso opte por tentar trabalho, mas tanto o método de aprendizado, em módulos que fazem você ter que cursar em duas semanas disciplinas que seriam ministradas em um semestre, quanto o amadurecimento pessoal, me prepararam para encarar qualquer desafio na área do Comércio Exterior, em qualquer lugar do planeta”, encoraja-se, planejando os próximos voos.

A estudante do Ensino Médio que no ambiente familiar anunciava aos quatro ventos o desejo de cursar Medicina descobriu na Feira de Profissões da Unifor a verdadeira vocação, para a qual ela sequer sabia dar nome. “Sempre tive vontade de conhecer o mundo, aprender novas línguas, conhecer culturas diferentes. Mas nunca pensei que isso fosse pra mim. E de repente conheci o curso de Comércio Exterior e mais a possibilidade de ter uma dupla titulação, estudando fora do país. Brilhou os olhos e foi aquele rebuliço em família. Desisti de ser médica e já entrei na faculdade interessada em enveredar para a área da Administração Internacional”, conta Rebecca Coutinho da Silva, 22, que no pico da pandemia da Covid-19 aguentou firme na Alemanha a fim de não interromper os estudos na Deggendorf Institute of Technology.

A volta ao Brasil, que só se deu em agosto de 2020, foi para assumir o emprego onde está até hoje, após ter passado por um processo seletivo online que já visava atrair egressos do curso de Comércio Exterior da Unifor com dupla titulação. 

“Sou consultora de exportação da Vonixx, empresa do setor de estética automotiva que iniciou o processo de internacionalização a partir de uma parceria que tem com o Núcleo de Práticas em Comércio Exterior da Unifor. Como já havia passado pelo NUPEX e estava justamente adquirindo ainda mais conhecimentos fora do país, era a candidata ideal para a vaga e acabei sendo contratada. Já estou lá há mais de um ano e posso dizer que esse intercâmbio cultural me fez uma profissional fora da caixinha, treinada para exercer liderança e não abrir mão da criatividade”, Rebecca Coutinho da Silva,  formada pelo curso de Comércio Exterior da Unifor e pela Deggendorf Institute of Technology, na Alemanha. 

Na Alemanha, o conjunto de habilidades e competências na área do Comércio Exterior extrapolaram a sala de aula, assim como as lições sobre empatia. “Em Deggendorf, trabalhei numa empresa especializada em montagem de palcos para shows. E me dei muito bem nesse primeiro ingresso no mercado de trabalho. Teria ficado para cavar outras oportunidades se não tivesse que voltar para me graduar e me proteger contra a Covid-19 em família. Mas a Unifor, além de me fazer descobrir a carreira dos meus sonhos, ainda foi responsável pela mediação do meu primeiro emprego na área. Então, o mundo pode esperar”, diverte-se a profissional recém-formada que também viajou a valer pela Europa, viu neve pela primeira vez, perdeu a noção do que era dia ou noite durante o inverno alemão e aprendeu a gelar a cerveja no parapeito da janela quando a temperatura marcou - 5 graus. Tudo isso enquanto conquistava seu ambicionado - e merecido - diploma internacional. 
 

No segundo semestre de 2019 um grupo de 10 alunos da Universidade de Fortaleza embarcou para a Alemanha. Tudo para viver a experiência de morar e estudar no exterior por um ano, tendo como estímulo a conquista da dupla titulação. Entre os egressos da graduação em Comércio Exterior estava Edson Rebouças Vasconcelos Filho, 24, que retornou dois semestres depois para não perder a oportunidade de também se graduar em Economia. 

“Além do diploma da dupla titulação, que me permite trabalhar no Brasil e na Alemanha, a Unifor possibilita que graduandos do Comércio Exterior possam estudar um ano a mais para fechar a grade curricular do curso de Ciências Econômicas. Então, sairei com dois diplomas locais e mais uma certificação internacional”, Edson Rebouças Vasconcelos Filho, graduado em Comércio Exterior pela Unifor e pela Deggendorf Institute of Technology. 

Na Deggendorf Institute of Technology, universidade do interior da Alemanha apinhada de estudantes de todo o mundo, o Brasil olhou nos olhos do Brasil. “Além de todo o aprendizado acadêmico prático que tive, principalmente quando falamos em negociação com países de culturas diferentes, conheci lá a minha namorada, que por incrível que pareça também era estudante da Unifor e viajou junto comigo. Passamos a fazer cadeiras comuns e morávamos no mesmo dormitório. Então no meio do intercâmbio fomos nos conhecendo e nos aproximando e estamos namorando até hoje. Ou seja, às vezes até para descobrir o amor é preciso olhar para dentro lá fora”, poetiza um enamorado Edson.  

Tem novato no Programa de Dupla Titulação. Estreando em 2022 na lista de cursos de graduação da Universidade de Fortaleza que torna possível duas certificações – uma no Brasil e outra no exterior -, o bacharelado em Jornalismo já coleciona histórias de intercâmbio. Uma das mais recentes envolve Yasmim de Carvalho Rodrigues, 22, jornalista recém-formada que, no primeiro semestre de 2020, foi estudar durante seis meses em Roma, na Itália, graças a um dos convênios estabelecidos entre a Unifor e mais de 125 instituições de ensino superior ao redor do mundo. 

“No auge da pandemia da Covid-19 eu estava estudando jornalismo em uma universidade particular, bem vizinho ao Vaticano: a Libera Università Maria Santíssima Assunta, mais conhecida como LUMSA. Isso foi possível graças ao convênio com a Unifor, onde não precisamos pagar pelo período em que estudamos fora, custeando apenas nossas próprias despesas de hospedagem e alimentação. Foi quando comecei a escrever nas redes sociais sobre a experiência de estar em outro país naquele momento histórico”, Yasmim de Carvalho Rodrigues, egressa do curso de Jornalismo da Unifor. 

“Acabei sendo ‘descoberta’ pela mídia oficial local e me convidaram para enviar informações e notícias de lá, como se eu fosse uma espécie de correspondente internacional. E isso foi um divisor de águas na minha formação e profissão”, conta Yasmin, lembrando que o conjunto de relatos acabou sendo a base do seu TCC, intitulado “No olho do furacão: a relevância do correspondente internacional durante a pandemia de 2020”. 

Jornada que segue. A ordem agora, ela acrescenta, é se aperfeiçoar cada vez mais para chegar à correspondente internacional de fato. “Pena que acabei de me formar e não vou poder experimentar o Programa de Dupla Titulação, que esse ano também passa a contemplar o curso de Jornalismo. Mas a semente de morar e trabalhar fora do país ficou plantada e sei que vou colher os resultados disso lá na frente”, anuncia.