null Quinta Literária analisa obra “Capitães da Areia" do escritor Jorge Amado

Quinta Literária analisa obra “Capitães da Areia" do escritor Jorge Amado

Capitães de Areia, de Jorge Amado (Foto: universodosleitores)
Capitães de Areia, de Jorge Amado (Foto: universodosleitores)

O Projeto Quinta Literária realiza, no dia 5 de abril, uma análise sobre a obra "Capitães da Areia”, do escritor Jorge Amado. O debate é organizado pelo Núcleo Cidadania Ativa do Centro de Ciências Jurídicas em parceria com a Vice-Reitoria de Extensão e a Pós-Graduação em Direito Constitucional.

Sob a mediação do professor Antônio Cerqueira, estarão presentes os debatedores Cremilda Moreira, Newton Albuquerque e Sandra Helena Souza. O programa tem por objetivo discutir Literatura e Direito por meio de obras literárias brasileiras e estrangeiras.

O evento terá início às 17h30 no auditório A4. Os alunos interessados em participar deverão chegar com 20 minutos de antecedência ao local para realizarem suas inscrições. Os estudantes que participarem receberão certificado válido como Atividade Complementar (2 pontos ou 5 horas).

Sobre a obra 

Clássico da literatura nacional, o romance Capitães da Areia, do escritor baiano Jorge Amado, foi  publicado em 1937, quando o Brasil estava às portas do Estado-Novo e vivia-se no mundo à época a mais complexa divisão ideológica. A obra traz a história dos meninos abandonados que moram nas ruínas de um trapiche em Salvador e vivem de pequenos furtos e golpes, brigam, fogem da polícia, enganam pessoas. São garotos transformados em homens, submetidos a um amadurecimento precoce e que há muito perderam a inocência ou a crença de que o futuro possa ser promissor.

Traduzida numa linguagem poética e emocionante, a narrativa apresenta a temática da infância abandonada e neste sentido pode-se inferir ser uma denúncia social, uma crítica ao descaso da sociedade para com a miséria humana representada nos meninos capitães da areia, retratados como seres dotados de energia, inteligência, criatividade e vontade, ainda que cerceados pelas condições sociais hostis em que estão inseridos.

A narrativa mostra a realidade que leva esses meninos a cometerem os crimes, mas se faz necessário enfatizar que em nenhum momento o autor tenta justificá-los, apenas apresenta ao leitor que o meio e a condição de vida deles influencia diretamente nas atitudes tomadas por eles. Os meninos capitães da areia que, como toda a humanidade, têm seus momentos de sonhos, de fantasia, de encantamento, como bem registra o poeta baiano: “[…] Neste momento de música eles sentiram-se donos da cidade. E amaram-se uns aos outros, se sentiram irmãos porque eram todos eles sem carinho e sem conforto e agora tinham o carinho e conforto da música. Volta Seca não pensava com certeza em Lampião neste momento. Pedro Bala não pensava em ser um dia o chefe de todos os malandros da cidade. O Sem Pernas em se jogar no mar, onde os sonhos são todos belos. Porque a música saía do bojo do velho carrossel só para eles e para o operário que parava. E era uma unidade valsa velha e triste, já esquecida por todos os homens da cidade”. (Jorge Amado, In.: Capitães da Areia)

Serviço

Programa Quinta Literária
Data: 05 de abril de 2018 
Horário: 17h30
Local: Auditório A4
Inscrições no local