seg, 11 agosto 2025 14:28
Dia dos Pais: conheça histórias de professores que inspiram seus filhos na trajetória acadêmica
Professores e filhos revelam como o vínculo familiar se fortalece também no ambiente acadêmico, em histórias marcadas por afeto, inspiração e legado na Unifor

O Dia dos Pais é uma data dedicada a homenagear aqueles que exercem com amor, presença e dedicação o papel de guiar, acolher e inspirar seus filhos ao longo da vida. A data é um momento que convida à reflexão sobre a importância da figura paterna e sobre como o cuidado, o exemplo e o incentivo podem moldar trajetórias e fortalecer laços que atravessam gerações.
Na Universidade de Fortaleza, mantida pela Fundação Edson Queiroz, essas conexões ganham ainda mais força quando o ambiente acadêmico também faz parte da história familiar. É o caso dos professores Danilo Vasconcelos e Georges Boris, que viram seus filhos trilhar os próprios caminhos dentro da instituição onde lecionam.
Para essas famílias, a Unifor vai muito além de um local de trabalho ou estudo: ela representa uma linha contínua que atravessa gerações, um espaço de crescimento e partilha. Neste Dia dos Pais, celebramos histórias que revelam como a Universidade pode ser, também, espaço de vínculos afetivos, inspiração e legado.
Danilo e Gabriela: uma história construída lado a lado
Além de ser doutor e mestre em Administração e professor do curso de Administração da Unifor, Danilo Vasconcelos também é pai de Gabriella Leite, aluna de Psicologia. “Hoje percebo que ser pai é a minha principal função na vida, pois descobri um amor que nunca imaginei ser possível”, declara. Para ele, esse papel revelou um amor inesperado e transformador, capaz de redefinir prioridades e decisões.
“Mesmo depois de algum tempo nessa ‘carreira’ de pai, entendo que, ao ensinar a minha filha o caminho que acredito ser o melhor para ela, no final, eu mesmo aprendo muito sobre a vida e a melhor forma de conduzir minhas ações através da relação com minha filha.” — Danilo Vasconcelos, docente do curso de Administração da Unifor e pai de Gabriella
A relação entre eles é “maravilhosa”, como conta Danilo. Ele vê muito de si mesmo na filha, e ambos compartilham interesses em comum — o que faz o vínculo entre os dois ser de admiração, cumplicidade e presença. “Ela busca sempre fazer o bem e cuidar das pessoas próximas a ela. Além disso, é determinada, pois se tem um problema, não descansa até descobrir a solução”, elogia o pai.
Gabriella, por sua vez, reconhece a importância da figura paterna em sua trajetória desde a infância. “Meu pai sempre foi cuidadoso, presente, e não mede esforços para ver a gente feliz. Está sempre ali, na primeira fileira, torcendo e participando de tudo comigo”, conta.
Ela também destaca a influência que Danilo teve na sua forma de enxergar o mundo. Desde a infância, aprendeu com o pai que o conhecimento é um bem inestimável, algo que ninguém pode tirar. “Foi com ele que aprendi que esforço, dedicação e curiosidade abrem portas”, relata.
A escolha pela Unifor e pelo curso de Psicologia não aconteceu por acaso. Danilo acredita que sua atuação na Universidade influenciou diretamente o caminho da filha, que acompanhou de perto sua trajetória profissional no campus. Gabriela confirma: “Sempre contei com o apoio do meu pai, desde a escolha do curso até nas decisões sobre estágios e formações. Ele investe em mim do jeito que pode, acreditando no meu potencial”.
A vivência compartilhada na Universidade também reforça a relação entre eles. Gabriella já atuou na Gerência de Recursos Humanos da Unifor como estagiária e, por um tempo, pai e filha foram colegas de trabalho. “É muito legal trocar ideias com ele sobre o que acontece na Universidade. Tenho amigos e colegas que foram alunos dele, e é sempre bom ver o respeito que ele tem por aqui. Isso me deixa bastante orgulhosa”, comenta.
Os dois sempre conversam sobre carreira e mercado de trabalho. “Trocamos ideias, matérias do LinkedIn, notícias em destaque. Nosso vínculo aumenta por termos essa experiência semelhante”, afirma Danilo.
Um dos momentos mais marcantes para o professor foi ver a filha apresentar seu Trabalho de Conclusão de Curso. “Ela foi brilhante e muito elogiada pela banca. Foi um momento especial e emocionante”, recorda com carinho aquele dia.
“A Unifor representa um legado que começou com minha avó Ana Maria [que também foi professora de Administração], passou para o meu pai e, quem sabe, seguirá comigo. Fazer parte dessa história me motiva a valorizar ainda mais tudo que esse lugar representa para a nossa família.” — Gabriella Leite, aluna do curso de Psicologia da Unifor e filha de Danilo
Georges e Lucas: entre a inspiração e a construção de um legado
Em 1985, aos 27 anos, Georges Boris iniciava sua trajetória como professor de Psicologia na Unifor e via nascer Lucas Bloc, seu segundo filho. Naquele momento, ele não imaginava que, décadas depois, o menino que crescia entre livros e conversas sobre psicologia se tornaria docente do mesmo curso — e também aos 27 anos.
Além de Lucas, o professor hoje aposentado viu outro filho também escolher a Unifor como base formativa: o mais velho, Marcelo, cursou Publicidade e Propaganda e Jornalismo. André, o mais novo, se formou jornalista pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Mas apenas o do meio foi quem decidiu seguir os passos tanto do pai quanto da mãe ao estudar a psique humana.
A decisão, no entanto, foi uma surpresa para Georges. “[Lucas] estava envolvido com esportes, mas depois resolveu fazer vestibular para Psicologia na Unifor. Cuidei de deixá-lo livre para fazer sua trajetória, e ele logo se vinculou à professora Virgínia Moreira, participando do nosso Laboratório de Psicopatologia e Clínica Humanista Fenomenológica da Unifor (Apheto)”, rememora George.
“Creio que ser pai, professor, pesquisador e psicoterapeuta são experiências semelhantes, pois são vivências de ensino e de aprendizagem mútuas. Neste sentido, educar significa fazer com que os filhos, os alunos, as pessoas e os pacientes façam suas próprias escolhas e construam suas trajetórias na vida.” — Georges Boris, professor aposentado da Unifor e pai de Lucas
Lucas confirma que, em um primeiro momento, tentou evitar seguir o mesmo caminho do pai. “Durante um tempo, ainda adolescente, neguei essa influência e busquei outros caminhos. Depois, percebi que era aquilo que eu desejava. Passei a admirar o lugar de psicólogo e professor, esse duplo lugar com várias possibilidades”, explica.
Hoje docente do Programa de Pós-Graduação em Psicologia (PPGP) da Unifor, ele compartilhou com o pai não apenas a sala dos professores, mas também o mesmo laboratório de pesquisa. “Na graduação, ficava um pouco sem jeito com a situação, mas depois passei a lidar de forma natural. Quando nos tornamos colegas, foi muito bom estar mais perto”, revela.
Georges ao lado de seus filhos: Marcelo, Lucas e André (Foto: Arquivo pessoal)
Para Lucas, a convivência com Georges trouxe tanto inspiração quanto desafios: encontrou no ambiente familiar tanto segurança quanto referências importantes, mas também enfrentou desafios por estar constantemente associado à figura do pai. Com o tempo, essas experiências contribuíram para seu amadurecimento e fortalecimento profissional.
Georges reconhece que a trajetória do filho pode ter sido inspirada pela sua, mas destaca que Lucas seguiu um caminho próprio. “Acho admirável que ele talvez tenha sido inspirado por mim, mas certamente foi adiante. Ele construiu sua própria trajetória, que está em constante crescimento”, pondera.
A sua aposentadoria não enfraqueceu os laços com o filho: “Estamos sempre juntos, viajando, participando de eventos acadêmicos. Além de um filho próximo, ele é um amigo”. Já Lucas sente que, ao seguir na Unifor, também mantém vivo um legado familiar: “Trabalhamos por anos no mesmo curso e laboratório. Manter esse legado é uma motivação para mim”.
“Agradeço por [meu pai] sempre me dar espaço e me permitir ter voz. A escolha dele nunca precisou nortear a minha. Nesse espaço, nos encontramos, e isso faz parte da nossa história” — Lucas Bloc, professor do Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Unifor e filho de George