Crianças na internet: saiba a diferença entre vigilância e controle parental
As crianças e adolescentes de hoje compõem uma geração que já nasceu digital. Com fácil acesso à internet, computadores e aparelhos móveis, a relação dos pequenos com a tecnologia é quase inevitável. No Brasil, 89% das crianças e adolescentes entre 9 e 17 anos de idade já usaram internet, segundo dados divulgados pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), com base na pesquisa TIC Kids Online 2019.
Embora as tecnologias disponíveis à palma da mãos ofereçam benefícios, o uso de internet por crianças e adolescentes pode ser perigoso, requer a atenção dos pais e responsáveis. Os criminosos se aproveitam da ingenuidade das vítimas para cometer crimes virtuais como clonagem de dados pessoais, cyberbullying e pedofilia. Para evitar esses riscos e aumentar a segurança de seus filhos, é preciso que os pais adotem o chamado controle parental.
Confiança e liberdade
Para que o controle parental seja eficaz, a psicóloga Anna Karolynne Melo, coordenadora do curso de Psicologia da Unifor, sugere que os responsáveis conheçam as ferramentas e participem com as crianças. “Para o controle, é importante que os pais tenham conhecimento da tecnologia e participem com os filhos. Controle requer conhecimento, participação e interação, bem como espaço de confiança e liberdade dentro do limites de cada idade”, comenta.
Para que ocorra de forma saudável e sem causar traumas psicológicos na criança, é necessário que haja uma conversa entre pais e filhos. A psicóloga alerta sobre o limite entre a supervisão e o abuso.
“Não se trata de vigilância, mas de controle. São coisas diferentes. A melhor forma de abordar é sentar e conversar com o filho, de acordo com a idade e linguagem apropriada para ele. É fundamental criar um clima de confiança. Como trata-se de controle parental e não de vigilância, as regras, o conteúdo, a liberdade e os limites são estabelecidos em família.Abuso é o uso excessivo do controle sem diálogo e sem construção em conjunto das regras”, explica.
A professora Hamanda Martins teve essa conversa com sua filha Nicole, de apenas 8 anos. “Ela foi avisada que iríamos supervisionar seu celular e orientada sobre o que podia ver, sobre o que é saudável e o que não é”, comenta. “Eu tenho as senhas [das redes sociais da filha], confiro o histórico, monitoro o que ela está assistindo, bloqueio canais do YouTube. Mas devido à pandemia, infelizmente, não consigo controlar a quantidade de horas [que a Nicole passa na internet]”, explica.
Ainda segundo Hamanda, a filha compreende a necessidade da supervisão. “Como foi algo conversado, ela não acha ruim, não coloca obstáculos”, conta.
Dicas para auxiliar no controle parental
Quando ativados, os algoritmos filtram conteúdos impróprios e garantem mais segurança para crianças e adolescentes. Aqui vão algumas dicas que podem ser úteis:
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Google: para bloquear resultados explícitos,vá em
Configurações > Ativar o modo SafeSearch.
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YouTube: para restringir vídeos que possam ter conteúdo para
maiores, acesseConfigurações > Modo restrito.
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Smartphones Android: para filtrar aplicativos, músicas e
filmes, vá emPlay Store > Configurações > Controle dos
pais.
- Smartphones iOS: para ocultar conteúdos e restringir acesso por faixa etária, acesse Ajustes > Geral > Restrições.
Serviço de Psicologia Aplicada (SPA)
O curso de Psicologia da Universidade de Fortaleza presta serviços e atendimentos psicológicos para a população em geral. Para ter acesso, é preciso entrar em contato com o Serviço de Psicologia Aplicada (SPA), localizado no Núcleo de Atenção Médica Integrada (NAMI). “Lá o paciente passa por um processo de triagem para identificarmos quais as queixas, de forma que possamos fazer um encaminhamento adequado. Os atendimentos psicológicos para crianças e adolescentes requer o acompanhamento dos pais/responsáveis”, orienta Anna Karolynne Melo.