ter, 2 março 2021 18:14
Capacete Elmo é resultado de união de esforços em prol da ciência e da inovação
O impacto da universidade na sociedade a partir do desenvolvimento do equipamento que ajuda a salvar vidas de pacientes com Covid-19 foi tema de live realizada pela Unifor
A grande sofisticação do capacete Elmo está na simplicidade, assim avaliam os pesquisadores que participaram do desenvolvimento do equipamento que tem auxiliado no tratamento de pacientes acometidos pelo novo coronavírus. A live "Capacete Elmo: o impacto da universidade na sociedade" realizada nessa terça, 2 de março, contou com a presença dos convidados Herbert da Rocha, coordenador do Laboratório de Pesquisa e Inovação em Cidades da Universidade de Fortaleza (Unifor) e Marcelo Alcantara, pneumologista e superintendente da Escola de Saúde Pública do Ceará (ESP/CE).
O bate papo mediado pela jornalista Taís Lopes destacou a importância do equipamento, totalmente desenvolvido no Ceará, contou com grande participação da audiência e reservou momentos finais para as perguntas dos espectadores. “O ambiente universitário de pesquisa e extensão permite que equipamentos como o Elmo surjam. Isso mostra como a universidade tem relevância para a sociedade. A pesquisa e a extensão permitem que isso aconteça. É a universidade participando ativamente do enfrentamento à pandemia”, disse o professor Herbert da Rocha.
“O Elmo é um case de inovação. É uma ideia implementada com êxito. A inovação em saúde é fantástica. Nesse processo nós não estamos desenhando só o enfrentamento à pandemia agora”, ressaltou Marcelo Alcântara, explicando que pacientes com outras doenças, como pneumonia, também podem ser beneficiados pelo uso do capacete.
O pneumologista destacou, por exemplo, a importância de ter visto, ainda em 2020, o equipamento ter colaborado com a melhoria do quadro de saúde de um amigo também médico que estava internado com Covid-19. Marcelo Alcantara considerou ainda que a iniciativa desse equipamento deixa “um legado para o Ceará”. O superintendente da ESP destacou a importância de o uso do Elmo ter começado pelo Sistema Único de Saúde (SUS), que atende pacientes gratuitamente.
Força tarefa
Idealizado em abril de 2020, quando a pandemia do novo coronavírus já contava com números alarmantes no Brasil, o Elmo é fruto de uma força tarefa público-privada de combate à crise sanitária. Em torno da iniciativa uniram-se, além da Fundação Edson Queiroz e da Escola de Saúde Pública do Ceará, um pool de instituições públicas e privadas, como a Secretaria da Saúde do Estado, a Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Funcap), a Universidade Federal do Ceará (UFC), a Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC), o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai/CE) e a Esmaltec, empresa do Grupo Edson Queiroz.
A live contou com a mediação da jornalista Taís Lopes, graduada pela Unifor, que ressaltou a importância de disseminar informações corretas sobre a Covid-19. "Afinal o conhecimento é o nosso maior aliado na pandemia", reforçou a jornalista.
O Elmo recebeu autorização da Anvisa para ser fabricado e comercializado em outubro de 2020. Desde dezembro, mais de 500 capacetes já foram produzidos e doados para hospitais cearenses, em uma parceria entre a FIEC e a Esmaltec, que ficou responsável pela produção em larga escala. Em janeiro passado, o Governo do Ceará doou 65 unidades do dispositivo para o Governo do Amazonas, em uma ação solidária que repercutiu nacionalmente.
Ao utilizar um mecanismo de respiração artificial não invasivo, o Elmo está sendo fundamental para evitar a intubação de pacientes, reduzindo em 60% a necessidade de internações em leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI). O dispositivo trata quadro clínico moderado e também auxilia casos em início de gravidade.