ter, 20 maio 2025 17:29
Com apoio da Unifor, cearenses são destaque na Olimpíada Internacional de Química
Parceria com o colégio Master oferece estrutura de ponta para alunos que disputam competições científicas. Três estudantes conquistaram medalha de bronze na IMChO 2025

Três jovens talentos do colégio Master — Vinicius Queiroz, Ian Barreto e Paulo Vinícius de Azevedo — conquistaram medalha de bronze na 59ª edição da Olimpíada Internacional de Química Mendeleev (IMChO), considerada uma das mais difíceis do mundo.
A competição reuniu cerca de 200 estudantes do ensino médio de 40 países e foi realizada pela primeira vez no Brasil, na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Os três fazem parte do grupo de sete medalhistas cearenses entre os oito brasileiros premiados na edição de 2025.
Além da dedicação e talento dos alunos, uma importante engrenagem dessa conquista é a parceria entre o Master e a Universidade de Fortaleza, da Fundação Edson Queiroz. Uma vez por semana, às terças-feiras, os alunos utilizam os laboratórios da graduação em Farmácia para se preparar experimentalmente para as olimpíadas.
Os espaços utilizados incluem o Laboratório de Extratos Vegetais e Enzimas e o Laboratório de Farmacognosia, equipados com infraestrutura de padrão universitário.
Prática que faz a diferença
A professora de Química e tutora dos alunos, Bruna Rocha, explica que o percurso até a fase internacional da olimpíada é longo e rigoroso, passando por diversas etapas teóricas e culminando em uma prova prática:
“Eles são cobrados de conteúdos que só se vê na graduação. Então, precisamos de um local com aparato de universidade. Ter acesso antecipado a esses laboratórios da Unifor fez toda a diferença para chegarem preparados”, afirma.
Já Hermes Fernandes, professor da graduação em Farmácia da Unifor e mediador da parceria, destaca que o contato com a estrutura da universidade prepara os alunos para o padrão internacional das competições:
“Eles encontram aqui um ambiente muito próximo do que verão lá fora. Além do conhecimento teórico, há o desenvolvimento de habilidades procedimentais: como manusear equipamentos, reconhecer técnicas, aplicar protocolos. Isso garante a eles um destaque ainda maior nas competições”, explica.
Voz dos estudantes
O medalhista Vinicius Queiroz, de 17 anos, sonha em cursar Engenharia da Computação. Para ele, a experiência nos laboratórios da Unifor foi essencial:
(Foto: Duda Barroso)
“Às vezes a prova teórica é muito difícil, e a experimental é o que acaba elevando a nota. Aqui na Unifor a estrutura é muito parecida com a que encontramos na prova. Essa preparação é fundamental”, pontua.
Ian Barreto, medalhista de 18 anos que cogita seguir Engenharia Mecânica ou da Computação, também enxerga na experiência prática um diferencial competitivo:
(Foto: Duda Barroso)
“É na prova experimental que normalmente os brasileiros se destacam mais. Ter essa vivência com bons reagentes e bons equipamentos dá mais tranquilidade e confiança na hora da prova”, diz.
Já João Marcelo Alves, 16 anos, aluno do segundo ano e também integrante da equipe olímpica, está iniciando os treinos práticos na Unifor e compartilha o impacto da experiência:
(Foto: Duda Barroso)
“Aqui a gente aprende como proceder na hora da prova. Muitas vezes, lá fora eles dizem o que tem que fazer, mas não como. A vivência aqui nos ajuda a entender o processo, o que aumenta muito nosso desempenho”, comenta.
Educação que transforma
A conquista dos estudantes reforça a excelência do ensino cearense e o poder transformador das parcerias entre escolas e universidades. A Unifor, ao abrir suas portas e oferecer seus espaços de prática, amplia o alcance da educação científica de ponta e reafirma seu compromisso com o desenvolvimento de jovens talentos.
“Essa experiência que os alunos vivenciam aqui, de se ambientar com um laboratório real e ter um treinamento de alto nível, é o que os prepara verdadeiramente para competir com os melhores do mundo”, conclui Hermes Fernandes.
Sobre a IMChO 2025
A Olimpíada Internacional Mendeleev de Química é uma das mais prestigiadas do mundo. Em 2025, ela foi sediada pela UFMG, em Belo Horizonte, e marcou a estreia de delegações latino-americanas como Bolívia, México e Venezuela. Dos 15 brasileiros participantes, 10 eram cearenses, responsáveis por sete das oito medalhas brasileiras.