Fundação Edson Queiroz utiliza sistema inovador na construção do Complexo Cultural que torna a obra mais sustentável
sex, 9 fevereiro 2024 18:09
Fundação Edson Queiroz utiliza sistema inovador na construção do Complexo Cultural que torna a obra mais sustentável
Dentre os benefícios da tecnologia BubbleDeck estão o menor uso de aço, concreto, madeira, energia e combustível, gerando uma diminuição na emissão de CO2, além da utilização de materiais plásticos reciclados
Compromissada com os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), propostas pela Organização das Nações Unidas (ONU), a Fundação Edson Queiroz tem como preocupação diária a sustentabilidade, seja na operação da Universidade de Fortaleza, seja nos projetos que constrói. Na obra do Complexo Cultural Yolanda e Edson Queiroz, mais recente projeto da instituição, será utilizado um sistema de construção inovador, que irá diminuir, consideravelmente, os impactos ao meio ambiente.
O sistema BubbleDeck é composto por pilares, pré-lajes em concreto armado montados sobre escoramento metálico e posteriormente complemento de concreto (capeamento), solidarizando a laje e finalizando o conceito básico do processo executivo. Apresenta os mesmos princípios estruturais de uma laje maciça convencional, trabalhando nas duas direções, mas com até 35% de redução do seu peso próprio. O sistema é composto pela incorporação de esferas plásticas nas lajes de concreto, uniformemente espaçadas entre duas telas metálicas soldadas e fixadas em treliças.
Na linha neutra da estrutura do Complexo, localizada na parte intermediária da construção, serão inseridas as lajes fabricadas com a tecnologia BubbleDeck, que são esferas preenchidas com ar. “Retirando o peso do concreto, a estrutura fica tão ou mais resistente do que a inicial e mais leve, além de com uma melhor acústica e conforto térmico”, esclarece Euclides Castelo, gerente de projetos e obras do Complexo.
Além disso, Euclides ressalta que, com a tecnologia Bubbledeck, a obra substitui o projeto convencional de concreto e aço, que envolve muita forma de madeira, para poder criar a moldagem da estrutura. “Como são lajes pré-moldadas, só precisamos de uma forma que pode ser utilizada inúmeras vezes, enquanto a forma normal é usada quatro, cinco ou seis vezes, no máximo. Só aí já é uma economia de madeira muito grande”, explica. Ele acrescenta que há ainda um menor uso de matérias-primas como concreto e aço, por exemplo.
O uso do sistema implica também na diminuição da quantidade de equipamentos e matérias-primas utilizados, mão de obra, energia, transporte de equipamentos alugados, combustível e tempo de execução da obra. Confira os ganhos ambientais em 90.000 m² de área construída:
- menos 5.924 toneladas de CO2 emitidos
- 1.350 árvores a menos cortadas
- 41.990 litros de diesel economizados
- menos 11.340 m³ de concreto e menos 1.134 toneladas de aço
- utilização de 472 toneladas de plástico descartado para reciclagem
- economia de 55.196 gigajoules (GJ) de energia embutida na produção dos materiais
Sobre a BubbleDeck
A Bubbledeck é uma empresa voltada para o desenvolvimento de projetos otimizados e sustentáveis. Foi fundada por Jorgen Breuning, engenheiro estrutural dinamarquês, focado no aprimoramento de um sistema construtivo alinhado às necessidades do mercado, ao mesmo tempo em que preserva a biodiversidade e os ecossistemas naturais.
Frente à necessidade de evoluir e inovar em técnicas de construções de concreto, especialmente as que propiciam construções mais flexíveis e sustentáveis, foi desenvolvida a primeira solução construtiva com utilização de esferas ocas verdadeiramente praticável: a Tecnologia Bubbledeck. Esse sistema construtivo inovador vem sendo utilizado em importantes projetos, em mais de 30 países – sobretudo na Europa, América do Norte, Oceania e países asiáticos, totalizando mais de 5.000.000 m² construídos.
No Brasil, em 2011, a tecnologia foi empregada pela primeira vez em grande escala na obra do Centro Administrativo do Distrito Federal – projeto que conta com mais de 160.000 m² de lajes BubbleDeck. Atualmente já são mais de 300.000 m² construídos com a tecnologia BubbleDeck no país, incluindo projetos premiados, como a ampliação do estacionamento do Aeroporto Tom Jobim no Rio de Janeiro.
O Centro Administrativo do Distrito Federal foi o primeiro projeto no Brasil que fez uso da tecnologia em grande escala (Foto: Divulgação/Bubbledeck)
Com o objetivo de ser um método revolucionário de redução de materiais em estruturas de concreto, a tecnologia BubbleDeck surge como uma grande oportunidade para o mercado de construção civil, inovando na forma de construir e propiciando a abertura de novas redes de relacionamento, a fabricação de novos insumos e o desenvolvimento de novos softwares, aplicativos e equipamentos capazes de auxiliar o processo construtivo com sustentabilidade e inovação.
Mais sobre o Complexo Cultural Yolanda e Edson Queiroz
A Fundação Edson Queiroz deu início, em julho de 2023, às obras de construção do Complexo Cultural Yolanda e Edson Queiroz, um megaprojeto de 108.984m² de área construída, distribuídos em 25.000m² ao lado da Universidade de Fortaleza , no local onde funcionou por várias décadas o antigo Centro de Convenções de Fortaleza.
O projeto é de autoria do arquiteto cearense Luiz Deusdará, renomado profissional com mais de mil obras espalhadas por todo o País e detentor de diversos prêmios nacionais e internacionais. A construção será feita em três etapas.
Como atração especial, as fachadas dos dois prédios de frente para a avenida Washington Soares serão as primeiras do Brasil a contar com projeções mapeadas (Imagem: Maquete Digital do Complexo)
O novo equipamento terá como principal atração um museu de 9.631m², abrigando um memorial, áreas de exposição permanente e temporária, acervo de obras raras, reserva técnica, espaço de formação técnica, dez auditórios de 150 lugares cada, área de convivência com restaurantes e lanchonetes e 250 vagas de estacionamento no subsolo.
Já em um prédio com pouco mais de 10.400m² construídos haverá um amplo teatro com 1.580 lugares, salas destinadas à orquestra, banda, coral e dança, além de restaurante, dois auditórios com capacidade para 150 lugares, área de convivência e também 250 vagas no subsolo.
O terceiro e último prédio do projeto será uma torre de 19 pavimentos, totalizando 31.500m². Na torre, serão criados ambientes para ensino presencial, híbrido e virtual, o Museu da Imprensa, espaços para locação, 10 auditórios de 150 lugares, área de convivência e 300 vagas no subsolo.