Programa de Apoio Psicopedagógico celebra 18 anos acolhendo a comunidade acadêmica

seg, 6 novembro 2023 15:41

Programa de Apoio Psicopedagógico celebra 18 anos acolhendo a comunidade acadêmica

Iniciativas do PAP fazem a diferença promovendo inclusão, acessibilidade e saúde mental na Universidade de Fortaleza


Tanto o aluno quanto a família do estudante podem entrar em contato com o PAP para buscar suporte à jornada acadêmica (Foto: Ares Soares)
Tanto o aluno quanto a família do estudante podem entrar em contato com o PAP para buscar suporte à jornada acadêmica (Foto: Ares Soares)

Cada vez mais discutidas na sociedade, a inclusão e a acessibilidade já estão em pauta na Universidade de Fortaleza, da Fundação Edson Queiroz, há quase duas décadas. Desde 2005, a instituição disponibiliza o Programa de Apoio Psicopedagógico (PAP), que visa garantir aos estudantes acolhimento e respeito em sua diversidade, tornando o percurso do ensino superior mais positivo e saudável.

Segundo a coordenadora Terezinha Joca, o PAP se preocupa com a acessibilidade em todas as vertentes: atitudinal, pedagógica, arquitetônica, digital e nas comunicações. Assim, para viabilizar essa atuação, trabalha junto a outros setores da Universidade, indicando adequações e melhorias. 

O intuito é eliminar barreiras físicas e de comunicação interpessoal, além de incluir tecnologias assistivas para tornar a instituição cada vez mais acessível a alunos, professores, funcionários e visitantes.

Rumo a duas décadas de acolhimento

Em 18 anos, a atuação do PAP cresceu vertiginosamente. Se em 2008 o Programa já realizava cerca de 180 atendimentos anuais, agora, em 2023, a conta chega a 6.000 atendimentos por ano. Um reflexo do crescimento do número de Pessoas com Deficiência (PcD) e necessidades específicas, que hoje participam cada vez mais do mundo universitário.

“A Unifor acolhe as mais diversas deficiências, pois procuramos seguir a Lei Brasileira de Inclusão (nº 13.146/2015). Assim, entre nossos estudantes, temos pessoas com deficiência física, visual, auditiva e cognitiva;  Transtorno do Espectro Autista; síndrome de Down; comprometimento neurológico; Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade; transtorno de aprendizagem; entre outras síndromes”, destaca Terezinha. 

A psicóloga e psicopedagoga pontua que as estratégias do Programa de Apoio Psicopedagógico para atender esses alunos são:

  • Serviço de intérpretes de Língua Brasileira de Sinais (Libras) em sala de aula, nos eventos e nas demais atividades acadêmicas;
  • Adaptação de material para pessoas com deficiência visual;
  • Parceria com a Assessoria dos Espaços Acadêmicos e com o Escritório de Acessibilidade para criação e manutenção de acessibilidade arquitetônica;  
  • Parceria com os Centros de Ciências e o polo de Educação a Distância (EaD), pensando a acessibilidade pedagógica, apoio de prova e escuta psicológica;  
  • Acolhimento em situação de crise.

O PAP ainda contribui com a acessibilidade no Escritório de Práticas Jurídicas (EPJ), no Núcleo de Atenção Médica Integrada (NAMI) e no Centro de Formação Profissional (CFP) — que promove a capacitação acessível de pessoas da comunidade, assim como auxilia a inserção desse público no mercado de trabalho.

Dentre os valores da Universidade, Terezinha ressalta o “Respeito ao ser humano, à sua diversidade, direitos e aos princípios democráticos” como mote norteador da atuação do Programa.


“É neste valor que se pauta a missão do PAP: promover a cultura de inclusão e acessibilidade na Unifor a partir do acolhimento e da promoção de um espaço apropriado para atendimento e orientação às necessidades específicas da vida acadêmica do estudante durante seu percurso na Universidade. O que tem feito a diferença das demais instituições e possibilitado a acessibilidade e a aceitação dos alunos de forma singular”Terezinha Joca, coordenadora do Programa de Apoio Psicopedagógico (PAP)

Agentes da inclusão

“Poderia dizer que além das atividades em suas descrições de cargo, toda a equipe tornou-se agente de inclusão”, celebra Terezinha. O PAP é composto por um time multidisciplinar, preparado para oferecer suporte aos estudantes em diversas atividades acadêmicas. A estrutura divide-se em:

  • Coordenação (psicóloga e psicopedagoga), que atende os estudantes e seus familiares, além da gestão do setor;
  • Dois psicólogos, um com foco na escuta psicológica e outro no viés da queixa da aprendizagem;
  • Três estagiários bolsistas, estudantes do curso de Psicologia, que atuam diretamente no apoio e escuta dos alunos;
  • Seis intérpretes de Libras, para mediar a comunicação dos estudantes e professores surdos;
  • Uma auxiliar administrativa responsável pelo atendimento inicial, pela agenda e pelas demais atividades administrativas. 

Suporte para grandes conquistas

Mestrando do Programa de Pós-Graduação em Direito (PPGD) da Universidade de Fortaleza, Tiago Guimarães conta com o apoio do PAP desde a graduação em Direito, que também cursou na instituição.

O aluno tem deficiência visual e faz uso de um computador com leitor de tela para estudar. É por meio do PAP que o aluno realiza a conversão do material de estudo para um formato acessível, apto a ser lido pelo software que utiliza. 

“Esse trabalho me admira bastante porque não é uma tecnologia muito simples. É muito importante a continuidade desse serviço para que eu tenha acesso aos textos”, enfatiza Tiago.


“Eu precisava ter acesso aos textos, e o trabalho do PAP de convertê-los a um formato acessível para mim foi essencial para conseguir concluir o curso de Direito. E está sendo também agora na pós-graduação”Tiago Guimarães, mestrando do Programa de Pós-Graduação em Direito da Unifor

Durante as apresentações de trabalhos, o PAP também dava suporte ao estudante — seja na elaboração de slides para apresentações, seja na revisão de artigos que deveriam estar de acordo com as normas da ABNT.

O jovem destaca ainda a questão da locomoção. Segundo Tiago, o PAP sempre o auxiliou na orientação e mobilidade: “Um profissional me atendia bem e possibilitava esse deslocamento no campus, o que me dava segurança na Universidade”.   

Pioneirismo e visão de futuro

Quando o Governo Federal instituiu o Programa Incluir nas universidades públicas em 2005, a Unifor, como instituição particular, partiu à frente e criou o PAP, que passou a existir formalmente a partir de 29 de setembro daquele ano.

A princípio, apresentava um viés pedagógico por ter a sua origem formada por uma equipe de pedagogas. Na Divisão de Assuntos Pedagógicos encontrava-se a professora Maria Adiléa Farias Lima, pioneira na área de inclusão na década de 1970; e à frente do PAP estavam as professoras Lina Maria Fernandes de Gil e Célia Maria Onofre da Silva, de 2005 a 2008.

Em 2008, desenhou-se um novo formato, inserindo espaço de estágio em Psicologia Educacional, com a proposta de apoio psicopedagógico e escuta sensível em decorrência da identificação de questões emocionais no discurso do estudante que chegava ao Programa.


Alunos contam com o apoio de intérpretes de libras em todas as etapas da formação acadêmica na Unifor, desde o ingresso na instituição até a formatura (Foto: Filipe Pereira)

Após 18 anos, o PAP comemora as conquistas alcançadas enquanto se mantém atento para novas necessidades e possibilidades. Em parceria com a Comissão Permanente de Processo Seletivo (CPPS), o programa participa do vestibular inclusivo, com apoio aos candidatos que se autodeclaram com deficiência, e aponta necessidades específicas, a fim de possibilitar a participação de todos.

O setor também promove eventos acadêmicos com a temática e o protagonismo de pessoas com deficiência, além de participar de feiras de profissão e desenvolver o Projeto Florescer, que incentiva o desaceleramento e promove o bem-estar no campus.

Serviço

Programa de Apoio Psicopedagógico (PAP)
Telefone: (85) 3477-3399
WhatsApp: (85) 99250-7530
E-mail: pap@unifor.br 
Localização: Bloco N, sala N-12 – campus da Universidade de Fortaleza