Unifor sedia elaboração do primeiro Plano de Ação Territorial do Ceará voltado à proteção da fauna silvestre
qui, 6 novembro 2025 16:56
Unifor sedia elaboração do primeiro Plano de Ação Territorial do Ceará voltado à proteção da fauna silvestre
Evento reuniu especialistas e órgãos ambientais para traçar estratégias de combate a crimes ambientais e preservação das espécies ameaçadas nos sertões cearenses

Palco de um importante marco na preservação da biodiversidade, a Universidade de Fortaleza (Unifor) — mantida pela Fundação Edson Queiroz — sediou, por meio da Divisão de Responsabilidade Social, setor vinculado à Vice-Reitoria de Extensão e Comunidade Universitária, o lançamento do primeiro Plano de Ação Territorial do Ceará (PAT Sertões).
A iniciativa, promovida pela Secretaria Estadual de Proteção Animal (SEPA), tem como propósito proteger espécies ameaçadas de extinção e foi realizada em parceria com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), o Instituto Pró-Silvestre e a Secretaria do Meio Ambiente e Mudança do Clima (SEMA).
Realizado entre 6 e 10 de outubro, o encontro reuniu técnicos, representantes de organizações da sociedade civil e servidores públicos das esferas municipal e estadual, vindos de diversas regiões do Ceará.
O plano estabelece metas para os próximos cinco anos, com foco em fortalecer as estratégias de conservação. Entre as ações prioritárias estão o combate ao tráfico e à caça ilegal de animais, a redução de atropelamentos em rodovias, a prevenção de queimadas e o controle da ocupação urbana irregular em áreas de proteção ambiental.
O objetivo de longo prazo é ampliar a conservação de habitats e da sociobiodiversidade, promovendo simultaneamente o turismo ecológico e o reconhecimento dos sertões como áreas estratégicas para a proteção da fauna e da flora. O projeto contempla tanto espécies já conhecidas quanto as chamadas “espécies beneficiadas”, ainda pouco estudadas.
Para a elaboração do PAT, foram consideradas as particularidades de cada região sertaneja — Inhamuns, Crateús, Sertão Central, Sobral, Centro-Sul e Canindé — garantindo que as ações sejam adaptadas à realidade e às necessidades locais.
Espaço de diálogo e construção de políticas ambientais
Durante cinco dias, especialistas discutiram as principais ameaças à fauna silvestre e definiram ações prioritárias para conter o avanço desse processo. A partir de um diagnóstico participativo, foram identificadas espécies em risco de extinção e as causas para o declínio de suas populações.
Para Karine Montenegro, orientadora da Célula de Silvestres da SEPA e integrante da organização do evento, a elaboração do plano representa um marco na política ambiental do Ceará.
“Sem PAT, não há norteamento sobre as causas que ocasionam as extinções das espécies da fauna silvestre cearense. Tendo sido esse o motivo da SEPA [Secretaria Estadual de Proteção Animal] ter dado o ponta-pé inicial nessa iniciativa [...] Eu, como atual orientadora [...] dobrei esforços para que o evento ocorresse com a participação concreta dos municípios dos sertões do Ceará. O Plano de Ação foi o primeiro do Ceará e foi um sucesso!”, destacou.
Estratégias conjuntas para proteger a vida nos sertões
A analista ambiental Silmara Loiola, da Secretaria de Meio Ambiente de Parambu, participou da iniciativa representando o Sertão dos Inhamuns e ressaltou a importância do PAT Sertões como instrumento essencial para a gestão e formulação de políticas públicas voltadas à conservação da fauna.
“Esse Plano de Ação Territorial é um importante instrumento de gestão e de políticas públicas que tem como objetivo melhorar o status de conservação das espécies de fauna ameaçadas de extinção dos sertões cearenses. Nesse contexto, o PAT reúne objetivos e ações prioritárias para se chegar a tal objetivo”, explicou.
Silmara destacou ainda que o planejamento colaborativo proporcionou uma compreensão mais ampla e integrada dos desafios enfrentados pela conservação ambiental no interior do Estado.
“Participar do planejamento possibilitou uma visão mais integrada dos diversos desafios para a conservação da fauna silvestre nos sertões cearenses. A atuação colaborativa proposta exige de cada participante um posicionamento mais assertivo em prol da conservação. Isso na minha atuação envolve a busca de estratégias mais adequadas à realidade da minha região”, completou.
Um marco para a conservação ambiental no Ceará
Ao reunir governo, especialistas e representantes govenarmentais em torno de um propósito comum, a Unifor reafirmou seu papel como espaço de convergência de conhecimento, pesquisa e políticas públicas. Mais do que um evento técnico, o encontro na Unifor simboliza um compromisso coletivo com o meio ambiente — um esforço conjunto para proteger a vida que resiste e floresce nos sertões do Ceará.