As pessoas que começam seus próprios negócios são motivadas por diferentes motivos. Algumas pessoas querem a liberdade de serem seus próprios chefes enquanto outras estão mais a fim de perseguir seus propósitos na vida. Nas últimas três décadas, um tipo diferente de empreendedor emergiu, um indivíduo que busca resolver determinados problemas da sociedade por meio da criação de modelos de negócios sustentáveis: o empreendedor social.

Sendo assim, podemos definir o empreendedorismo social como o processo pelo qual indivíduos e startups desenvolvem e financiam soluções que abordam diretamente problemas sociais de diferentes formas. Um empreendedor social, portanto, é uma pessoa ou entidade que explora oportunidades de negócio que têm um impacto positivo na sua comunidade, na sociedade ou no mundo.

Embora por vezes confundido com organizações sem fins lucrativos, o empreendedorismo social é um empreendimento com fins lucrativos, embora seja dada maior ênfase à criação de mudanças sociais ou ambientais.

Em outras palavras, o empreendedorismo social tem tudo a ver com o reconhecimento dos problemas sociais e a realização de uma mudança através do uso de princípios, processos e operações empreendedoras. Inicialmente, trata-se pesquisar bem para definir um problema social específico com exatidão e depois organizar, criar e gerir um empreendimento para alcançar a mudança desejada.

Para deixar a diferença mais clara, enquanto o empreendedorismo tradicional tem mais a ver com abrir um novo negócio ou diversificar o negócio existente, o empreendedorismo social focaliza na transformação social. Dessa forma, a avaliação de desempenho desses empreendimentos é feita também a partir do volume e da estrutura das transformações sociais geradas, e não apenas de métricas mais tradicionais como lucro ou retorno em termos monetários.

Professor Bruno de Souza Lessa, historiador e administrador. Doutor em Administração, coordenador do Laboratório de Gestão e Inovação (Lapig) e professor do Centro de Ciências de Comunicação e Gestão.