sex, 5 abril 2024 17:55

Bolsas de valores em alta nos EUA e na Europa são destaques em março

O Boletim de Mercado de Capitais, elaborado pelo curso de Finanças da Universidade de Fortaleza, tem como propósito trazer informações da seara financeira e análises dos principais fatos do mundo dos investimentos, em escala global, nacional, e especialmente do mercado financeiro cearense.

Mercado de Capitais Internacional

A economia dos Estados Unidos continuou a demonstrar resiliência, apesar do índice de desemprego ter subido ligeiramente para 3,9% em fevereiro, após manter-se em 3,7% nos três meses anteriores. Ainda que se tenha observado demissões no início do ano, os empregadores estão, em geral, mantendo seus funcionários, refletindo as dificuldades em encontrar mão-de-obra. Na seara monetária, o Federal Reserve (FED) anunciou a manutenção das taxas de juros, que permaneceram entre 5,25% e 5,50%, reiterando a necessidade de maior confiança da trajetória da inflação em direção a meta para reduzir os juros nos próximos meses. Os preços mais altos da gasolina, impulsionaram a inflação nos EUA em fevereiro, com o Índice de Preços ao Consumidor (CPI) registrando um aumento de 3,2% nos últimos 12 meses. 

Na Zona do Euro, a taxa de desemprego caiu para 6,4% em janeiro de 2024, retomando a mínima recorde anterior, após uma leve alta em dezembro. No entanto, o Banco Central Europeu (BCE) optou por manter as taxas de juros inalteradas em 4%, apesar da queda do índice de preços ao consumidor (CPI), que registrou inflação de 2,6% em fevereiro, ligeiramente inferior ao mês anterior, indicando uma tendência de desaceleração da dinâmica inflacionária. 

No mercado financeiro internacional, os índices DAX, S&P 500, Nikkei e Nasdaq apresentaram ganhos de 4,6%, 3,1%, 3,1% e 1,8%, respectivamente, evidenciando um otimismo nas bolsas globais, em grande medida pela expectativa futura da redução de juros nos Estados Unidos e na Europa, sinalizados pelas autoridades monetárias, caso a inflação tenha trajetória de baixa.

Quadro 1 - Comportamento dos principais índices e ativos pelo mundo (Março/2024)

Fonte: Valor Data; Investing.com

Mercado de Capitais Nacional

No contexto brasileiro, a inflação apresentou leve aceleração em fevereiro (+0,83%), porém ainda sob controle, especialmente quando avaliada na métrica dos últimos doze meses, que atualmente está em 4,50%. Diante do cenário de desinflação no Brasil, o Banco Central (BC) reduziu os juros pela sexta vez consecutiva. O Comitê de Política Monetária (Copom) cortou em 0,5 ponto percentual a meta da taxa Selic, reforçando o compromisso em manter a estabilidade dos preços e estimular o crescimento econômico. A expectativa para a próxima reunião e é de mais um corte de 0,5 ponto. 

Em termos de expectativas do crescimento do PIB, em função da economia brasileira ter apresentado um dinamismo um pouco acima do esperado no início do ano, o Banco Central revisou suas projeções de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em 2024, com a previsão passando de 1,7% para 1,9%. Apesar do cenário benigno da atividade econômica, persistem alguns desafios macroeconômicos, como o atingimento da meta de superávit fiscal para o ano de 2024. 

O mercado financeiro brasileiro tem mais uma inovação. Criado pela B3 e a S&P, o Índice de Volatilidade VIX da B3 será uma ferramenta valiosa para medir a temperatura da bolsa brasileira. Segundo a própria B3, o índice S&P/B3 Ibovespa VIX buscará medir a volatilidade implícita no mercado brasileiro de valores, sendo um índice em tempo real que reflete o sentimento dos investidores a respeito da volatilidade prevista no benchmark para a renda variável no Brasil, o índice Bovespa (Ibovespa B3). Em fevereiro de 2024, o índice S&P/B3 Ibovespa VIX apresentou queda de 4,8%. 

Enquanto o cenário internacional se mostrou mais otimista, impulsionando uma valorização do dólar em 0,8%, o mercado brasileiro enfrentou desafios adicionais. O Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, registrou queda de 0,7% em março, ficando à margem dos resultados positivos observados nos principais mercados internacionais.

Quadro 2 - Comportamento dos índices no Brasil (Março/2024)

Fonte: Valor Data; Investing.com

Quadro 3 – Melhor desempenho no Ibovespa (Março/2024)

Fonte: Infomoney.com

Quadro 4 – Pior desempenho no Ibovespa (Março/2024)

Fonte: Infomoney.com

Ação estudada do mês: BRISANET (BRIT3)

a) Análise fundamentalista

Quadro 5 – Indicadores fundamentalistas

Fonte: TradeMap 
Posição: 02.04.2024

Índice P/L é calculado a partir do preço da ação dividido pelo lucro por ação anual do ativo. Ele representa o quanto o mercado está disposto a pagar pelos ganhos de uma empresa. No caso de BRIT3, o P/L é igual a 14,92.

O índice P/VP é obtido após a divisão entre o preço do ativo e o valor patrimonial da empresa. No caso de BRIT3, o valor do P/VP de 1,33 indica que o preço de negociação do ativo está acima do seu valor patrimonial.

Para se obter o cálculo percentual do Dividend Yield de uma empresa deve-se dividir o valor de dividendos pagos durante um determinado período pelo preço da ação, antes da distribuição de dividendos e multiplicar por 100. Através do DY é possível entender a relação entre os dividendos que a empresa distribuiu e o preço atual da ação da companhia. O DY de BRIT3 é 0,74%.

Importante ressaltar que a empresa abriu o capital em 2021 no segmento do Novo Mercado, o que indica boas práticas de governança corporativa. A empresa cearense lidera o mercado de banda larga fixa no Nordeste, possuindo a maior nota de satisfação dos clientes nos oitos estados em que foi avaliada - segundo pesquisa da Anatel em 2023.

b) Análise técnica

Gráfico 1 – Gráfico diário BRIT3


Posição: 02.04.2024

No BMC de julho de 2023, mostrou-se que o papel voltou a testar o suporte na faixa de R$ 1,70 (linha verde). Na atualidade o papel demonstra uma tendência de alta formando uma Linha de Tendência de Alta – LTA (linha amarela tracejada) desde o final do primeiro trimestre de 2023. Ao longo do segundo semestre de 2023 o papel encontrou uma resistência em torno de R$ 3,80 que foi superado em março deste ano (linha vermelha) e se encontra em tendência de alta trabalhando acima da MM200 exponencial cotado a R$ 4,52. 

O HCMCD está em máximos e o IFR está sobrecomprado que, segundo a teoria da Análise Técnica, indica possível correção do preço para voltar a testar a resistência de R$ 3,85 que foi superada e agora atuaria como suporte.

Equipe de elaboração

Professores

• Prof. Luiz Fernando Gonçalves Viana
  Economista - Corecon-CE n. 2.718-9
  CNPI-P – n. 3122
   
• Prof. Allisson David de Oliveira Martins
  Economista - Corecon-Ce n. 3221
  CNPI – n. 3810
   
• Prof. Ricardo Aquino Coimbra
  Economista - Corecon-Ce n. 2575
  CNPI – n. 101/00 

Alunos

• Artur Sampaio Pereira - Ciências Econômicas
• Matheus Santiago de Oliveira Tavares - Ciências Econômicas
• Vicente Aníbal da Silva Neto - Ciências Econômicas