ter, 19 outubro 2021 12:45
Coragem e conexão fazem parte das vivências da professora Mariana Fontenele, do CCG
Literatura é inspiração diária para a professora que leciona nos cursos de Jornalismo e de Publicidade e Propaganda da Universidade de Fortaleza
"Educação não transforma o mundo. Educação muda as pessoas. Pessoas transformam o mundo"
Paulo Freire
As palavras e as imagens perpassam o fazer da professora Mariana Fontenele, do Centro de Ciências da Comunicação e Gestão (CCG), dentro e fora da sala de aula. Com os alunos das graduações em Jornalismo e em Publicidade e Propaganda, a literatura e o cinema são parte do processo ensino-aprendizagem. Os livros também são uma “paixão” quando Mariana está fora da Universidade de Fortaleza.
Grande Sertão: Veredas ocupa lugar central na biblioteca da professora. É um trecho da obra do escritor mineiro Guimarães Rosa que Mariana Fontenele cita como inspiração. A fala do personagem Riobaldo menciona o “correr da vida” e também o que viver requer: coragem. Na trajetória como pesquisadora, palavra e imagem se fizeram novamente presentes para a professora, que é mestre em Comunicação. “Poesia talhada em madeira: João Guimarães Rosa e Arlindo Daibert” é o título da dissertação na qual estudou xilogravuras inspiradas na obra de Guimarães Rosa.
Brincar com o cachorro da raça dachshund, o Salsicha, é outro passatempo de Mariana, cuja família ganha mais um integrante em breve: uma menina que está sendo gestada. A professora que gosta de cozinhar e de ir à praia é ainda orientadora no Núcleo de Jornalismo da TV Unifor. “A partir do momento em que auxilio na formação ética de cidadãos e cidadãs conscientes e humanos, isso me orgulha de ser professora e atuar na educação”, explica a docente.
Mariana Fontenele é a sétima entrevistada da série Gente que muda o mundo, feita especialmente para o Dia do Professor. Desde 11 de outubro, a série apresenta docentes dos quatro Centros de Ciências da Universidade de Fortaleza, instituição da Fundação Edson Queiroz. Ao longo dos últimos dias as professoras e os professores da Unifor contam como o processo de ensinar e aprender está relacionado às próprias vidas
“O correr da vida embrulha tudo, a vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem. O que Deus quer é ver a gente aprendendo a ser capaz de ficar alegre a mais, no meio da alegria, e inda mais alegre ainda no meio da tristeza!”
fala do personagem Riobaldo, do livro Grande Sertão: Veredas, de Guimarães Rosa
O que a inspirou a se tornar professora?
De início, o meu interesse pela pesquisa. Durante a graduação, tive a oportunidade de cruzar com professoras inspiradoras, que despertaram em mim o olhar curioso e a vontade de estar sempre próxima ao conhecimento. Durante o mestrado, me encantei com a sala de aula, com a possibilidade de contribuir com a formação de pessoas e, principalmente, o aprendizado advindo do contato com as alunas e os alunos.
O que mais gosta de fazer no cotidiano fora da sala de aula e como isso se relaciona com o seu trabalho de educador?
Fora da sala, gosto de assistir a filmes, (optando por ver) de comédia romântica ao cinema de arte francês. Além de ler. A literatura é minha paixão. Tanto o cinema quanto os livros me inspiram em sala de aula.
Por favor, conte para a gente sobre uma aula diferente e empolgante para a turma, na qual trouxe um pouco das suas vivências/ saberes para abordar o conteúdo de forma inovadora.
Acredito que o que enriquece uma aula são as experiências. As minhas e também as dos alunos. Penso na aula como um espaço de troca, de reflexão, de crescimento pessoal e profissional. Neste sentido, busco promover este espaço do diálogo, do respeito, do acolhimento e da construção do conhecimento. Às vezes isso se dá por meio de uma roda de conversa, durante a discussão sobre um filme ou na análise de um caso midiático. Em outras situações, é por meio do desenvolvimento de projetos que estimulem a autonomia e a criatividade, do trabalho de campo ou de uma visita técnica que conseguimos expandir nossos horizontes. As possibilidades são infinitas.
O que mais gosta na sua profissão?
Poder contribuir e acompanhar o crescimento pessoal e profissional dos alunos e a possibilidade de ensinar e aprender diariamente.
Como atuar na educação dialoga com seu desejo de contribuir para um mundo melhor?
A partir do momento em que auxilio na formação ética de cidadãos e cidadãs conscientes e humanos, isso me orgulha de ser professora e atuar na educação.
Qual é seu maior sonho em relação ao seu trabalho?
Aprimorar meus conhecimentos de modo constante, ter reconhecimento em nível acadêmico e profissional. Além disso, ampliar minha rede de ex-alunos e ex-alunas que hoje e no futuro são e serão colegas de profissão.
Conte-me sobre uma aula inesquecível (pode ser do ponto de vista de professor ou de você como aluno que viria a se tornar professor).
As aulas que mais me cativaram e me marcaram foram aquelas mais simples: papel, quadro, uma turma aberta e disposta ao diálogo. Me inspira como, na simplicidade e na vontade de docentes e discentes, se estabelece um valioso processo de troca. Passei por essas experiências no mestrado, na graduação e agora como professora. Sinto-me privilegiada, pois estive em ambas as posições neste processo.
A obra de Guimarães Rosa e de Santa Teresa D´Ávila são inspirações para a professora Mariana Fontenele. No exemplar de Grande Sertão: veredas, havia uma foto de Mariana criança com a ex-professora da segunda série do Ensino Fundamental (Foto: Ares Soares)
Que professor, autor, personalidade o inspira? Por quê?
As obras de Guimarães Rosa e Santa Teresa D'Ávila são fontes de inspiração para minha vida. De professores, muitos contribuíram, de formas distintas, para minha formação. Tenho muito respeito e gratidão por todos; de modo especial, [por] minha ex-orientadora de mestrado e hoje amiga, Gabriela Reinaldo, que sempre ensinou com generosidade. E os colegas da Unifor, com as e os quais aprendo todos os dias e tenho uma relação fraterna.
Há alguma frase, verso, música ou citação que tem muito significado para você? Qual?
“O correr da vida embrulha tudo, a vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem. O que Deus quer é ver a gente aprendendo a ser capaz de ficar alegre a mais, no meio da alegria, e inda mais alegre ainda no meio da tristeza! Só assim de repente, na horinha em que se quer, de propósito – por coragem. Será? Era o que eu às vezes achava”. João Guimarães Rosa, em Grande Sertão: veredas.
Como se imagina quando não estiver mais dando aulas?
Lendo, escrevendo e dedicando tempo à família. Isso perto da natureza.
Gente que muda o mundo - diversidade de aprendizados e saberes
Daniel Camurça (CCJ)
Daniel Camurça, historiador e professor do Centro de Ciências Jurídicas (CCJ). Urbano, ele adora andar pelas ruas, praças e cidades. É fã de séries e animações da cultura pop. Nas horas vagas gosta de cuidar de plantas e animais de estimação. Veja a entrevista completa e o vídeo aqui.
Daniela Araújo (CCT)
Daniela Araújo Costa (CCT) é graduada em Engenharia Civil e mestre em Administração de Empresas. Começou na docência ministrando aulas de inglês para crianças e preparando adultos para certificações internacionais como testes da Universidade de Cambridge. Desde 2003 atua no ensino superior. Daniela se considera muito comunicativa e “alto astral”. Ler e ver filmes estão entre os principais passatempos. Leia a entrevista na íntegra e veja o vídeo aqui.
Landsberg Costa (CCG)
O professor do Centro de Ciências da Comunicação e Gestão da Universidade de Fortaleza, Landsberg Costa, destaca “o poder transformador que a educação tem na vida das pessoas e como os professores podem ter o efeito catalisador dessa transformação”. Ele é o terceiro docente da série de entrevistas Gente que muda o mundo. Graduado em Administração de Empresas, Landsberg vibra ao ver os alunos demonstrando desenvoltura e aprendizado durante momentos do cotidiano, como em uma aula de campo. Veja toda a entrevista aqui.
Cristina Santiago (CCS)
Os movimentos ágeis das agulhas de crochê e os procedimentos delicados da Fisioterapia Dermatofuncional são comandados pelas mesmas mãos, as da docente do Centro de Ciências da Saúde, Cristina Santiago. Graduada em Fisioterapia e mestre em Saúde Coletiva, Cristina tem colorido a vida com as linhas utilizadas em trabalhos manuais. Leia a entrevista na íntegra e assista ao vídeo aqui.
Armando da Costa Júnior (CCJ)
A banda Inimputáveis traz no vocal um advogado criminalista. Seja ao cantar as letras de bandas como Charlie Brown Jr, participar do Tribunal de Júri ou lecionar, o professor Armando da Costa Júnior atua com intensidade. “Por causa dos meus dois metros, as pessoas costumam me chamar de Armandão. Além de professor, sou advogado criminalista. São duas profissões que exerço com enorme paixão”, conta. Veja a entrevista inteira aqui.
Pedro Boaventura (CCT)
O arquiteto e urbanista Pedro Boaventura dá aulas há quase três décadas. Também gosta de desenhar, fazer maquetes e objetos, cuidar das plantas e dedilhar no teclado. Pedro ama ser ponte para o aprendizado e possibilitar que os alunos caminhem em direção à descoberta de talentos e à consolidação de saberes. Leia mais aqui.
Mariana Fontenele (CCG)
As palavras e as imagens perpassam o fazer da professora Mariana Fontenele, do Centro de Ciências da Comunicação e Gestão (CCG), dentro e fora da sala de aula. Com os alunos das graduações em Jornalismo e em Publicidade e Propaganda, a literatura e o cinema também são inspirações para o processo ensino-aprendizagem. Os livros também são uma “paixão” quando Mariana está fora da Universidade de Fortaleza. Leia toda a entrevista e veja o vídeo aqui.
Lívia Andrade (CCS)
O olhar atento para a Saúde e para a Educação requer que acolhimento e empatia acompanhem a técnica. É dessa forma que ser enfermeira e ser professora são linhas que se cruzam na trajetória da docente do Centro de Ciências da Saúde da Universidade de Fortaleza, Lívia Andrade. Além de atuar na graduação de Enfermagem, na orientação na Liga de Estudos sobre Violências e Acidentes e na coordenação da Pós-graduação (Lato Sensu), ela também gosta de atividades físicas e de viajar. A entrevista completa está disponível aqui.