Estudantes de Cinema da Unifor apresentam trabalhos no Festival NOIA 2018
O NOIA - 17º Festival do Audiovisual Universitário acontece de 11 a 16 de outubro, no Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura.
Fotografia, curtas de ficção e documentários. Diferentes produções artísticas dos alunos de Cinema e Audiovisual da Unifor serão apresentadas no NOIA - 17º Festival do Audiovisual Universitário. O evento acontece de 11 a 16 de outubro, em diferentes espaços do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, em Fortaleza.
Com o título “Fruto”, a fotografia de Alian Minerva compõe a Mostra Cearense de Fotografia Universitária, disputando na categoria individual. “Tommy Brilho”, curta de Sávio Fernandes, participa da Mostra Brasileira de Cinema Universitário. Já o documentário de ficção “Memória para Luz”, de Heládio Filho, o curta “Aos Meus Pés”, de Felipe Saraiva, e “Maria Maculada”, documentário de Bruno Bressam e Leão Neto, serão exibidos na Mostra Cearense de Cinema Universitário.
Para a coordenadora do Curso de Cinema, professora Bete Jaguaribe, a participação dos alunos no Festival Noia é importantíssima. "É uma oportunidade de encontrar outros jovens, trocar ideias, fazer parcerias para novas realizações"- observa a professora, acrescentando que Festival Noia é uma das mais tradicionais esferas de reconhecimento da produção universitária. "É um espaço criado para o debate da produção universitária, uma referência no circuito brasileiro de festivais".
Narrativas Artísticas
É a primeira vez que Alian Minerva, estudante do quarto semestre de Cinema, inscreve um trabalho em um Festival. “Apesar de receber elogios pelas fotos que faço, de pessoas próximas a mim, eu não sabia que poderia fazer parte de algo maior, como estar no Festival Noia, e ter uma fotografia que eu fiz exposta no Dragão do Mar. Estou muito feliz pela oportunidade de mostrar meu trabalho num espaço como esse”, conta. “Fruto” é uma tentativa de mostrar o corpo humano representado da forma mais orgânica possível, segundo a estudante. O estilo fine art, reproduzido na obra de Alian, estampa a sua percepção, enquanto artista, do corpo.
Para Sávio Fernandes, diretor do curta-metragem “Tommy Brilho”, o processo de ver um filme de sua autoria na tela do cinema é gratificante. “Depois de tanto esforço, você observa o pessoal assistindo na tela do cinema, é meio que ‘objetivo cumprido’, sabe? Estou muito ansioso, por essa conexão, esse networking que junta os realizadores, pessoas do mercado no mesmo ambiente. É maravilhoso”, ressalta sobre a importância do festival. O curta retrata a vida de Tommy Brilho, o primeiro aluno invisível da universidade, que enfrenta desafios para ser visto por seu crush.
Em “Memória para Luz”, documentário de ficção de Heládio Filho, arquivos de vídeos, gravados por jovens aspirantes a cineastas, são encontrados por uma documentarista cubana. Ela narra a aventura dos estudantes de Cinema na realização de um mockumentário durante um apagão geral no Nordeste do Brasil. Contudo, a eletricidade não retorna e o filme acaba se tornando um documentário. “Essa era a última chance que eu tinha de participar de um festival universitário antes de me formar. Achei que era a hora de finalmente criar coragem e mandar um filme para algum. Antes tarde do que nunca, espero que a galera goste”, salienta o estudante do oitavo semestre de Cinema.
Felipe Saraiva, diretor de “Aos meus pés”, ressalta o poder simbólico do festival ao compartilhar as obras audiovisuais universitárias, no cenário contemporâneo tão complexo de veiculação de imagens na internet e em outros meios. “O que eu acho interessante é esse gesto do festival trabalhar ativamente a distribuição desses filmes. Dar essa visibilidade conjunta tem a ver com toda a nossa visibilidade como estudantes, com a forma que nós estamos nos assistindo e como estamos cientes do que nós estamos trabalhando juntos para dizer”, reflete.
“Wesley, 18, joga futebol. Raymundo, 40, gosta de pés. Os dois se encontram em um bar”, é o que diz a sinopse de “Aos meus pés”. “Ele fala sobre essas contenções que a gente tem em relação aos nossos desejos. O filme é direto. Acho que é interessante ter outros pontos de detalhe ao redor dos cenários, das sequências. Tudo acaba desaguando nessa auto repreensão que está presente. Ele é uma pesquisa, um estudo de personagem que consegue se potencializar um bocado na pele dos atores - André Ximenes, Murilo Ramos e Alan Sá”, revela Felipe. Ele ainda acrescenta: “eu fico bastante interessado em ver o que vai sair pós Noia. No fim das contas, isso que é importante num festival, essa evolução contínua, esse desenvolvimento contínuo na obra artística, no senso crítico das pessoas que estão envolvidas, das pessoas que estão se assistindo, se conhecendo, se criticando, se aprofundando. Eu fico feliz de estarmos todos juntos”.
“Maria Maculada”, documentário de Bruno Bressam, estudante do oitavo semestre, e Leão Neto, do segundo semestre, relembra o passado de uma Maria, permeado de marcas e perdas. Para Leão, ter um festival universitário, como o Noia, é bastante significativo para os estudantes: “o incentivo à essa arte é muito importante para todos os profissionais da área, principalmente para quem está começando” - opina. Bressam comemora: “nosso documentário conquista mais um festival. Estamos muito felizes com sua repercussão. Em um momento como esse, os festivais de cinema são mais que necessários para nós, para que não deixem de viver o cinema nacional” - enfatiza. “Maria Maculada” já foi exibido na 28ª edição do Cine Ceará - Festival Ibero-americano de Cinema, por meio da “Mostra Olhar do Ceará”.
Além disso, o 17º Festival do Audiovisual Universitário exibe os curtas “Abissal”, de Arthur Leite, egresso do curso de Cinema da Unifor, e “Capitais”, de Kamila Medeiros e Arthur Gadelha, que conta com Lola Melo, Pedro Emílio Sá e Yago Rodrigues, alunos do curso de Cinema, na equipe.
Serviço
Festival NOIA
Data: De 11 a 16 de outubro de 2018
Local: Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura
Mais informações sobre a programação: https://bit.ly/2A2vbUL