Exposição do curso de Cinema e Audiovisual traz obras de código aberto que permitem interação com o público

Exposição do curso de Cinema e Audiovisual traz obras de código aberto que permitem interação com o público

A mostra "Desdobramentos Pixelares", do aluno Felipe Negreiros, traz trabalhos que têm como ponto essencial a interatividade do público na construção das obras.


Scanner de Memórias Coletivas (imagem: Arquivo Pessoal/Felipe Negreiros)
Scanner de Memórias Coletivas (imagem: Arquivo Pessoal/Felipe Negreiros)

O curso de Cinema e Audiovisual da Universidade de Fortaleza, instituição de ensino da Fundação Edson Queiroz, realiza, na próxima semana, a exposição de arte interativa Desdobramentos Pixelares, com trabalhos de programação criativa do aluno Felipe Negreiros

A exibição será na terça-feira (14) e quinta-feira (16) das 15h30 às 17h20, e na quarta-feira (15), das 9h às 11h20 e das 15h30 às 17h20. Acontecerá no Labomídia, sala Q28 e estará aberta ao público. 

Essa mostra traz trabalhos desenvolvidos entre 2018 e 2022 que têm como ponto essencial a interatividade do público na construção das obras. O espaço computacional permite que estas obras possuam seu processo em aberto, ou seja, a interação possibilita que, ao entrar em contato com a obra, o público possa manipulá-la criando novas imagens, estruturas, formatos e fractais de acordo com as ferramentas disponibilizadas. 


Felipe Negreiros, aluno do curso de Cinema e Audiovisual da Universidade de Fortaleza (Foto: arquivo pessoal)

O autor se desvia da “objetividade determinista” da computação convencional e emprega funções para gerar imprevisibilidade. O interesse em criar obras com código aberto surgiu do desejo de Felipe em expandir da área de desenhos estáticos, nos quais buscava sempre transmitir “a ideia de vida e fluidez”, para outras áreas que possibilitassem uma representação mais fiel de formas orgânicas. “Queria gerar movimento, dinâmica e conferir a essa ideia maior profundidade”, relata o artista.

Para colocar em prática a inserção de organicidade em suas criações, Felipe fez alguns cursos e se inspirou em artistas digitais, como Jeron Braxton, Ian Cheng, Shanaz Byrne, Andrew Benson e Eran Hilleli. “Esse tipo de arte me cativou”, revela ele, que descobriu o Processing, programa utilizado para criar os trabalhos que serão exibidos na mostra, no curso de “Interatividade e Programação Criativa” da Escola de Artes Visuais Parque Lage. “Durante o semestre 2018.1, me ausentei da faculdade para me dedicar a tal formação. A programação criativa e a interatividade para além de satisfazer essa necessidade pelo orgânico, me introduziram a novas formas de processo artístico através da tecnologia”, conta Felipe.

Abordar novos fazeres artísticos que reinventam a relação entre público e obra, como afirma o artista, ajuda a propagar processos criativos que “rompem com a ordem vigente que os distancia”. O aluno também revela que quer, com essa mostra, gerar movimentação e inspirar. “Propiciar contatos, insights e aproximar a galera de diversos setores, mostrando essas obras interdisciplinares que propõem a fusão de áreas do conhecimento na sua concepção. Mostrar que a arte pode se fazer da lógica e também que a programação pode ser utilizada com fins criativos e convidativos”, comenta.

É possível ver mais do trabalho de Felipe Negreiros no Instagram.
 

Obras

Memória coletiva: Pierre Nora a definiu como "a memória, ou o conjunto de memórias, mais ou menos conscientes de uma experiência vivida ou mitificada por uma comunidade, cuja identidade é parte integrante do sentimento do passado". Esse conceito parece encaixar perfeitamente na ideia por trás da obra, que apresenta imagens que evocam nosso imaginário regional e confere-lhes uma nova roupagem ao colocá-las num contexto digital e estilizado sobre o qual se tecem fractais, estruturas que apelam para as profundezas de nossa psique, lugar próximo de onde habita o inconsciente coletivo e a memória coletiva.

Sacralidade e Arquitetura são uma combinação usualmente encontrada em catedrais. As estruturas presentes nessa obra evocam essas mesmas características, mas parecem imbuídas de uma Sacralidade não figurativa, mais pautada na geometria, o que as torna bem distintas das catedrais convencionais. E se a fonte da veneração fosse a geometria? Conveio evocar o nome de Euclides, um dos pioneiros da geometria, para incluir de maneira inteligente essa ideia no nome da obra. Mas essas edificações podem ser dedicadas a qualquer um que se empenhe nesse campo do saber.

IIIO é uma entidade feita a partir de diversos experimentos computacionais aglutinados em torno de um mesmo núcleo. Todos os experimentos evocam a ideia de organicidade e movimento harmônico, princípios que se mantêm ao longo das metamorfoses passíveis de serem provocadas pelo interator.

É um experimento sobre a correlação entre caos e ordem, um amontoado multifacetado sempre sujeito às mudanças que podem ser provocadas pelo interator, um brinquedo estranho para afiar as garras de uma mente inquieta.

A obra explora a formação de padrões gregários e suas dinâmicas. Os agentes que juntos vão criando esses aglomerados são modelos 3D de seres humanos, porém com uma propriedade particular: eles flutuam como balões. Essa quebra abre as portas para uma série de interpretações de âmbito poético.

Serviço

Desdobramentos Pixelares
Data: 14 a 16 de junho de 2022 
Horário: na terça e quinta-feira, de 15h30 às 17h20, e na quarta-feira, de 09h às 11h20 e 15h30 às 17h20
Local: Labomídia, Sala Q-28, Universidade de Fortaleza
Av. Washington Soares, 1321 - Edson Queiroz, Fortaleza - CE, 60811-905

O curso de Cinema e Audiovisual da Universidade de Fortaleza possui NOTA MÁXIMA na avaliação do Ministério da Educação (MEC).

Para tirar dúvidas, ligue (85) 3477.3196 ou mande e-mail para cinema@unifor.br