null Mães Unifor: faces que multiplicam a maternidade

Seg, 9 Maio 2022 17:33

Mães Unifor: faces que multiplicam a maternidade

Professora e aluna da Universidade de Fortaleza revelam alegrias e desafios do maternar, e como esse papel transformou suas vidas


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O "ser mãe" ultrapassa o ato de gerar uma vida e assume diversas possibilidades de existência na sociedade atual (Foto: Getty Images)

Mãe. Um termo tão pequeno, mas que traz inúmeros significados, muito além do que determina a sua etimologia. Por meio de um olhar mais voltado para o sensível e o social, o substantivo feminino de três letras apresenta na prática, e em seu cerne, uma pluralidade de papéis exercidos pelas mais diversas mulheres ao redor do globo, trazendo à tona as dores e os prazeres da maternidade. 

No mundo contemporâneo, o “ser mãe” está conectado com outras formas de existir e atuar na sociedade. Para muitas mulheres, escolher e abraçar o maternar não significa abdicar de outros aspectos que dão sentido à vida, como o pessoal e/ou o profissional. Esse cenário conferiu à maternidade uma dimensão plural, que leva em consideração o que é esperado das mulheres ao se tornarem mães e a forma como essa condição é realmente vivida.  
 
Para dar face às diversas possibilidades de existência da maternidade, a professora Caroline Pontes e a aluna Elisangela Barros, ambas da Universidade de Fortaleza, instituição de ensino da Fundação Edson Queiroz, definem seus papéis diante do maternar, refletem sobre o que é ser mãe e contam o que mudou em suas vidas após o nascimento das filhas. 

Grandeza infinita

Para muitas mulheres, se tornar mãe é um momento transformador. Assim foi para Elisangela Cristina Barros, aluna do curso de Bacharelado em Moda da Unifor. Mãe de duas filhas, Alessandra e Amanda, ambas alunas da instituição, ela afirma que assumir esse papel mudou totalmente sua vida e suas perspectivas.

“Ser mãe, para mim, é uma dádiva de Deus, e tem sido um presente maravilhoso. Amo com todas as minhas forças ser mãe. Os nascimentos das minhas filhas me fizeram ser uma mulher muito mais forte e guerreira, uma verdadeira leoa!”, declara Elisangela.

Para Barros, o “ser mãe” é algo que transborda o imaginário. “É uma grandeza infinita”, como diz em suas próprias palavras. Ela reflete que, ao adentrarem o maternar, as mães precisam ser várias mulheres em uma só, o que as confere uma capacidade de diluir e fluir com muita sutileza a função que a elas foi direcionada, sempre com muita responsabilidade e seriedade.


Da direita para a esquerda: Elisangela, Alessandra e Amanda na colação de grau de Alessandra (Foto: Acervo pessoal)

Hoje, com uma filha formada que já está na segunda graduação e a mais nova iniciando sua trajetória acadêmica, a futura Designer de Moda pôde retomar paixões antigas: Moda será sua primeira graduação, e ela conta que o desejo de estudar o universo fashion é antigo. Para realizar esse sonho, o apoio e incentivo das filhas foi primordial, já que, para a estudante, elas são suas maiores inspirações e orgulho.

O maternar também é sobre construir um bom relacionamento com os filhos. No caso de Elisangela, Alessandra e Amanda, o laço sempre foi de muita amizade, respeito e proximidade, aspectos que foram ainda mais reforçados quando as três passaram a frequentar a mesma instituição ao mesmo tempo. Esse pequeno relato, que para Barros representa sua vida toda, mostra que ser mãe não significa abrir mão de seus sonhos, mas sim ter em casa seus maiores apoiadores. 

Eterna transformação

Além de transformadora, a maternidade também pode ser surpreendente. Caroline Pontes Almeida, servidora pública estadual graduada em Direito e Mestre em Direito Constitucional pela Universidade de Fortaleza, onde também atua como professora do Centro de Ciências Jurídicas (CCJ), recebeu, há 18 anos, a maior surpresa da sua vida ao descobrir que estava grávida de gêmeas. 
 
Ela relembra que, no primeiro ano, a adaptação foi bastante cansativa, mas que, ao mesmo tempo, também foi uma oportunidade de amar incondicionalmente em dobro desde o primeiro dia em que segurou suas filhas no colo. Hoje, ela afirma, em um tom carinhoso, que se tornar mãe tem sido uma experiência de muita alegria, especialmente por ter uma relação de companheirismo com suas crias. 


Professora Caroline Pontes Almeida, do curso de Direito da Unifor, com suas filhas Lara e Luiza, de 18 anos (Foto: Acervo pessoal)

“A maternidade mudou muitos aspectos da minha vida. Em especial, ajustes na rotina para conciliar o tempo de cuidado com os filhos, as responsabilidades do trabalho, a rotina do casal e o tempo destinado para você enquanto ser humano. Para além da rotina, muda também a forma de ver o mundo, as prioridades da vida”, pontua Caroline Pontes Almeida, professora do curso de Direito da Unifor. 

A docente, que não parou os estudos mesmo depois do nascimento das gêmeas Lara e Luiza, entende que as várias facetas das mães influenciam, inclusive, nos valores que as mulheres, enquanto mães, passam aos seus filhos. Dessa forma, por meio de suas próprias vivências, Carolina procura ensinar às suas filhas a importância do respeito ao próximo, honestidade, responsabilidade e leveza. 
 
Vale ressaltar que a maternidade pode ser vista como uma via de mão dupla: as mães ensinam, mas também aprendem com seus filhos. Com as gêmeas, Caroline aprendeu a trabalhar mais a paciência, a lidar com o medo e aceitar a imperfeição. O mais importante, entretanto, foi entender que ela carrega dentro de si uma força e disposição inimagináveis. Por fim, ao ser questionada sobre o que é ser mãe, Carolina responde, sem titubear: “é viver um amor incondicional, acompanhado de momentos desafiadores, que te transformam para sempre”.