Talentos da Unifor brilham no festival Dragão Fashion Brasil 2025

seg, 19 maio 2025 18:48

Talentos da Unifor brilham no festival Dragão Fashion Brasil 2025

Com criações autorais que unem tradição e inovação, alunos e egressos encantam no DFB e reafirmam o papel da moda no Nordeste


Desfile da coleção “Caleidoscópio do Sertão
Desfile da coleção “Caleidoscópio do Sertão" no DFB, assinadas por Amanda Nascimento, Nathan Brito, Gabriele Duarte e Beatriz Ribeiro (Foto: Ares Soares)

O brilho do talento autoral cearense iluminou a passarela do Dragão Fashion Brasil (DFB Festival) 2025. Neste ano, o festival, que é um dos mais importantes eventos de moda autoral da América Latina, contou com a participação de alunos e egressos dos cursos de Moda e Design de Moda da Universidade de Fortaleza, instituição mantida pela Fundação Edson Queiroz.

Os estudantes foram selecionados para o Concurso dos Novos 2025 com a coleção inédita “Tecnomorfose”, que explora a relação entre tecnologia e humanidade. Já os egressos foram convidados para integrar o desfile principal com a coleção “Caleidoscópio do Sertão", apresentando criações autorais que exaltam o poder da identidade visual e da arte têxtil do Nordeste.

Olhar sensível de uma ilustradora

A ilustradora Cecília Colaço, egressa do curso de Design de Moda, foi uma das profissionais convidadas a integrar a equipe criativa dos desfiles. Atuando lado a lado com os estilistas, ela assinou as estampas de várias peças apresentadas na passarela do evento.


“Eu sinto muita gratidão. Acho que a Cecília, que estava lá sentada de uniforme, jamais imaginou que um dia teria esse espaço para mostrar seu trabalho. Ainda mais sendo ilustradora”Cecília Colaço, egressa de Design de Moda da Unifor

Com uma carreira consolidada na ilustração e estamparia, Cecília destaca a importância de eventos como o DFB para dar visibilidade a áreas muitas vezes subestimadas dentro da indústria da moda. “Minha maior expectativa é poder compartilhar tudo que aprendi ao longo dos anos. A arte transforma vidas, tanto de quem cria quanto de quem consome”, ressalta a ilustradora.

Durante o processo criativo, a escuta ativa e a sensibilidade foram essenciais para traduzir os conceitos dos estilistas em imagens fortes e carregadas de significado: “Cada estilista tem sua própria história, e eu precisei ouvir cada um deles, entender o trabalho de cada um, para então transformar tudo isso em imagens”.

Uma reconexão com as origens

Já para Gabriele Duarte, graduada em Moda pela Unifor e atualmente atuando na área comercial da moda, o retorno às passarelas teve um significado especial.


“Foi um sentimento de honra e gratidão poder participar e receber esse convite da Unifor. Participar de um desfile tão importante foi como um mergulho nos meus próprios estudos, uma reconexão com os conceitos que me formaram”Gabriele Duarte, egressa do curso de Moda

O convite para integrar o desfile principal, com a coleção “Caleidoscópio do Sertão”, reacendeu em Gabriele o desejo de explorar novos caminhos dentro do setor criativo da moda. Ela afirma que a experiência foi inspiradora e trouxe de volta sonhos que estavam adormecidos, renovando sua vontade de seguir por novas possibilidades no futuro.

Além de Gabriele, a coleção também foi assinada por Amanda Nascimento, Nathan Brito e Beatriz Ribeiro.

Novos talentos em ascensão

Os alunos do curso de Moda brilharam no Concurso dos Novos, apresentando uma coleção autoral inspirada na relação entre tecnologia e humanidade na coleção “Tecnomorfose”, que encantou o público do DFB 2025. Com peças criadas a partir de materiais reciclados, como fios de internet e jeans descartados, a coleção destacou o protagonismo jovem e a inovação sustentável.

“Foi um projeto tão grande que eu nunca pensei estar envolvido. O Brasil inteiro assistindo… é muito emocionante. A nossa proposta foi transformar em algo que o pessoal acha que não tem propósito e descartar, para algo que renove”, afirma Nathaniel Borges, estudante do curso de Moda.


Nathaniel Borges, aluno do curso de Moda, no Dragão Fashion Brasil (Foto: Ares Soares)

Para ele, o DFB representou uma porta de entrada para o mercado e uma oportunidade única de aprendizado e troca: “Vejo que Fortaleza está se tornando a cidade da moda aqui no Brasil. É uma oportunidade muito legal para novos empreendedores que querem aprofundar mais sua estética”.

Apesar dos desafios enfrentados, como a obtenção de materiais recicláveis e o esforço físico exigido pelas técnicas manuais, os alunos se mostraram resilientes e apaixonados pelo que criaram. “Todo mundo machucou as mãos nesse processo. E eu acho que valeu a pena todo o nosso esforço”, declara Nathaniel.

Já para a aluna Maria Rita Rocha, o sentimento de gratidão e superação foram inexplicáveis. Ela afirma que apresentar seu trabalho foi extremamente gratificante, destacando seu trabalho com o crochê e o esforço totalmente manual. Segundo a estudante, apesar dos desafios, a equipe foi construindo cada detalhe com cuidado e, no final, o resultado foi surpreendente.


"Ver o nosso esforço sendo apresentado numa passarela como a do Dragão Fashion Brasil é algo que não tem preço"Maria Rita Rocha, aluna do curso de Moda e dona da marca “Perspectivas”

Rita colocou em prática todas as técnicas de crochê que aprendeu ao longo da graduação na Unifor, aplicando seus conhecimentos com criatividade e precisão durante o processo de criação da coleção apresentada no DFB.

Hoje, ela produz peças autorais, com identidade bem definida, e é fundadora da marca Perspectivas, onde dá continuidade ao trabalho manual que tanto valoriza e que representa sua assinatura no mundo da moda.

Prática, mercado e formação completa

A participação da Unifor no DFB não se limita ao palco. Segundo Priscila Medeiros, coordenadora dos cursos de Moda e mentora dos alunos, o envolvimento da Universidade com eventos como o Dragão Fashion reafirma seu compromisso com uma formação prática e conectada com o mercado.

“Assistir a um desfile protagonizado pelos nossos egressos foi como reviver o passado. Me senti, novamente, sendo professora deles e, de certa forma, foi isso que aconteceu durante o projeto”, afirma a coordenadora.

Priscila ressalta a importância de integrar teoria e prática desde os primeiros semestres da graduação, explicando que os alunos já têm contato com atividades práticas por meio de programas integradores, como a Semana de Moda. Para ela, a Universidade funciona como um campo de preparação para qualquer evento que os estudantes desejem participar.