Como se preparar para receber um pet? Confira dicas de adaptação da rotina

seg, 22 abril 2024 18:50

Como se preparar para receber um pet? Confira dicas de adaptação da rotina

Docente do curso de Medicina Veterinária da Unifor explica como organizar a casa para a chegada de um animal de estimação


Um ambiente que contemple as necessidades do animal contribui para o bem-estar dele (Imagem: Getty Images)
Um ambiente que contemple as necessidades do animal contribui para o bem-estar dele (Imagem: Getty Images)

A decisão de ter um animal de estimação geralmente vem acompanhada de muita empolgação, mas é importante lembrar que a presença de um pet impacta toda a família que vai receber o novo integrante. Por isso, antes de levar o bichinho para casa, é necessário um planejamento que contemple as necessidades do mascote, além, é claro, do consentimento de todos que vivem na residência.

Primeiras considerações

Uma das primeiras coisas a se pensar é se o tutor tem um estilo de vida compatível com as necessidades do animal. O professor Ricardo Monteiro, docente do curso de Medicina Veterinária da Universidade de Fortaleza — mantida pela Fundação Edson Queiroz —, sugere que a pessoa interessada levante a resposta para alguns questionamentos, como:

  • O animal terá necessidade de passeios diários?
  • O espaço disponível é adequado para o porte do animal que se pretende adotar?
  • Em caso de apartamento, as janelas possuem tela de proteção para evitar acidentes?
  • O tutor possui alergias que podem ser desencadeadas pelo animal?
  • Os responsáveis estão cientes dos custos associados a cuidados veterinários, medicações, alimentação e vacinas básicas e outros gastos relacionados ao animal?
  • Existem restrições quanto ao tipo de animal permitido no local em que o tutor habita?
  • Com que frequência o responsável viaja? Em períodos de ausência, quem cuidará do pet?    
  • Quanto às expectativas de interação, o tutor deseja um animal mais sociável e que necessite de mais interação e companheirismo ou um pet mais independente?


“Antes mesmo da chegada de um novo animal de estimação ao lar, é importante fazer alguns preparativos para garantir que o ambiente esteja seguro, confortável e adequado às necessidades do pet. É importante que o tutor busque informações e entenda as necessidades básicas, comportamentais, cuidados específicos, dieta e ambiente ideal para o pet que pretende adotar”Ricardo Monteiro, docente do curso de Medicina Veterinária da Unifor

Depois de considerar esses fatores, o tutor pode começar a pesquisar sobre as necessidades e características de diferentes tipos de animais de estimação (como cães, gatos, pássaros, peixes, roedores, entre outros) para encontrar o pet que melhor se adapte ao estilo de vida e às preferências da família.

Necessidades específicas do pet

O professor Ricardo explica que diferentes animais possuem necessidades distintas em termos de atenção e cuidados. Cães geralmente exigem bastante atenção e interação com seus tutores, como passeios diários, exercícios físicos, treinamento/adestramento, socialização e companhia regular. Alguns, inclusive, podem sofrer de ansiedade de separação se deixados sozinhos por longos períodos.


Entre os cuidados que se deve ter com cachorros, estão passeios e exercícios físicos adequados ao nível de energia e à idade do pet (Imagem: Getty Images)

Já os gatos são conhecidos por serem mais independentes que os cães, podendo ficar sozinhos por períodos mais extensos. Ainda assim, precisam de atenção e interação diárias, como brincadeiras que mimetizem o comportamento de caça e cuidados básicos: alimentação (em porções menores e frequências maiores que dos cães), escovação dos pelos em dias alternados e limpeza da caixa de areia diariamente.

Cuidados comuns a ambos seriam o de higienização diária dos dentes, a limpeza regular de vasilhas de comida e a distribuição de água sempre fresca e limpa em pontos estratégicos da moradia.

Com relação às aves de estimação, alguns pássaros, como canários, periquitos e calopsitas, podem ser mais independentes, mas apreciam a companhia humana. Eles precisam de uma gaiola espaçosa, uma dieta balanceada de sementes, frutas e vegetais, além de interação social e estimulação mental.

Importante salientar que, para algumas aves, pode haver cuidados com relação à procedência do criatório (autorização e comprovação legal da origem do animal) e permissão pelo órgão ambiental (IBAMA) para criação em âmbito doméstico.


Aves também precisam de atenção voltada para suas necessidades específicas (Foto: Getty Images)

Roedores, como hamsters e twisters, e lagomorfos, como coelhos, precisam de menos atenção direta que cães e gatos, mas necessitam de uma dieta equilibrada de feno, vegetais e ração, além de cuidados dentários e de higiene. A limpeza de gaiolas e baias, assim como tempo fora da gaiola para exercícios e socialização, também contribuem para o bem-estar desses animais.

Os peixes são animais de estimação que exigem menos interação direta do tutor, porém precisam de cuidados especiais, que incluem manter a qualidade da água, a temperatura e a alimentação adequadas, além de garantir um ambiente aquático adequado com filtragem e oxigenação. Peixes ornamentais, como guppies, bettas, goldfish e tetras, são populares para aquários domésticos.


Bem-estar de peixes ornamentais depende de ambiente aquático adequado (Imagem: Getty Images)

Por fim, répteis como tartarugas, iguanas e serpentes são mantidos como pets por alguns entusiastas. Esses animais precisam de um habitat adequado, com temperatura, umidade e iluminação controladas, além de uma dieta específica para cada espécie.

Outros pequenos mamíferos, como furões, chinchilas e doninhas, também são mantidos como pets em algumas regiões. Eles têm necessidades específicas de cuidados com a alimentação, alojamento e interação social. 

Preparando a casa

Antes mesmo da chegada do novo morador, é importante fazer alguns preparativos para garantir que o ambiente esteja seguro, confortável e adequado às necessidades do pet. O docente Ricardo Monteiro destaca os principais pontos: 

  • Espaço
    Com relação ao espaço, é interessante incluir uma área para dormir, como uma cama, casinha ou gaiola, além de criar espaços seguros e confortáveis para o pet se exercitar e brincar. No caso de gatos, arranhadores e nichos nas paredes costumam funcionar bem.
  • Suprimentos
    Outra coisa que precisa ser feita com antecedência é a aquisição de suprimentos, como alimentação adequada para a espécie, tigelas para comida e água, caixa de areia (para gatos), brinquedos, coleira e guia (para cães), gaiola e substrato (para roedores), entre outros. 
  • Segurança
    A casa precisa estar segura para o novo animal de estimação. Então, é imprescindível remover objetos perigosos ou tóxicos do alcance, proteger áreas vulneráveis (como fios elétricos), instalar telas em janelas e varandas (no caso de gatos) e certificar-se de que os ambientes externos estejam seguros e cercados (no caso de cães).


Cabos elétricos podem trazer risco à segurança de animais de estimação (Imagem: Getty Images)

Boas-vindas ao pet

A introdução ao novo ambiente deve ser gradual, permitindo que o animal explore a casa gradualmente, começando por uma área pequena e segura e, em seguida, expandindo para outros espaços à medida em que ele se familiariza com o local.

Se o animal for sociável, a dica é apresentá-lo aos poucos às outras pessoas e animais de estimação da casa, supervisionando as interações iniciais para garantir que sejam positivas e seguras.

No caso de cães, a socialização e o treinamento para passeios ao ar livre devem acontecer em áreas seguras e tranquilas. É importante dedicar tempo para brincar, interagir e estabelecer vínculos, assim como construir uma rotina consistente que ajude o pet a se sentir seguro e confortável com o novo ambiente. Isso ajudará a criar confiança e fortalecer o relacionamento entre tutor e animal.

Responsabilidade e afeto

Não é difícil encontrar casos de pessoas que subestimam a quantidade de trabalho e a responsabilidade envolvidas na criação de um pet. Atraídas pela ideia de ter um animal de estimação, não consideram completamente os custos financeiros, o tempo necessário para cuidar do animal ou os desafios que podem surgir ao longo do tempo, como problemas de saúde ou comportamento.


Criar um pet demanda atenção, compromisso e disponibilidade para cuidar das demandas do animal (Foto: Getty Images)

Para o professor Ricardo, essa compreensão é fundamental para o bem-estar do pet, que precisará de carinho e atenção mesmo nos momentos mais difíceis. Afinal, trata-se de um compromisso a longo prazo, incluindo a disposição de dedicar tempo, recursos e amor ao animal.

“É importante que todas as pessoas considerem cuidadosamente seus recursos, compromissos e capacidade de cuidar do animal antes de tomar essa decisão”, conclui o docente.

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