null Concursados? Sim, senhor! A promissora jornada de egressos da Unifor rumo ao concurso público

Seg, 27 Junho 2022 13:56

Concursados? Sim, senhor! A promissora jornada de egressos da Unifor rumo ao concurso público

Egressos da Unifor contam como a qualidade do ensino, a diversidade de atuação prática dos professores e a ampla estrutura para os estudos contribuíram para que realizassem o sonho da aprovação em concursos públicos


A egressa Anarda Araújo atua como delegada de Polícia Civil do Ceará (Foto: Arquivo Pessoal)
A egressa Anarda Araújo atua como delegada de Polícia Civil do Ceará (Foto: Arquivo Pessoal)

Horas de estudos a fio, estratégias para aproveitar ao máximo os conteúdos e muito treino das técnicas para um melhor desempenho nas provas. Há quem diga que, quando se escolhe a vida de “concurseiro”, é preciso ter topado, antes, mergulhar numa jornada intensa. Mas seguir por este caminho repleto de editais, provas e forte concorrência pode contar com uma boa ajuda desde cedo, já na base de formação do estudante.

Egressos do curso de Direito da Universidade de Fortaleza que já desbravaram esta longa estrada dizem que a maratona vale a pena — e muito! Hoje concursados, eles contam como a estrutura oferecida na Universidade vinculada à Fundação Edson Queiroz contribuiu para que realizassem o sonho de ocupar importantes cargos públicos pelo país. No topo da lista para criar esta base robusta de conhecimento, estão a qualidade do ensino, professores de diversas áreas e a ampla estrutura ofertada para os estudos.

“A Unifor me ajudou pra caramba. Foi meu vértice”, resume a egressa Anarda Araújo, que atua há cerca de três anos como delegada de Polícia Civil do Ceará, na Delegacia Regional de Quixadá. Desde muito criança, ela já cultivava duas paixões: a curiosidade por investigações e o desejo de ensinar. E contou com o apoio da Universidade para realizar ambos os sonhos.

A importância de uma boa base na aprovação

Logo que se graduou em Direito, Anarda resolveu cursar o Mestrado em Direito Constitucional também na Unifor. A decisão a levou rapidamente à docência na mesma instituição, onde passou a combinar, nos anos seguintes, a rotina de professora com a de concurseira. 

Anarda aproveitava para estudar a cada intervalo entre suas aulas, que iam de manhã até a noite. “Desde a graduação, eu tive à disposição os melhores professores, a biblioteca com os melhores livros, os melhores pesquisadores. Aproveitei tudo isso para fazer a minha base. E quem tem base passa, entendeu?”, sinaliza ela, que hoje dá aulas em uma plataforma nacional de preparação para concursos públicos.

Esta base robusta à qual Anarda se refere pode ser construída por vários caminhos — do ensino e da pesquisa até a extensão. Na graduação, a delegada foi monitora e pesquisadora da área de Direito Penal. Lá, também teve contato com professores de muitas áreas, inclusive concursados, que lhe davam uma noção da prática e movimentavam seu networking

Por fim, a experiência na docência também contou para o sucesso nos concursos. “As matérias mais ligadas ao Penal são o forte do meu concurso. Como eu as lecionava, estava sempre muito atualizada”, recorda. Foram quatro anos e meio fazendo provas pelo país em outras áreas até ser lançado o edital do concurso que ela realmente almejava: o de delegada no Ceará.


A egressa Anarda Araújo é delegada e professora de plataforma para concurseiros (Foto: Arquivo Pessoal)

“O delegado é o primeiro garantidor da Justiça. A delegacia é o primeiro lugar que as pessoas procuram quando têm seus direitos violados. Eu queria ser a primeira pessoa, tentar fazer a diferença no início”

Olhando para o retrovisor da própria trajetória, Anarda acredita que nasceu mesmo para ser delegada. “Adoro investigar e sempre quis poder fazer a diferença”, conta, ressaltando que seu ofício agora envolve atuar junto a populações vulneráveis. Para ela, todo o esforço valeu a pena.

Do Ceará ao Rio Grande do Sul pela realização profissional

Uma sensação semelhante de realização profissional também acompanha o juiz estadual Davi de Sousa Lopes diariamente. “Todos os dias, eu saio para trabalhar muito contente porque tenho prazer em exercer minha profissão. A cada processo, despacho e ato, sinto que faço diferença na sociedade”, afirma.

Davi iniciou o curso de graduação na Unifor em 2006. Filho de uma magistrada, nunca teve dúvidas de que gostaria de seguir o mesmo caminho da mãe. Por isso, desde a metade do curso de Direito, começou a estudar para prestar concurso. O ritmo necessário para alcançar este objetivo, porém, foi sendo conquistado aos poucos.

Ele conta que, na Unifor, foi amadurecendo pelo contato com estudantes e professores tão diversos e, mesmo depois de se formar, não deixou de frequentar a Biblioteca Central da Universidade para estudar. “Eu ia todo santo dia. Fiz até amigos estudando lá. Estudávamos no mesmo ambiente com o mesmo objetivo”, lembra ele, rindo.


O egresso Davi de Sousa Lopes é juiz estadual no Rio Grande do Sul (Foto: Arquivo pessoal)

“O contato com professores de várias áreas, de magistrados a advogados, me deu um crescimento profissional maior que o esperado. A Unifor me proporcionou outra visão de mundo e me mostrou que eu tinha que correr atrás”

Davi advogava pontualmente enquanto se dedicava prioritariamente aos estudos. Três anos depois, foi aprovado e assumiu como juiz estadual no Rio Grande do Sul. A milhares de quilômetros da Universidade que o formou e agora com oito anos de magistratura, ele está contente por ter realizado este sonho, que une satisfação pessoal, estabilidade e sensação de dever cumprido.

Mas nem tudo são flores, e ele reconhece que a jornada até este sucesso requer constância e resiliência. “A preparação para concurso é um investimento prolongado. Se você não mantém um equilíbrio, você cansa e desiste. É importante uma rotina mais intensa de estudos, mas que seja sustentável”, defende.

Defensora de direitos em uma ponta da Amazônia

Foi na cidade amazonense de Tabatinga que a egressa Jéssica Matos conquistou o tão sonhado cargo de defensora pública. Ela, que havia começado a estudar Direito na Unifor em 2011, sempre estagiou em órgãos públicos. Passou pelo Tribunal de Justiça do Ceará e pelo Ministério Público Federal, mas foi no contato com o Núcleo de Práticas Jurídicas na Unifor que descobriu o que realmente queria: a defensoria pública.

Jéssica queria poder advogar para pessoas de baixo poder aquisitivo e atuar em prol da coletividade — como já vinha fazendo tanto na extensão com ações voltadas para a comunidade do Dendê quanto na pesquisa da Unifor, a exemplo de seu projeto sobre os direitos sexuais reprodutivos.

“Meu foco sempre foi tirar o máximo proveito da Unifor. A instituição me deu base para começar a estudar direcionada aos concursos já com um nível muito bom. E também me ajudou a escolher o que eu queria, porque lá a gente não aprende só na sala de aula. Há muitos espaços para acompanharmos a prática”


A defensora pública Jéssica Matos atua em Tabatinga (AM) (Foto: Arquivo Pessoal)

De 2016 a 2018, Jéssica dedicou seu tempo integralmente aos estudos para o concurso da Defensoria Pública do Amazonas. Abraçava longas jornadas diárias, mas preocupava-se em fazer pequenas pausas e não abria mão de atividade física três vezes na semana. Ao final, a maratona valeu a pena.

No Amazonas, Jéssica diz que os dias não se repetem. “É muito gratificante dar voz a pessoas que não costumam ser ouvidas ou que já tiveram seus direitos negados tantas vezes”, diz. “A defensoria é como a última porta para ter seus direitos garantidos, e eu faço parte disso”, explica a egressa, satisfeita.

Para além deste sentimento de cumprir um papel social, Jéssica diz que o concurso público lhe trouxe tranquilidade financeira e estabilidade. Se, como advogada, ela sentia alguma insegurança para cobrar honorários, hoje advoga para quem precisa como servidora pública. “A Defensoria remunera bem, então do ponto de vista pessoal isso me traz tranquilidade, né?”, reconhece.


A defensora pública Jéssica Matos, no Amazonas (Foto: Arquivo Pessoal)

Vagas abertas em todo o país

O terreno para quem deseja fazer concurso público é fértil. São milhares de vagas abertas para promotores, defensores públicos, juízes, procuradores e desembargadores em vários Estados do país. Neste momento, há vagas, por exemplo, nos tribunais de Justiça de Santa Catarina e do Piauí. 

Os egressos da Unifor que venceram a jornada intensa para ocupar cargos em grandes concursos também dão dicas preciosas para alcançar um resultado semelhante. Mais do que a quantidade de horas de estudos, por exemplo, é preciso observar a qualidade do aprendizado alcançado na rotina. Também é importante o autoconhecimento para identificar as técnicas de estudo que garantem maior rendimento, além de orientação na hora de decidir em quais conteúdos vale mais a pena aprofundar.

“A técnica de estudos varia muito de pessoa para pessoa”, diz o juiz estadual Davi de Sousa. Ele usa seu próprio caso como exemplo. Cansado de assistir às aulas, abriu mão de cursinhos e decidiu apostar em manuais e resumos. Passava horas e horas na biblioteca da Unifor fazendo leituras de leis e resolvendo questões, sempre distribuindo diferentes matérias ao longo da semana.

Para ele, a constância é o que importa e não somente a quantidade de horas. “Em dias ruins, desmotivados, que você não consegue render, mesmo assim tem que persistir. O pouco é melhor do que nada e com o tempo vai virando algo maior”, sugere.

Foco e persistência, as dicas de quem já fez o caminho das pedras

Já Anarda acredita que é fundamental que o concurseiro decida o que realmente quer. “Quando a gente realmente gosta do que vai fazer, fica mais fácil passar pela preparação”, argumenta. O segundo passo, diz, é controlar a ansiedade e persistir. “Só existem dois tipos de concurseiros: os que conseguem e os que desistem. É importante entender que concurso público não é só dominar a teoria, mas também conhecimento de técnica de resolver prova”, diz. 

Ler com atenção os editais, conhecer a banca e as questões são importantes na jornada. E a preparação deve começar já na graduação, para construir uma boa base de conhecimento. As múltiplas experiências de aprendizagem também contam.

A defensora pública Jéssica Matos emenda que, na estrada do concurseiro, é importante adicionar momentos de lazer e descanso em meio à rotina intensa de estudos. Tudo sem exageros, claro. Ela também sugere o apoio de um orientador ou tutor. “Comigo funcionou”, garante. “Você tem que saber por onde começar e vale a pena buscar isso de quem já fez o caminho das pedras.”

Jéssica conta que o orientador indica livros, ajuda a definir carga horária e também um cronograma assertivo de estudos. Ela instiga os concurseiros, mas também manda a real: “Não tem fórmula mágica. Cada um faz a sua trajetória, do seu jeito. Uma boa base na Universidade ajuda muito”.