qui, 9 outubro 2025 16:15
Dia Nacional da Leitura: professora da Unifor reflete sobre o poder da literatura
Aila Sampaio destaca a importância dos livros na formação humana e apresenta sua nova obra: Maria Olívia

Durante o mês de outubro são comemoradas importantes datas para os leitores brasileiros e a cultura do país, cuja história é formada por grandes nomes como Clarice Lispector e Machado de Assis. No dia 12, o Dia Nacional da Leitura, e no dia 29, o Dia Nacional do Livro.
As datas possuem o objetivo de promover e conscientizar a população sobre a importância da literatura desde a infância. A Biblioteca Central da Universidade de Fortaleza, da Fundação Edson Queiroz, se destaca nesse contexto, sempre promovendo ações para a comunidade acadêmica e com um acervo de mais de 140 mil títulos e disponibilizando seu espaço até para o público externo.
A escritora e professora de disciplinas de Língua Portuguesa da Unifor, Aila Sampaio, destaca que bibliotecas e espaços de leitura são pilares de inclusão e acesso ao conhecimento. “São ambientes de convivência, cultura e troca. Em um mundo digital e acelerado, esses espaços ainda têm um papel vital: garantir o direito à leitura como bem coletivo."
Aila também fala que, para ela, ler é mais do que apenas decodificar palavras. “Leitura, para mim, é um encontro com ideias, culturas, sentimentos e formas diferentes de ver o mundo. É um ato de escuta silenciosa e profunda, que nos conecta com a experiência humana, com o tempo e com a imaginação. Leitura é também liberdade: ela nos permite questionar, sonhar, aprender e transformar”, comenta.
Leitura para a transformação social
A autora ressalta que o livro é uma das ferramentas mais poderosas de transformação social. “A leitura promove consciência crítica. Ao ter acesso à informação, à história e a diferentes visões de mundo, as pessoas se tornam mais capazes de compreender seus direitos, questionar injustiças e participar ativamente da sociedade”, explica.
Aila ressalta que, em tempos de desinformação e polarização, a leitura pode virar um ato de resistência. Ela afirma que, na política, os livros podem denunciar opressões, inspirar movimentos sociais e divulgar ideias transformadoras. Na educação, podem ser base para o aprendizado e desenvolvimento do pensamento crítico.
“Já no comportamento coletivo, os livros ajudam a moldar valores, estimular a empatia e promover o diálogo. Livros têm o poder de formar consciências e provocar mudanças”, completa.
Maria Olívia: entre a verdade e ficção
Aila, em meio a tantas comemorações na sua profissão, também celebra o lançamento de sua última obra, Maria Olívia, que escreveu junto do escritor Helder de Moura. O livro conta a história, quase real, de uma moça, cujo nome leva o título da obra, nascida no interior da Paraíba.
Enviada a um internato de freiras em Fortaleza, a jovem desaparece misteriosamente durante um passeio e é dada como morta. Anos depois, alguém a reconhece numa fotografia e diz que ela está viva, casou-se e tem duas filhas. “Verdade e ficção se entrelaçam para contar sua história e desvendar seu mistério”, explica a autora.
Aila Sampaio e Helder de Moura (Foto: Ares Soares)
O coautor do livro, Helder de Moura, é sobrinho neto de Maria Olívia e sempre quis escrever sobre essa história, e convidou a professora para redigir esse livro com ele. “Aceitei o desafio, mergulhei na pesquisa dele e misturei ficção à realidade. Foi uma grande experiência”, afirma a professora da Unifor.
Ela também destaca que as melhores histórias acontecem mais perto do que muitos imaginam. “Quem gosta de escrever deve apurar o olhar e ficar atento”, completa.
Prêmio de Literatura Unifor
Durante o Mundo Unifor, acontecerá o lançamento de uma edição do Prêmio de Literatura Unifor, com suas inscrições começando no dia 20 de outubro e durando até 18 de dezembro de 2025.
A data de início das inscrições será marcada com um evento de lançamento no auditório da Biblioteca Central da Unifor, a partir das 19h, com palestra do escritor Lira Neto, que lançou recentemente uma biografia do chanceler Edson Queiroz. Já a solenidade de premiação acontecerá no dia 17 de março de 2026, com palestra da renomada escritora cearense Ana Miranda, que também faz parte da comissão julgadora.