Graduação superior tecnológica: o que é e como funciona o curso
Reduzir pela metade o tempo de conclusão do curso. Esse é um dos principais atrativos quando o estudante decide fazer uma graduação superior tecnológica. Em média, graduações desse tipo duram de dois a três anos e concedem formados as mesmas vantagens na hora de concorrer a uma pós-graduação, por exemplo.
Para falar um pouco sobre essa modalidade, conversamos com o vice-reitor de Graduação da Universidade de Fortaleza, professor Henrique Sá.
Graduação tecnológica ou bacharelado
O professor explica que o curso de graduação tecnológica, também chamado de curso superior de tecnologia, é um curso que tem, para fins de titulação de grau, o mesmo valor, o mesmo grau de graduação que bacharelado. A diferença entre eles, essencialmente, é o foco.
"Enquanto que no bacharelado o enfoque é a capacitação mais conceitual, a fundamentação, o embasamento mais teórico, obviamente com uma aplicação a posteriori (uma vez que o curso é mais longo), na graduação tecnológica o foco é a aplicação. Desde as primeiras disciplinas, desde os primeiros semestres, o aluno trabalha com os problemas concretos daquela área de estudo, já aplica os conhecimentos de uma forma mais estruturada", esclarece o vice-reitor.
Graduação tecnológica ou curso técnico
Muitos candidatos também confundem uma graduação tecnológica com cursos técnicos. O professor explica que o curso tecnológico é um curso de graduação. Já os cursos técnicos podem ter nível médio ou até fundamental.
"Você pode fazer um curso técnico de manicure. É completamente diferente de um curso de graduação em Estética e Cosmética. O nível de complexidade é completamente diferente. Ele confere um grau de nível superior, um grau de aprofundamento, de reflexão e de apropriação de conhecimentos muito maior do que em uma formação técnica. Às vezes, você tem formações técnicas até com maior duração do que um curso tecnológico", pontua.
Vantagens da graduação tecnológica
Uma das principais vantagens é justamente a duração. Henrique Sá lembra que, em um período menor de tempo, o aluno adquire uma formação que concede um grau, um título de graduação e o aluno passa a ter a capacidade de aplicar saberes em campos profissionais específicos muito mais rapidamente.
"Em programas como os nossos, da Unifor, o aluno acelera muito rapidamente esses conhecimentos. Nós temos como um dos diferenciais, inclusive, a certificação intermediária. Como esses cursos são montados em formatos de “competências”, quando o aluno conclui um determinado conjunto de práticas, geralmente no final do primeiro ano, ele já recebe uma certificação que tem um título para o mercado", explica ele.
Mestrado e doutorado
Como qualquer outra titulação que confere grau, bacharelado ou licenciatura, a graduação tecnológica também confere o grau de graduação, o que permite o aluno a seguir os estudos como os demais.
Henrique Sá lembra que, "mestrado e doutorado são considerados Stricto Sensu, enquanto que especializações e MBAs são considerados Lato Sensu. O curso de graduação tecnológica permite, tanto quanto um bacharelado quanto uma licenciatura, que o aluno concludente possa tanto aplicar esses conhecimentos para um mestrado quanto para um doutorado no seu tempo. Não há nenhuma diferença".
Diferença salarial
O professor Henrique Sá afirma que as pesquisas de mercado têm apresentado um diferencial salarial significativo da graduação em relação ao profissional de nível médio, do mestrado em relação à graduação e assim sucessivamente. No entanto, ele afirma que não há uma diferença muito significativa entre o salário de um bacharel para o salário de um tecnólogo.
"O que pode diferenciar o salário, talvez, é o campo de atuação. Uma graduação tecnológica em Moda confere um diferencial salarial para outras graduações tecnológicas, assim como uma graduação tecnológica em Estética e Cosmética pode apresentar, dependendo se você vai desenvolver uma atividade empreendedora ou se vai ser o funcionário de uma grande empresa. Isso vai variar muito de acordo com a inserção e o tipo de trabalho que o profissional vai desenvolver a partir da sua formação", pontua o vice-reitor.