Atleta da Unifor vence Mundial de Paratletismo e garante participação nas Paralimpíadas 2024

seg, 29 julho 2024 15:15

Atleta da Unifor vence Mundial de Paratletismo e garante participação nas Paralimpíadas 2024

Antonio Henrique Barreto Lima é guia do paratleta Yeltsin Jacques e aluno do curso de Educação Física


Atleta da Universidade desde 2023, Henrique já foi campeão das provas de 800 e 1.500 metros nos Jogos Universitários Brasileiros (JUBs) e no Troféu Norte-Nordeste de Atletismo 2023, além de possuir oito títulos cearenses (Foto: Arquivo pessoal)
Atleta da Universidade desde 2023, Henrique já foi campeão das provas de 800 e 1.500 metros nos Jogos Universitários Brasileiros (JUBs) e no Troféu Norte-Nordeste de Atletismo 2023, além de possuir oito títulos cearenses (Foto: Arquivo pessoal)

Os Jogos Olímpicos são sinônimos de união e conexão entre diversas nações, atletas e modalidades esportivas. Desde 1960, com a criação das Paralimpíadas, eles também representam inclusão. A estreia do Brasil nos Jogos Paralímpicos aconteceu em 1972, e a primeira medalha brasileira veio em 1976. Considerado uma potência paralímpica, o país possui um total de 373 medalhas até agora.

Em 2024, de 28 de agosto a 8 de setembro, acontecerá mais uma edição dos Jogos Paralímpicos, em Paris, na França. Antonio Henrique Barreto Lima, atleta da Universidade de Fortaleza, da Fundação Edson Queiroz, compõe a delegação brasileira como guia do paratleta Yeltsin Jacques, atual campeão mundial nas provas de 1500 e 5000 metros para deficientes visuais. Em maio deste ano, eles venceram o Mundial de Paratletismo no Japão e garantiram a vaga para as paralimpíadas.

Brincadeira que virou paixão

O atletismo está na vida de Antonio Henrique desde os 12 anos. Especialista nas provas de 800 e 1.500 metros, o atleta começou no esporte como uma brincadeira escolar. "Sempre perdia para os maiores, então comecei a treinar e fui campeão das modalidades de 3.000 e 5.000 metros na minha escola e cidade, Jaguaretama. No início, não tive apoio, mas com o tempo conheci meu antigo técnico, Antônio Nonato, que me apresentou às provas oficiais do atletismo", explica.

Além de atleta meio-fundista, modalidade do atletismo que corresponde, respectivamente, às distâncias de 800 a 3.000 metros, Antonio é aluno do curso de Educação Física da Unifor, e sua atual técnica é Sônia Ficagna, professora da graduação. Já o paratletismo surgiu da necessidade de um guia para Yeltsin. Após uma introdução feita pelo treinador de Jacques, Alex Lopes, e perante seus resultados no esporte, o atleta foi escolhido para seguir no treinamento com dois objetivos: o Mundial em Kobe, no Japão, e os jogos Paralímpicos em Paris – duas metas já alcançadas.

Desafios e aprendizados

Antonio destaca que as competições paralímpicas são muito diferentes das convencionais. Para ele, competir no Mundial de Atletismo no Japão foi uma experiência muito positiva, entretanto, por Yeltsin ser deficiente visual na categoria T11, as provas e treinamentos são muito duros. Assim, a metodologia de preparação é outra, e os treinos tendem a ser pesados. Além disso, Antonio precisa estar atento durante as provas, cuidando para não trombar com outros atletas e orientando Yeltsin continuamente.


Antonio Henrique Yeltsin Jacques competindo no Mundial de Atletismo no Japão (Foto: Arquivo pessoal)

"Eu acompanhei [o Yeltsin] nos 5 mil metros e foi algo bom para o meu currículo, para não ter só [a experiência do] convencional e entender como funcionam as estratégias, o modelo, a organização dessas competições. O paralímpico está muito na frente do convencional, é outro patamar. Hoje eu vivo como atleta profissional, diferente do tradicional, que talvez eu duraria cinco ou seis anos para ter pelo menos uma bolsa de um salário", pontua o atleta. 

Grandes expectativas 

Para os Jogos em Paris, as expectativas são altas. Os atletas buscam conquistar duas medalhas de ouro nas provas de 5.000 e 1.500 metros. Por ser um atleta mais veloz, Antonio está na reserva, mas pronto para servir como guia na prova de 1.500 metros. "Por enquanto, estamos só na passagem das primeiras voltas dos 5.000 metros, onde tenho mais cuidado com Yeltsin. Ele me escolheu para segurar as primeiras voltas e logo mais a gente pode estar guiando nos 1.500 metros também", explica.

A convocação para Paris é a terceira de Antonio em nível mundial, após competições na China (Mundial Universitário) e no Japão. "Conhecer outras culturas e viajar pelo mundo fazendo o que amamos, que é correr, é gratificante", diz. O atleta também já foi campeão das provas de 800 e 1.500 metros nos Jogos Universitários Brasileiros (JUBs) e no Troféu Norte-Nordeste de Atletismo 2023, e possui oito títulos cearenses. Nas paralimpíadas, caso o paratleta Yeltsin Jacques medalhe, o título também vai para o atleta da Unifor. 

Esporte é na Unifor!

A Unifor possui como uma de suas características mais fortes o DNA esportivo. O apoio aos atletas é incentivado de diversas maneiras, como bolsas de estudo esportivas, instalações e recursos esportivos de qualidade, apoio técnico e treinamento especializado. A Universidade desenvolve também diversos programas e projetos esportivos para atender à comunidade, por meio da Vice-Reitoria de Extensão e Comunidade Universitária, sob a coordenação da Divisão de Atividades Desportivas (DAD), com o objetivo de estimular a adoção de hábitos saudáveis, com foco em atividades físicas e na prática do esporte. 

A universidade dispõe de um Parque Desportivo, que conta com piscina semiolímpica, estádio de atletismo, ginásio poliesportivo, campo society, arena de beach tennis e quadras de tênis. Além dos diversos espaços para prática esportiva, a DAD gerencia quatro projetos, sendo um de incentivo ao esporte, contemplando oito equipes esportivas; a Escola de Esporte, projeto de responsabilidade social mantido pela Fundação Edson Queiroz; além de dois eventos anuais, a Corrida Unifor e os Jogos Internos.