ter, 29 março 2022 15:00
Cientistas responsáveis pelo capacete Elmo recebem Medalha da Abolição, maior honraria do Ceará
Unifor foi uma das instituições que desenvolveu o capacete de respiração artificial que ajudou pacientes com Covid-19 em todo o Brasil
Os cientistas que desenvolveram o capacete Elmo, utilizado no tratamento de pacientes com Covid-19, receberam na noite da última sexta-feira (25) a Medalha da Abolição (2020-2022), a principal honraria do Estado. A comenda foi entregue pelo governador Camilo Santana (PT) na data que marca os 138 anos do fim da escravidão no Ceará.
A iniciativa cearense recebeu a Medalha da Abolição ao lado de outras oito personalidades, em solenidade realizada no Palácio da Abolição, em Fortaleza. A entrega marcou a retomada da cerimônia após dois anos de suspensão por conta da pandemia de Covid-19.
“Nós sabemos o que representou o capacete na pandemia. Não só para milhares de cearenses, mas, também, para os brasileiros. O capacete reduziu em 60% a necessidade de intubação de pacientes com Covid-19. E foi uma parceria entre iniciativa privada, academia e poder público. Homenagem mais do que justa”, disse o governador Camilo Santana. Cerca de 6 a cada 10 pacientes que usaram Elmo para tratar Covid em Fortaleza não precisaram de intubação.
“Como cearenses temos a responsabilidade histórica que é bem representada pela trajetória dos nossos nove agraciados. Uma responsabilidade que passa por Chico da Matilde, nosso bravo Dragão do Mar, e tantos outros que contribuíram para a construção da nossa Data Magna. Graças ao eterno 25 de março de 1884, muitos estados podem até ser conhecidos como a Terra do Sol, mas apenas o nosso Ceará é a Terra da Luz”, concluiu Camilo Santana, em discurso emocionado.
Professores João Batista Furlan e Vasco Furtado, Edson Queiroz Neto (GEQ) e professor Herbert da Rocha na solenidade de entrega da Medalha da Abolição (Foto: Ares Soares)
A equipe que desenvolveu o capacete Elmo é composta por:
- João José Vasco Peixoto Furtado (Unifor)
- Herbert Lima Santos da Rocha (Unifor)
- João Batista Furlan Duarte (Unifor)
- Carlos Eduardo Bastos Salles (Esmaltec)
- Marcelo Alcântara Holanda (ESP)
- Luiza Gabriela de Carvalho Gomes Frota (ESP)
- David Guabiraba Abitbol de Menezes (ESP)
- Jorge Barbosa Soares (Funcap)
- Paulo André de Castro Holanda (Senai)
- Ataliba Holanda Neto (Senai)
- Bruno Henrique Rodrigues Santos (Senai)
- Gustavo Rodrigues Santos (Senai)
- João Luís Pinheiro Giffoni (Senai)
- José Arimar Fernandes Neto (Senai)
- Luiz Soares Júnior (UFC)
- Jarbas Ariel Nunes da Silveira (UFC)
- Fábio Cisne Ribeiro (UFC)
- André da Silva Machado (UFC)
- Francisco Rodrigues Porto Cavalcanti (UFC).
Medalha da Abolição
Instituída em 1963, a Medalha da Abolição reconhece o trabalho relevante de brasileiros para o Ceará ou para o Brasil. Os nomes são escolhidos por uma comissão instituída em decreto estadual.
Neste ano, nove personalidades de diferentes setores foram homenageadas. A cerimônia não ocorria desde 2019, quando os principais agraciados foram os bombeiros que atuaram no resgate das vítimas do desabamento do Edifício Andrea, em Fortaleza.
Veja a lista de agraciados:
- Capacete Elmo
- Maria do Perpétuo Socorro França Pinto, ex-procuradora-geral de Justiça do Ceará e titular da Secretaria de Proteção Social, Justiça, Cidadania, Mulheres e Direitos Humanos
- Espedito Seleiro, artesão e Mestre da Cultura do Ceará
- Tom Cavalcante, humorista, ator, apresentador, radialista e dublador
- Maria Nailde Pinheiro Nogueira, desembargadora e presidente do Tribunal de Justiça do Ceará
- Preto Zezé, presidente da Central Única das Favelas, empreendedor, produtor cultural e musical
- Amanda Lyssa de Oliveira Crisóstomo, jogadora de futsal, tricampeã mundial com a Seleção Brasileira de Futebol e eleita oito vezes a melhor do mundo na modalidade
- Cid Ferreira Gomes, senador da República, governador do Ceará por oito anos e ex-ministro da Educação
- José Ricardo Montenegro Cavalcante, industrial cearense há 34 anos e presidente da Federação das Indústrias do Ceará (Fiec).
Estado de liberdade
Em 25 de março de 1884, o Ceará foi a primeira província brasileira a libertar a população negra escravizada, . Uma ação pioneira, realizada quatro anos antes da Lei Áurea, que declarou a Abolição para todo o Brasil em 13 de maio de 1888. O que deu ao Ceará o título de Terra da Luz.
O dia 25 de março passou a ser celebrado como a Data Magna do Ceará, instituída como feriado estadual no dia 6 de dezembro de 2011. Um marco histórico que também rememora o protagonismo de mulheres e homens que lutaram pela liberdade e igualdade do seu povo. A Medalha da Abolição é concedida em reconhecimento ao trabalho relevante de cidadãos e cidadãs para o Ceará ou para o Brasil.