qua, 16 setembro 2020 17:36
De orelha em pé: conheça os podcasts da Universidade de Fortaleza
Professores da instituição falam sobre a popularidade das mídias em áudio e de sua importância no acesso democrático à informação. Ouça os programas.
A “febre do áudio” é uma tendência que, nos últimos anos, vem ocupando rotineiramente a atenção dos internautas. Não há aqui referência às mensagens de voz, e sim a uma alternativa cada vez mais popular para o consumo de informações: os podcasts. De fácil produção e adeptos de uma linguagem simples, direta e até divertida, esses “programas para os ouvidos” estão ganhando espaço em sites de notícia e aplicativos de áudio.
Consciente de sua relevância na atualidade, a Universidade de Fortaleza, da Fundação Edson Queiroz, já se rendeu à ferramenta e produz podcasts de forma ativa desde 2019. O “UniforCast”, um dos programas realizados pela instituição, traz discussões sobre assuntos atuais na visão de profissionais de cada área específica. Os temas são variados e abrangem as áreas de saúde, tecnologia, arte, ciência, economia, entretenimento, educação, esporte e mercado de trabalho, dentre outros. É possível ouvi-lo nas plataformas Spotify, Apple Podcast, Google Podcast e RSS feed.
“Faço a produção e mediação dos episódios. Nosso maior intuito é realmente mostrar histórias e ouvir de especialistas sobre assuntos contemporâneos que são essenciais para a sociedade. Queremos levar informação de qualidade para o público interno e externo à Unifor”, conta Brunna Veloso, aluna do curso de Jornalismo. A veiculação de novos programas acontece em frequência semanal.
O UniforCast se desdobra ainda em programas com conteúdo específico: “Ciência no Campus”, voltado para divulgação e debate de projetos acadêmicos; “Entrevista nota 10”, focado em personalidades; “Psicologia Polifônica”, que trata de assuntos relacionados ao curso de Psicologia; e a adaptação das “Lives do Conhecimento” e “Lives da Superação”, que aconteceram nas redes sociais da Unifor, para o formato de áudio.
Debates importantes
Uma das responsáveis pelo “Psicologia Polifônica”, Sabrina Matos é docente do curso de Psicologia da Unifor e conta que o objetivo principal do podcast é trazer, em uma linguagem acessível, debates em torno da psicologia que possam gerar interesse para além da comunidade acadêmica.
Em atividade desde dezembro de 2019, os temas já discutidos incluem a infância e o corpo da criança na contemporaneidade, a saúde mental na universidade e a violência de gênero na pandemia, entre outros. O participantes vão desde professores da Unifor a ex-alunos e grandes profissionais da área, como a psicanalista Maria Rita Kehl.
“É um projeto no qual eu tenho um carinho muito grande. Fazemos sempre um apanhado de sugestões com temas que se conectam com a atualidade. [...] Por conta da pandemia, nós tivemos que migrar para um outro formato, o de gravações remotas. Seguimos produzindo, e inclusive debatendo sobre a própria situação do mundo e os efeitos dela”, conta Sabrina, revelando uma ação que tem sido tendência entre os podcasters desde o início do período de isolamento social.
“O podcast é democrático”
Para a professora Kátia Patrocínio, do curso de Jornalismo da Unifor, o avanço tecnológico é o principal aliado na popularidade dos podcasts. “É possível, por meio de aplicativos que são super fáceis de baixar, fazer gravações à distância, e isso, com a pandemia que ainda estamos vivendo, tem se configurado como uma excelente alternativa para trabalhar com informações, conversar sobre assuntos diversos, fazer entrevistas e outras atividades”, observa.
Fã declarada de podcasts, Kátia trabalha com esse tipo de mídia nas disciplinas de radiojornalismo e de mídias sonoras. Ela conta que, com a pandemia, algumas atividades práticas precisaram ser adaptadas para o formato, tendo em vista a facilidade e a variedade de ferramentas relacionadas ao gênero que é oferecida por aplicativos. É possível utilizar softwares simples e gratuitos para a produção de conteúdo, como Audacity e Adobe Audition.
Sobre o papel de recurso jornalístico que os podcasts vêm assumindo, a professora ressalta que grandes empresas de comunicação têm se utilizado de seu formato dinâmico para expandir o conteúdo que é apresentado de forma tradicional, garantindo que a informação seja sempre atualizada e esteja disponível em horários para além de sua veiculação em plataformas como rádio, televisão e mídia impressa.
“O podcast está sendo mais do que uma ferramenta da internet para se trabalhar com áudio; tem sido um novo formato para informação e entretenimento”, afirma Kátia. “Ele é democrático, pois dá oportunidade a todos que, sendo da área da comunicação ou não, entendem bem sobre um assunto e gostariam de compartilhá-lo com os demais”.
Aluno de 8º semestre do curso de Jornalismo, Bruno Oliveira afirma que o consumo de conteúdos em áudio está atrelado à multifuncionalidade do ser humano na sociedade atual: “Tem podcasts que duram duas horas, mas você pode ouvi-los ao longo do dia, no fone de ouvido, no carro, no intervalo do trabalho ou de alguma aula, etc. É uma mídia que permite consumir conteúdo o tempo todo; aprender alguma coisa, assimilar alguma informação, em qualquer canto e horário”.
O estudante ainda revela ter criado o seu próprio podcast na pandemia, o que seria um reflexo de novas descobertas. “Estamos conectados em todos os aspectos, e isso facilita para que as pessoas descubram conteúdo de uma forma mais abrangente, acessível e rápida”, conta Bruno. “Meu ‘tempo livre’ na quarentena permitiu conhecer podcasts novos e interessantes, o que me influenciou a fazer um também”.
Ouça, a seguir, o episódio mais recente do Uniforcast.