qui, 3 outubro 2019 15:58
Nova edição de exposição retrata seis séculos de arte
A mostra “Da Terra Brasilis à Aldeia Global – 2ª Edição” passeia do século XVI ao século XXI
Dividida em oito módulos, a exposição “Da Terra Brasilis à Aldeia Global - 2ª Edição”, compreende seis séculos de arte, com artistas de renome nacional e internacional. Do primeiro módulo, “Terra Brasilis”, que vai de 1500 a 1637, constam as obras “Primeira Missa”, de Victor Meirelles, e “Primeira Missa em São Vicente”, de Rugendas, além de quatro óleos de Frans Post (1612-1680) e “Vista do Recife e seu porto”, de Gillis Peeters (1612-1653).
Do módulo dois, “Reais Mudanças”, de 1808 a 1821, constam, entre outras, as obras “Retrato de D. Pedro I”, 1829, óleo de Simplício de Sá Rodrigues, que tem um similar no Museu Imperial de Petrópolis (RJ), e “Juramento da Regência Trina”, de Araújo Porto Alegre, 1831, que retrata, em proporções murais e riqueza de detalhes, a cerimônia de posse da Regência Trina, realizada no Paço Imperial.
Quase todos os integrantes da Missão Francesa estão representados no grupo “A Presença Francesa”, destacando-se as obras “São João”, 1799, de Nicolas Antoine Taunay, e “Cascatinha da Tijuca”, 1840, de Félix-Emile Taunay. O módulo 2 encerra-se com o conjunto “O Olhar Estrangeiro” que inclui ainda pinturas, gravuras e álbuns de viagens, destacando-se obras de Adolphe D'Hastrel, August Müller, Durand-Brager, Conde de Clarac, Arnaud Julian Pallière e Johann Moritz Rugendas.
No módulo três, “Uma Academia nos Trópicos”, que vai de 1826 a 1922, a exposição mostra obras de artistas influenciados pela Academia Imperial de Belas Artes (AIBA). A Coleção da Fundação Edson Queiroz reúne os mais importantes artistas acadêmicos brasileiros desse período. Segundo Denise Mattar, o conjunto é surpreendente pois traça panorama dos caminhos da arte brasileira, da AIBA a meados do século XX, mostrando que muitos já antecipavam a modernidade. Fazem parte do núcleo obras de Belmiro de Almeida, Eliseu Visconti, Almeida Junior, Rodolpho Amoedo, Vicente Leite e Raimundo Cela.
O quarto módulo, “Modernidade”, é dividido em dois núcleos (“A Virada” e “Moderno, mas não tanto”) e abrange o período de 1917 a 1950. Neste módulo, está a principal diferença da mostra em relação à 1ª edição, pois foram incorpradas importantes obras que estavam sendo apresentadas em exposições na Europa. A Coleção da Fundação Edson Queiroz tem obras dos principais artistas do Primeiro Modernismo, dentre os quais, Di Cavalcanti, Anita Malfatti, Tarsila do Amaral, Ismael Nery, Gomide, entre outros.
A criação dos Museus de Arte Moderna em São Paulo e Rio, entre 1947 e 1948, encerra o ciclo do Segundo Modernismo, abrindo espaço para a chegada do Abstracionismo. Obras de Pancetti, Guignard, Segall, Volpi, Bruno Giorgi, Flávio de Carvalho, Ceschiatti, Aldemir Martins e Silvio Pinto completam o módulo, que prestará homenagem especial a três artistas brasileiros, com salas em separado: Di Cavalcanti, Milton Dacosta e Candido Portinari.
O quinto módulo destaca “A Força da Abstração”, indo do final dos anos 1940 aos dias atuais. Dele fazem parte artistas abstrato-informais da Coleção da Fundação Edson Queiroz: Vieira da Silva, Antonio Bandeira, Manabu Mabe, Tomie Ohtake, Iberê Camargo e Frans Krajcberg. Dos grupos Concreto e Neoconcreto integram a exposição: Ivan Serpa, Lygia Pape, Abraham Palatnik, Franz Weissmann, Hélio Oiticica e Lygia Clark. Sem fazer parte dos grupos citados, outros artistas desenvolveram, ao longo dos anos, sua pesquisa no abstracionismo geométrico, e por isso merecem destaque na exposição: Aldo Bonadei, Heloísa Juaçaba e Mira Schendel.
O sexto módulo, denominado “Tempos Difíceis” (1960 a 1970), faz alusão ao período da Ditadura Militar. Entre os artistas deste período a Coleção da Fundação Edson Queiroz está representada na exposição por obras de Antonio Dias, Wesley Duke Lee, Sérvulo Esmeraldo, Lygia Pape, Cildo Meireles e Waltércio Caldas.
O sétimo oito, denominado “Chuvas de Verão”, agrupa os artistas da chamada “Geração 80” (1980 a 1990), reunindo obras dos principais artistas desse período: Beatriz Milhazes, Adriana Varejão, Daniel Senise, João Câmara Filho, Leda Catunda e Leonilson.
No oitavo e último módulo, “A Aldeia Global” (de 1990 aos dias atuais), Denise Mattar selecionou obras significativas da Arte Contemporânea presentes na Coleção da Fundação Edson Queiroz. Dentre esses artistas, estão presentes Adriana Varejão, Mariana Palma, Henrique Oliveira, Vik Muniz, José Tarcísio, Luiz Hermano e Efrain Almeida.
Serviço
Da Terra Brasilis à Aldeia Global - 2ª Edição
Abertura oficial: 10 de outubro, às 19h
Local: Espaço Cultural Unifor
Período de apresentação: A partir de 11 de outubro de 2019
Horário de funcionamento: 9h às 19h (terça a sexta-feira) e de 10h às 18h (sábado e domingo)
Aberto ao público