ter, 20 agosto 2024 10:09
Filme cearense “Fenda”, de Lis Paim, recebe dois prêmios no Festival de Gramado
A produção do Ceará recebeu os prêmios de melhor curta-metragem e melhor atriz
O cinema cearense está de parabéns mais uma vez. O filme “Fenda”, da diretora Lis Paim, professora do curso de Cinema e Audiovisual da Universidade de Fortaleza, da Fundação Edson Queiroz, recebeu o prêmio de Melhor Curta-metragem Brasileiro no 52o Festival de Cinema de Gramado, um dos mais importantes do Brasil.
O filme levou também o prêmio de Melhor Atriz de curta metragem para a artista Edvana Carvalho. Além dessas premiações, o artista cearense Rodger Rogério foi eleito Melhor Ator Coadjuvante, conquistando assim seu primeiro Troféu Kikito, e o filme cearense “Motel Destino”, de Karim Aïnouz, foi exibido fora de competição na noite de abertura do festival.
A realização de “Fenda” é da Tela Tudo, produtora de Lis Paim, e da Onça Preta Filmes, de Davi Jaguaribe, em parceria com a Orla Filmes e a Veneta Filmes, todas produtoras cearenses de audiovisual. Apoiaram o projeto a Unifor e a Iluminura Filmes, do cineasta Petrus Cariry, que atua como diretor de fotografia.
“Fenda” é estrelado pelas atrizes baianas Edvana Carvalho e Noélia Montanhas e pela cearense Monique Cardoso. O filme aborda a vida de Marta, cientista botânica que vive apartada de suas raízes até que aceita receber a visita de Diná, uma velha senhora doce e enxerida que tenta desesperadamente penetrar na sua intimidade.
Em entrevista ao jornal Diário do Nordeste, Lis Paim explica O filme cearense “Fenda”, dirigido por Lis Paim, foi um dos 12 selecionados para a Mostra Competitiva de Curtas-metragens Brasileiros do 52o Festival de Cinema de Gramado, que acontece entre os dias 9 e 17 de agosto na serra gaúcha. “Fenda” é a segunda produção do Ceará a integrar a programação do evento, após o anúncio da exibição fora de competição do longa metragem “Motel Destino”, de Karim Aïnouz, na noite de abertura festival.
Em entrevista ao jornal Diário do Nordeste, Lis Pais explica que o curta surgiu do desejo de contar uma história protagonizada por mulheres negras, entre a maturidade e a velhice, cujos laços as conectam e as separam ao mesmo tempo. “Poeticamente, o título propõe a ideia de uma fissura estreita e longa de separação, mas também de uma pequena abertura, um acidente improvável, uma rachadura no espaço-tempo pela qual pode irromper a faísca de reconexão do elo ancestral que já se acreditava completamente perdido”, complementa.
“Minha vontade é a de falar sobre como toda uma estrutura social de exclusão, desigualdade e racismo produz, dentro das pequenas histórias de pessoas comuns, caminhos de sobrevivência e rachaduras emocionais silenciosas e muito profundas, capazes de atravessar o tempo. É uma história das escolhas possíveis e de condições e caminhos muitas vezes não conciliáveis para estas mulheres ao longo da vida, em um mundo que as oprime e muitas vezes as distanciam” — Lis Paim, diretora do filme "Fenda" e professora do curso de Cinema e Audiovisual da Unifor
O vencedor do melhor filme, “Oeste Outra Vez”, é o segundo longa de Erico Rassi e retrata o universo masculino rural marcado pela ausência de mulheres. A produção foi filmada no sertão de Goiás e conta a história de Toto (Angelo Antônio), um homem abandonado pela mulher que foge na bela paisagem da Chapada dos Veadeiros na companhia de Jerominho (Rodger Rogério).