seg, 14 setembro 2020 10:42
Fundação Edson Queiroz apresenta a exposição “Stênio Burgos – Realtopia”, no Espaço Cultural Unifor
Mostra fica em cartaz de setembro a dezembro de 2020 e reúne 82 obras do artista para visitação gratuita
Desobediência impulsiva e criativa que resulta na expressão de uma sensualidade colorida e vibrante. Assim pode ser descrita a arte de Stênio Burgos, que ganha exposição inédita realizada pela Fundação Edson Queiroz. Intitulada “Realtopia”, a mostra terá uma abertura virtual no dia 22 de setembro de 2020, às 19h, nas plataformas digitais da Universidade de Fortaleza. E seguirá em cartaz até 20 de dezembro de 2020, no Espaço Cultural Unifor, com agendamento para visitas pelo telefone (85) 3477.3818. A exposição tem o patrocínio da Ticket, apoio de Sistema Verdes Mares e Minalba e apoio cultural da Claro.
Com foco exclusivo no trabalho de Burgos, “Realtopia” conta com 82 obras do artista plástico. “Ao transformar a tinta em espiritualidade, Stênio Burgos encontra a essência de sua busca: a consagração da Vida. Ecoam como poemas, como canções. Um irresistível chamado para amar e defender a natureza, revelando o Ceará que nos enaltece”, ressalta a curadora da mostra, Olga Paiva.
“A exposição de Stênio Burgos marca a reabertura do Espaço Cultural Unifor, após o período de isolamento social, em razão da pandemia de Covid-19. Em obediência aos decretos governamentais e seguindo rigorosos protocolos de segurança, esperamos que o visitante desfrute com tranquilidade a mostra de Burgos, que apresenta o universo particular desse expressivo artista cearense, com obras carregadas de cor, sentimento e emoção”, comenta o vice-reitor de Extensão da Universidade de Fortaleza, professor Randal Pompeu.
Natural de Crateús, interior do Ceará, José Stênio Burgos é graduado em Arquitetura e Urbanismo. Nos anos 1980, estudou desenho e pintura na instituição Estudi Chelsea, em Barcelona (Espanha), onde participou de uma mostra coletiva na sala Santi Jordi. Nas últimas duas décadas, Burgos desenvolveu uma profunda relação com a Holanda, país onde esteve por diversas temporadas, algumas exclusivamente para pintar.
Admirador da tradição pictórica holandesa e fã das tintas produzidas por lá – que são as que mais usa – Stênio, conscientemente ou não, também foi aos poucos se aproximando das temáticas típicas dos grandes mestres do local: a natureza morta (também conhecida como stilleven, termo inclusive cunhado pelos holandeses), os arranjos florais e as paisagens domésticas. No seu caso, essas últimas possuem a marca de atrair o olhar para o exterior, retratando vistas da janela ou do jardim – como nas séries feitas na rua Rozengracht, em Amsterdã, e em Zeeland, província no sul da Holanda.
Nada é fictício ou imaginário nos quadros de Stênio Burgos. Sua pintura destila a poesia do dia a dia e faz com que o espectador passe a ver com outros olhos o que antes talvez não lhe chamasse a atenção: a exuberância colorida de um vaso com flores, as sinuosas curvas de objetos dispostos sobre uma mesa ou até a simplicidade de uma árvore perdendo as folhas. Com suas pinceladas vigorosas, o artista narra momentos vividos e revela detalhes que poderiam passar despercebidos pela aparente banalidade, mas que se tornam únicos em suas telas.
Entre as muitas obras de Realtopia, a presença de Burgos é exposta e sublinhada na altura de seus feitos: incontáveis autorretratos do artista dão conta de como o tempo e as marcas da odisseia pessoal foram redesenhando sua figura. Pode-se reparar, ainda, que os retratos estão sempre a vigiar o mundo, assumindo posição quase de espelho, e que parecem guardar a sensibilidade e os temores de alguém que não quer sua travessia apagada após o fim – características que ressoam humanidade em quem as observa.
Além da mostra de Stênio Burgos, nas galerias térreas, segue em cartaz, nas galerias superiores do Espaço Cultural Unifor, a exposição “Da Terra Brasilis à Aldeia Global”, com obras da Coleção Fundação Edson Queiroz.
Sobre a Fundação Edson Queiroz
Como poucas instituições no Brasil fora do eixo Rio-São Paulo, a Fundação Edson Queiroz construiu amplo acervo de arte brasileira, sobretudo do século 20, com obras de artistas do porte de Lygia Clark, Tarsila do Amaral, Di Cavalcanti, Lasar Segall, Hélio Oiticica, Candido Portinari, Alfredo Volpi, entre outros. A articulação entre a educação superior e as artes faz parte da essência da Fundação Edson Queiroz, mantenedora da Universidade de Fortaleza, onde a comunidade acadêmica convive em harmonia com as artes visuais, o teatro, a música e a dança, por meio da realização de exposições, espetáculos e do apoio permanente a seus grupos de arte – Big Band, Camerata, Coral, Grupo Mirante de Teatro e Grupos Infantis de Sanfona, Flauta, Violino, Piano e Canto Coral.
Criado em 1988 e instalado no campus da Universidade, o Espaço Cultural Unifor apresenta exposições de grandes artistas internacionais, como Rembrandt, Rubens e Miró, artistas brasileiros e jovens talentos locais. A Fundação mantém ainda a Biblioteca Acervos Especiais, composta por cerca de 9 mil livros raros, que datam desde o século XV, incluindo parte significativa da coleção que pertencia a Francisco Matarazzo Sobrinho, o Ciccillo Matarazzo, aberta à visitação pública sob agendamento.
Serviço
Exposição: Stênio Burgos – Realtopia
Abertura virtual: 22 de setembro de 2020, 19h, nas plataformas digitais da Unifor
Período expositivo: 23 de setembro a 20 de dezembro de 2020
Horário de visitação: de terça a sexta: 9h às 17h; sábados e domingos: 10h às 17h
Plataformas de transmissão da abertura
Youtube / Facebook / Instagram (IGTV) / TV Unifor (canal 181 da NET)