qui, 30 julho 2020 18:53
Justiça seja feita
Nascidos e criados em meio às redes, jovens egressos e egressas de diferentes Centros de Ciências da Universidade de Fortaleza, instituição da Fundação Edson Queiroz, destacam o potencial transformador de suas carreiras. Confira:
Ainda que virtual, viver o rito da colação de grau em julho último e, de um dia para o outro, passar a se apresentar como advogado ainda assusta o jovem Daniel Veras da Ponte. Aos 22 anos, ele buscou o curso de Direito da Universidade de Fortaleza (Unifor) para conquistar independência financeira, mas acabou entendendo que a carreira lhe exigiria compromisso sério e inquebrantável com uma sociedade historicamente marcada pela injustiça social.
“Enquanto você é estudante da graduação se sente protegido e confiante porque está ali protegido pela instituição de ensino e dentro do melhor Curso de Direito da cidade. Então, pode errar tranquilamente. Mas agora virou a chave. Tem que dar a cara a tapa e encarar que sou eu quem deve agora proteger os direitos da população, brigar para fazer justiça e zelar pelo cumprimento das leis, seja em que área venha a atuar”, admite.
E foi como estagiário do Escritório de Prática Jurídica (EPJ) da Unifor que ele se viu tocado pelo desafio de prestar atendimento jurídico gratuito à comunidade, descobrindo a Defensoria Pública e sua inclinação para a defesa dos direitos daqueles que não têm condições financeiras sequer de pagar um advogado. Atuando em parceria com a Defensoria Pública Estadual, a Justiça Federal do Ceará (21ª Unidade do Juizado Federal), o Tribunal de Justiça (23ª Unidade do Juizado Estadual) e o Procon/Assembleia, o EPJ também abriu as portas para que Daniel conhecesse a área de mediação de conflitos e visse ali o melhor caminho não só para promover a justiça social como defender uma cultura de paz.
“O mundo está polarizado e não vejo o diálogo imperar. Muitas brigas judiciais e situações conflitivas podem ser solucionadas por meio da conciliação e do diálogo, como os tão comuns acordos de divórcio e pensão alimentícia. Gosto dessa compreensão de acesso à justiça adotada pelo curso de Direito da Unifor, que não se resume à tradicional definição de acesso à prestação jurisdicional. Para mudar o mundo, penso que preciso contribuir para a pacificação social e desburocratização do Poder Judiciário e, com isso, propagar o senso de cidadania ao mesmo tempo em que se promove o acesso à justiça”, bate o martelo.