Olimpíadas 2024: Conheça as novas modalidades esportivas nos Jogos Olímpicos de Paris

seg, 22 julho 2024 18:54

Olimpíadas 2024: Conheça as novas modalidades esportivas nos Jogos Olímpicos de Paris

Gestor de esportes da Unifor comenta sobre novas modalidades e importância da prática esportiva 


Brasil contará com representantes nas novas modalidades esportivas, break dance e caiaque cross, dos jogos olímpicos (Ilustrações: Comitê Olímpico Internacional)
Brasil contará com representantes nas novas modalidades esportivas, break dance e caiaque cross, dos jogos olímpicos (Ilustrações: Comitê Olímpico Internacional)

Os Jogos Olímpicos de Paris acontecem de 26 de julho a 11 de agosto. Em 2024, o evento esportivo conta com duas modalidades estreantes: o breakdance e a prova de caiaque cross, dentro do programa da canoagem slalom. A participação brasileira estará garantida pelos atletas Nathana e Flash, no breakdance, e por Ana Sátila e Pepê Gonçalves, no caiaque cross.

Também conhecido como breaking, o breakdance tem raízes na cultura hip-hop e envolve movimentos complexos e acrobáticos realizados ao ritmo da música, sendo uma mistura de dança e esporte. Os competidores, conhecidos como b-boys e b-girls, são avaliados por um júri com base em critérios como técnica, criatividade, musicalidade e desempenho geral.

Já o caiaque cross, diferentemente das competições tradicionais de slalom, é disputado em descidas rápidas por rios com corredeiras desafiadoras, demandando não só velocidade, mas também habilidades precisas de manobra e resistência física. Os competidores navegam por cursos imprevisíveis, enfrentando ondas, pedras e quedas d'água, com pontuação baseada na velocidade e na execução das manobras.

Novas possibilidades

Para Ralciney Barbosa, coordenador da Divisão de Assuntos Desportivos (DAD) da Universidade de Fortaleza — instituição da Fundação Edson Queiroz —, a inserção dessas modalidades é bastante positiva para o panorama esportivo. “O Brasil hoje é referência na área do breaking, com campeões mundiais. Isso favorece muito a possibilidade de ganho de medalhas pelo país nessas novas modalidades”, ressalta o professor.

Uma das atletas de destaque no cenário nacional do breakdance é Carolaine Navarro, também conhecida como a b-girl Karolzinha, que já foi atleta da Unifor em 2022. Apesar de não participar desta edição das Olimpíadas, é uma promessa para o futuro. “Karolzinha foi campeã brasileira e destaque mundial. Ela viaja muito em disputas profissionais e é uma atleta de referência, que já foi nossa aluna aqui na Universidade”, frisa Ralciney.


Karolzinha foi campeã nacional na categoria feminina de breakdance pela Unifor nos Jogos Universitários Brasileiros de 2022 (Foto: Reprodução Instagram)

Já na edição dos Jogos Paralímpicos Paris, que acontece de 28 de agosto a 8 de setembro, a Unifor terá um representante atuando como atleta-guia no Atletismo. Henrique Barreto Lima é atleta da Universidade desde o início de 2023 e foi convocado para ser o auxiliar de Yeltsin Jacques, atual campeão mundial nas provas de 1500 e 5000 metros para deficientes visuais, categoria T11.

“Essa é minha terceira convocação em nível mundial. Para mim é mais um compromisso onde devo dar o meu melhor em cada passo e corrida. Estamos entusiasmados para essa competição e esperamos alcançar dois ouros olímpicos nessa jornada”, declara o competidor, que também já foi aluno da Unifor.


Nos desportos paralímpicos, o atleta-guia cumpre a função de auxiliar o esportista cego ou com baixa visão (Foto: Reprodução instagram)

Aos 24 anos, Henrique é meio-fundista, atuando nas provas de 800 e 1500 metros no convencional, e treina com Sônia Ficagna, professora do curso de Educação Física da Unifor. Atual campeão brasileiro universitário e do Norte-Nordeste, o atleta foi oito vezes campeão cearense. Recentemente, foi destaque no Troféu Brasil de Atletismo, realizado na cidade de São Paulo, juntamente com outros atletas da Universidade.

O que vem por aí nos Jogos Olímpicos?

Outras modalidades estão sendo sondadas para entrar na lista de esportes olímpicos nas próximas edições do evento. Entre elas, está o beach tennis, que mescla elementos do tênis tradicional, vôlei de praia, badminton e frescobol. Ralciney aponta a estrutura oferecida pela Unifor para a prática do esporte.


Arena Beach Tennis Unifor conta com seis quadras de areia (Foto: Ares Soares)

Temos um complexo de areia que favorece a prática do beach tennis. Além do mais, somos campeões brasileiros nessa modalidade nos Jogos Universitários Brasileiros (JUBs)”, reforça o professor, que acredita na força desse esporte para trazer medalhas para o país, caso seja oficializado como modalidade olímpica no futuro.

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Como formar atletas olímpicos?

A possibilidade de se tornar um atleta de nível olímpico passa pelo desenvolvimento motor individual, ciência esta que traz como uma das prerrogativas dotar a pessoa de possibilidades motoras. Em paralelo a isso, outras circunstâncias influenciam a formação de atletas, principalmente, o ambiente em que o indivíduo cresce.

Ralciney afirma que a criança traz consigo uma carga genética importante, mas o ambiente favorece o desenvolvimento ou não dessas potencialidades. “Nesse sentido, o primeiro passo é estimular que as crianças pratiquem atividades físicas das mais diversas formas”, explica.


“A Unifor tem programas e parcerias com federações, inclusive participamos do Comitê Brasileiro de Clubes. Nesse comitê, nas modalidades de voleibol, voleibol de praia e atletismo, participamos com atletas mais novos, que estão prestes a entrar na Universidade, e também já universitários em competições de nível nacional com os grandes clubes do Brasil. A Unifor hoje é uma referência. Não à toa, muitos dos nossos atletas são destaques nacionais, participando de mundiais escolares e universitários”Ralciney Barbosa, coordenador da Divisão de Assuntos Desportivos (DAD) da Unifor

Segundo o professor, o estímulo dos pais tem grande participação nesse processo. O ato de matricular a criança em escolas de esportes é favorável para fortalecer todo o arcabouço motor, por isso, quanto mais variada for essa aprendizagem, maior a possibilidade de que atletas amadores se tornem profissionais de destaque nos esportes.

“A partir daí, surge o que chamamos de oportunizar a população (especificamente aqui do estado e do entorno da Universidade) a ter essas vivências”, diz o coordenador. Por meio da Escola de Esportes, a Unifor atende mais de 300 crianças em diversas modalidades, tendo como principal objetivo fazer com que elas adotem hábitos saudáveis e se desenvolvam em termos motores.

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O papel da Universidade

Entre o corpo docente e discente da Universidade de Fortaleza, existe o consenso de que a instituição possui como uma de suas características mais fortes o DNA esportivo. A Fundação Edson Queiroz, que é mantenedora da Unifor, desenvolve iniciativas como o Programa de Apoio e Incentivo ao Esporte por meio de uma portaria que disponibiliza 120 bolsas para atletas de destaque.

Os incentivos variam de 20% até 100% e, além do viés esportivo, contemplam também o contexto acadêmico, uma vez que o aluno-atleta não pode perder disciplinas, nem trancar mais do que uma cadeira. Para Ralciney, esse apoio dado pela Universidade é de fundamental importância para o desenvolvimento do esporte dentro da instituição, no Ceará e no Brasil.

A Unifor hoje figura entre as cinco melhores instituições de ensino superior do país, fruto justamente desse investimento e reconhecimento de que o esporte é uma ferramenta poderosa na transformação de vidas e na formação de pessoas mais resilientes, que sabem trabalhar em grupo, que aceitam desafios e são disciplinados. Tudo isso favorece essa formação integral desses alunos, utilizando o esporte como ferramenta”, conclui o coordenador.