Primeiro ato de vacinação contra Covid-19 no Brasil reconhece esforços de enfermeiros

seg, 18 janeiro 2021 19:55

Primeiro ato de vacinação contra Covid-19 no Brasil reconhece esforços de enfermeiros

Universidade de Fortaleza comemora conquista nacional e destaca papel dos profissionais da Enfermagem na nova etapa do combate à pandemia.


A enfermeira Mônica Calazans foi a primeira brasileira a ser vacinada. (Foto:  Governo de São Paulo)
A enfermeira Mônica Calazans foi a primeira brasileira a ser vacinada. (Foto: Governo de São Paulo)

Na tarde de ontem, 17 de janeiro, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o uso emergencial das vacinas Oxford/AstraZeneca e CoronaVac para controle da pandemia de Covid-19 no país. O Plano Nacional elaborado pelo Ministério da Saúde indica que, a partir desta semana, a vacinação terá início em todo o território brasileiro. No Ceará, ela começou a ser realizada hoje, 18, em cerimônia no Hospital Leonardo da Vinci.

A Universidade de Fortaleza, da Fundação Edson Queiroz, reiterando seu compromisso com a ciência e com a pesquisa, comemora o feito. A vacinação proporcionará mais saúde e esperança ao povo, permitindo que, de agora em diante, nossos irmãos vençam suas batalhas com mais humanidade, consistência e assistência.

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Somente em 2020, a Fundação Edson Queiroz investiu em 10 projetos de pesquisas relacionados ao enfrentamento da Covid-19, como o desenvolvimento do capacete Elmo, utilizado para respiração assistida, e ações como leitura gratuita de testes em parceria com a Secretaria de Saúde do Estado do Ceará. Além disso, foram reforçados cursos de graduação da área da Saúde e oferecidas Especializações e MBAs com abordagens profundas desse sensível período por qual passa a saúde do mundo inteiro.

Ode à Enfermagem

A enfermeira Mônica Calazans, de 54 anos, foi a primeira pessoa a ser vacinada em território nacional, tornando-se rosto de um período aguardado por todos desde o estopim da pandemia no Brasil, no primeiro trimestre de 2020. Funcionária da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, ela esteve lutando na linha de frente contra a Covid-19 ao longo dos últimos meses.

A dose foi aplicada por Jéssica Pires de Camargo, de 30 anos, funcionária do Controle de Doenças e Mestre em Saúde Coletiva pela Santa Casa de São Paulo. O ato ocorreu no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), onde 112 pessoas foram vacinadas no total.

No Ceará, a profissional escolhida para receber a vacina foi a técnica de enfermagem Maria Silvana Souza Reis, de 51 anos. Assim como Calazans, ela esteve à frente do tratamento de doentes durante a pandemia, apesar da avançada idade. É muita emoção. [...] Trabalhei desde os primeiros dias e não peguei Covid-19. Fiquei sempre na linha de frente, ia e voltava para casa de ônibus, às 5 horas da manhã”, declarou Maria durante a coletiva de imprensa realizada em torno do ato de vacinação. Ela ainda ressaltou: “Não senti nada, nenhuma dor. Não tenham medo de tomar a vacina”.

Em maio de 2020, para destacar o Dia do Enfermeiro, o jornal Unifor Notícias trouxe luz aos depoimentos de profissionais cearenses que estiveram no front da batalha travada contra o novo coronavírus, que, naquele momento, já provocava um acelerado aumento no número de infectados e mortos. Em outubro, sete meses depois, uma nova leva de entrevistados contava a respeito da difícil rotina.

“Na linha de frente combatendo a pandemia da Covid-19, a enfermagem configura-se como a maior categoria profissional, com atuação ininterrupta, sendo [os enfermeiros] essenciais e nucleares na assistência efetiva a tantos cearenses acometidos por esta doença. O fato de permanecerem por 24 horas no cuidado direto, torna esses profissionais mais expostos à contaminação e põe em risco sua saúde para salvar a vida do outro. Somam-se a esse ato nobre a capacidade científica, habilidades práticas, raciocínio crítico, empatia e outras características que tornaram os enfermeiros protagonistas nesse trágico cenário”, conta Kiarelle Penaforte, docente do curso de Enfermagem da Unifor. 

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Ela destaca que, com a aprovação da vacina e a renovação das esperanças, surge um novo contexto no cenário profissional, em que o enfermeiro possui papel fundamental na gestão da imunização por monitorar os aspectos técnicos e operacionais, além da constante responsabilidade do reconhecimento da situação epidemiológica e da conscientização da população. “Dessa forma, [o fato de] a primeira vacina em nosso país ser administrada em uma enfermeira, torna-se um marco do reconhecimento desta categoria profissional tão essencial na assistência ao indivíduo, família e comunidade”, afirma Kiarelle.

De acordo com a professora, o curso de Enfermagem da Unifor é pioneiro na formação de profissionais de excelência por fortalecer as competências anteriormente mencionadas. “Vale ressaltar que [neste momento] muitos egressos estão desenvolvendo essas ações de combate nos diversos âmbitos de atuação da Enfermagem. O Mestrado Profissional em Tecnologia e Inovação em Enfermagem da Unifor também contribui de sobremaneira no desenvolvimento de projetos inovadores e impactantes da prática de Enfermagem”, declara Kiarelle Penaforte.