seg, 7 agosto 2023 18:45
Qual a receita dos novos médicos?
No curso de Medicina da Unifor, formamos novas gerações de médicos com um currículo ainda mais prático, trilhas de formação, infraestrutura de ponta, corpo docente renomado e muito incentivo à pesquisa nacional e internacional
O futuro da saúde passa por eles. Se a medicina tem sido alçada a uma demanda crescente por mais humanização, inovação e resolução de problemas, qual a receita para formar os novos médicos?
Na Universidade de Fortaleza, instituição vinculada à Fundação Edson Queiroz, a aposta para garantir um ensino de excelência às novas gerações passa por uma matriz curricular integrada e ainda mais prática, além da infraestrutura de ponta, corpo docente de excelência e muitas portas abertas para praticar e pesquisar.
Em tempos de mudanças velozes em todas as áreas por conta da globalização e do desenvolvimento tecnológico, o curso de Medicina da Unifor está constantemente olhando para si e se reinventando para manter o ensino de qualidade e o espírito inovador. A graduação conta com seis anos de duração, organizados em módulos temáticos nos quatro primeiros e depois dois anos de internato.
Mas uma escuta ativa de docentes e discentes levou a uma reforma curricular, em vigor desde 2021. As atividades práticas foram ampliadas para 69% da carga horária do curso, com ênfase na Atenção Primária à Saúde e na interdisciplinaridade.
Também foram incluídas disciplinas eletivas e optativas, e os alunos passaram a poder optar pelas trilhas de formação de seu interesse. Mas não param aí as novidades abraçadas pelo curso para garantir o ensino de excelência aos novos médicos.
As atividades práticas equivalem a 69% da carga horária do curso, com ênfase na Atenção Primária à Saúde e na interdisciplinaridade (Foto: Robério Castro)
“[Além da] implantação da nova matriz curricular, [tivemos] reforma do Laboratório de Habilidades Médicas, compra de novos equipamentos, abertura do ambulatório de Libras no NAMI, expansão dos campos de prática com convênio com novas unidades de saúde e hospitais em Fortaleza e na Região Metropolitana, instituição de ações de extensão e eventos científicos e culturais como a Semana da Diversidade”, lista a médica e coordenadora do curso, Rejane Brasil Sá.
Quem escolheu a Unifor para estudar Medicina atesta: a Universidade oferece todas as ferramentas para seguir os mais diversos caminhos, seja na prática médica ou na pesquisa acadêmica. Alunos, egressos e professores compartilham suas experiências e mostram porque o curso alcançou nota máxima no Ministério da Educação (MEC) e destaque nos rankings educacionais internacionais.
Métodos de aprendizagem inovadores
Desde criança, Rômulo Guilherme Leitão Filho se interessa por qualquer assunto relacionado a ciências e corpo humano. Durante muito tempo, até pensou em seguir os passos do pai na área do direito. Mas, ao refletir mais seriamente sobre o futuro no último ano do ensino médio, sentiu que deveria mesmo ser médico.
“Jamais vou me arrepender dessa escolha”, ele diz, no auge do 10º semestre do curso de Medicina da Unifor. A escolha da Universidade veio pela boa fama em sua família, que há muito tempo conhece a instituição por dentro: o avô participou da fundação do curso de Odontologia e o pai leciona no curso de Direito.
“Enxergo a Unifor como uma instituição séria e empenhada na propagação e na atualização do conhecimento, fazendo jus ao lema ‘Ensinando e Aprendendo’.” — Rômulo Guilherme Leitão Filho, aluno do curso de Medicina da Unifor
Mas não era só isso. O corpo docente conceituado e a estrutura excelente da Universidade chamaram a atenção do estudante, além do modelo de ensino adotado pelo curso: o Aprendizado Baseado em Problemas (PBL, sigla em inglês). “Ele permite o desenvolvimento de habilidades essenciais para o bom desempenho da prática médica, como a capacidade de trabalhar em grupo e a proatividade, além de aprimorar o raciocínio clínico”, explica.
Durante a graduação, não faltaram atividades extracurriculares para turbinar sua experiência acadêmica e seu currículo. Rômulo foi presidente do Centro Acadêmico. Dentre várias outras atividades, também participou do braço nacional da maior organização estudantil do mundo, a International Federation of Medical Students' Association, atuando nos temas de Educação Médica, Saúde Pública, Direitos Humanos, Saúde Sexual e Reprodutiva e Intercâmbios.
O discente agora está no internato. “Nesse período, deixamos de ter um cronograma de aulas e avaliações e passamos a exclusivamente atuar nos mais diversos serviços à saúde em Fortaleza e, até mesmo, em outros municípios, desde Unidades de Atenção Primária à Saúde até hospitais terciários”, celebra.
Para ele, todas essas experiências na Unifor o ajudarão a ter sucesso no mercado de trabalho. O sonho agora, diz, é se formar, fazer Residência de Clínica Médica e atuar em ambiente hospitalar, além de um dia seguir os passos do pai e do avô e retribuir o que aprendeu ensinando na Universidade.
Da prática desde cedo às ligas acadêmicas
Carolina Carmona, de 23 anos, não se lembra de um marco específico que a fez decidir ser médica, mas tem certeza que está no lugar certo. No 11º semestre de Medicina, ela conta que escolheu a Unifor pelos métodos de aprendizagem modernos e focados na prática, além do amplo incentivo à pesquisa e à participação em projetos de extensão.
“Isso me chamou muito a atenção na hora de escolher”, conta ela, que tem se dedicado a aproveitar ao máximo os diferenciais da Universidade. Carolina já foi monitora de disciplinas como Patologia e Radiologia e é diretora da Liga Nacional de Neurocirurgia Pediátrica.
“Os projetos existem para auxiliar na formação acadêmica do aluno, ampliando os horizontes e oportunidades, os contatos interpessoais e a conexão com a ciência. O aluno passa a conhecer novas pessoas, profissionais destaque na área e exercitar tudo aquilo que vê na teoria”, explica.
Para ela, vivenciar projetos de pesquisa e extensão ajudam a adquirir uma percepção de mundo e da profissão bem diferente. “Você se torna aberto a novas experiências, aprende a lidar com pessoas e com situações inesperadas, absorve com mais facilidade um assunto e vê possibilidades de atuação profissional. Recomendo a todos”, acrescenta.
+ Experiências que dão "liga" ao currículo
Ao menos 700 alunos de Medicina dos mais variados semestres participam de 36 ligas acadêmicas atreladas ao curso. Por meio delas, os discentes mergulham em vivências práticas com comunidades, no estudo em grupo e na chance de executar ações em seus campos de atuação. Tudo acompanhado por docentes da Unifor e profissionais preceptores, em ambientes internos e externos à Universidade.
Essas iniciativas são uma chance de atuar como um aluno voluntário e experimentar algumas práticas do tripé ensino, pesquisa e extensão. São também uma boa oportunidade para criar conhecimento interdisciplinar e turbinar tanto o currículo profissional quanto acadêmico, além de ajudar a sociedade. Segundo a coordenação do curso, 3.804 pessoas foram beneficiadas pelas ligas acadêmicas de Medicina no ano passado.
“O curso da Unifor oferece muitos elementos para complementar a formação acadêmica. Além do início das atividades práticas em laboratório e em campo já nos primeiros semestres, temos aulas com métodos de aprendizagem ativa para melhor fixação de conteúdo, incentivo à iniciação científica e à docência” — Carolina Carmona, aluna do curso de Medicina da Unifor
Caminhos abertos para o sonho da residência no exterior e a internacionalização
Leonardo Macêdo Filho se formou em Medicina na Unifor em 2021 certo de que sua missão é prezar pelo conforto e cuidado por meio da cura e do diagnóstico. Ele lembra com carinho da empolgação quando fez sua matrícula na Universidade. Estava ansioso para começar o curso e conhecer os colegas.
Mas só durante a graduação foi construindo a consciência do suporte que a Unifor oferece para seus alunos em todos os âmbitos — especialmente na pesquisa, área que ele decidiu seguir. “Impossível não crescer academicamente e profissionalmente sendo um aluno da Unifor”, afirma.
Leonardo agarrou todas as oportunidades que pôde durante a graduação. Foi bolsista do Programa de Extensão Tutorial (PET), presidente da Liga Acadêmica de Neurologia, Neurocirurgia, Genética e Psiquiatria (LANNGEP) e monitor de disciplinas.
“Todos [esses projetos] contribuíram na minha concepção de pesquisa e na minha formação profissional e acadêmica”, reflete. Para se ter uma ideia, o curso tem 592 alunos de Iniciação Científica inscritos entre 2020 e 2023, sob orientação de seus professores.
Leonardo sonhava em se internacionalizar, então conseguiu direcionar sua graduação para a pesquisa, mergulhando em oportunidades de estágio no exterior. Hoje, ele contabiliza mais de 20 publicações em grandes revistas internacionais de neurocirurgia e realizou o sonho de atuar nos Estados Unidos. Mas como tudo isso começou?
+ Expandindo as fronteiras do conhecimento
Ele conta que conseguiu um estágio de verão no departamento de Neurocirurgia da Universidade de Utah, nos Estados Unidos, quando estava no quarto semestre do curso. Buscou a oportunidade por si só, mas a boa reputação da Unifor e o corpo docente reconhecido mundialmente o ajudaram. “Lá, tive um grande mentor, o dr. Gregory Hawryluk, hoje neurocirurgião e professor na Cleveland Clinic. Ele é um dos maiores nomes em traumatismo craniano mundial”, conta.
Na volta ao Brasil, o então estudante trouxe a pesquisa que havia realizado para os laboratórios do Núcleo de Biologia Experimental (Nubex) — um moderno complexo de pesquisa com cerca de 3.2 mil m² de área construída na Unifor — junto à professora Adriana Rolim.
“Até hoje desenvolvemos pesquisas na síndrome do segundo impacto e seus efeitos na dor orofacial/cefaleia pós traumática e em alterações neurocomportamentais em ratos. O modelo foi adaptado para a realidade brasileira e gerou ótimos resultados em pesquisas experimentais para futuros tratamentos”, diz.
+ Acadêmico de Medicina tem estudo publicado em revista internacional
Isso abriu portas para que Leonardo fizesse o internato de cirurgia na Mayo Clinic de Jacksonville junto ao Dr. Alfredo Quiñones, um dos maiores nomes da neurocirurgia na atualidade. Atualmente, o egresso da Unifor trabalha na Pensilvânia, no departamento de neurocirurgia da Pennsylvania State University sob a mentoria do Dr. Alireza Mansouri.
Cada oportunidade é um degrau rumo ao sonho de fazer residência em neurocirurgia nos Estados Unidos. “Irei aplicar no próximo ano à residência de neurocirurgia, enquanto isso, trabalho no departamento de neurocirurgia como pesquisador clínico e experimental. Isso é necessário para abrir mais portas e fortalecer meu currículo, pois é uma posição bastante difícil para estrangeiros”, afirma.
“A Unifor sempre foi para mim uma porta aberta para o mundo da pesquisa. Desde o primeiro semestre temos mentores e orientadores que preparam para pesquisa clínica e experimental de alto nível e sempre deixam abertas novas oportunidades para os alunos seguirem esse caminho” — Leonardo Macêdo Filho, egresso do curso de Medicina
Infraestrutura de ponta e convênios para a melhor formação
Em um prédio de cinco andares ao lado da Unifor, os estudantes de Medicina encontram uma infraestrutura de ponta para aprender na prática. O Núcleo de Atenção Médica Integrada (NAMI) abraça, por exemplo, salas de aula equipadas, salas de discussão de casos e laboratórios de habilidades, morfofuncionais e de informática médica.
No Laboratório de Habilidades Médicas, os alunos realizam práticas simuladas com pacientes atores e mais de 200 equipamentos, tudo para que eles possam exercitar os procedimentos médicos antes de partirem para a prática médica real.
Já os Laboratórios Morfofuncionais são equipados com recursos técnicos que permitem a aplicação dos conhecimentos nas áreas de formação básica — como histologia, anatomia, radiologia, microbiologia, patologia e aspectos celulares e moleculares — de forma integrada e simultânea.
O NAMI é um espaço de prática para cursos da área da saúde, como Medicina, contando com o acompanhamento de docentes e profissionais capacitados (Foto: Ares Soares)
Mas, para além disso, há um amplo leque de possibilidades de atuação prática com pacientes. Dentro da própria instituição, o NAMI disponibiliza em torno de 2.000 novos atendimentos médicos e de outros profissionais da saúde por mês nas diversas áreas de especialidades.
E há uma série de convênios firmados com o Sistema Único de Saúde (SUS) no município de Fortaleza e no Estado do Ceará, visando o desenvolvimento das atividades práticas de assistência em serviço nas unidades de atenção básica e hospitais.
Segundo Rejane, o curso mantém convênio com pelo menos 18 Unidades de Atenção Primária à Saúde (UAPS) em Fortaleza e com unidades secundárias e terciárias conveniadas com o curso de medicina da Unifor, como hospitais da Unimed, Instituto Dr. José Frota (IJF), Hospital Geral de Fortaleza (HGF) e outros.
“As atividades práticas de ensino nos serviços de saúde e com atendimento de pacientes são realizadas a partir do terceiro semestre longitudinalmente até o término do curso no internato. Elas são realizadas nos três níveis de atenção à saúde (primária, secundária e terciária), sempre com supervisão docente dos atendimentos e práticas em todos os momentos do quinto ao oitavo semestre.” — Rejane Brasil, coordenadora do curso de Medicina da Unifor.
Professores reconhecidos fazem pontes no Brasil e no exterior
Com 208 professores (21 deles atuantes em disciplinas optativas), a Unifor construiu um corpo docente respeitado internacionalmente. São profissionais com experiência na prática profissional e na pesquisa, constantemente engajados nas discussões para manter a matriz curricular sempre atual e inovadora.
Tudo isso contribui para o compartilhamento de experiências no processo de ensino-aprendizagem e a possibilidade de novos espaços de intercâmbio e de atuação profissional para os alunos. “A vivência diária da metodologia ativa adotada pelo curso, desde sua implantação, torna o estímulo ao raciocínio crítico uma característica marcante do corpo docente”, afirma Rejane.
E assim vão surgindo muitos nomes de destaque entre os professores, como Eduardo Jucá, Marcelo Cavalcante, Geraldo Bezerra e tantos outros.
O fabuloso ciclo que é ensinar e aprender
“O ciclo de ensinar e aprender vai direcionando a carreira da gente”, diz o médico Eduardo Jucá, docente e ex-coordenador do curso de Medicina da Unifor. Formado pela Universidade de São Paulo, ele começou a se interessar pela pesquisa e pela neurociência e neuroanatomia ainda durante a graduação.
Acabou se dedicando à residência em neurocirurgia, depois ao doutorado e a uma especialização em neurocirurgia pediátrica na França. “Desde sempre eu sonhava em ser professor”, conta. “Estar sempre em contato com o estudante que está querendo aprender e progredir mantém a gente muito vivo dentro da ciência, dentro da carreira”.
Retornou então a Fortaleza e retribuiu o aprendizado que foi buscar lá fora. Não demorou para se integrar ao robusto corpo docente de Medicina da Unifor, em 2013. “Sou professor na mesma disciplina que me despertou para minha carreira”, diz, referindo-se à neuroanatomia.
+ Eduardo Jucá e a paixão pela neurociência no cotidiano
Eduardo Jucá também tem uma longa trajetória na assistência por meio da cirurgia pediátrica, assim como uma ampla participação em sociedades médicas nacionais. Inclusive concedeu essa entrevista ao Unifor Notícias na sala de embarque do aeroporto, pouco antes de uma viagem para participar de um congresso no qual assumiria a presidência da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia Pediátrica.
“[Ter um corpo docente reconhecido e experiente] tem contribuições em dois aspectos principais. O primeiro é técnico. Ele conhece os atalhos, as novidades, o que se faz de pesquisa. A outra parte é de inspiração e motivação, que é tão importante quanto a técnica. O estudante, durante a formação, vai ter como referência profissionais que pesquisam, divulgam a ciência e se envolvem em casos desafiadores.” — Eduardo Jucá, docente do curso de Medicina da Unifor
Eduardo reconhece que o contato com professores qualificados e reconhecidos pelo mercado pode abrir muitas portas aos alunos, embora a finalidade principal da relação não seja essa. “A minha entrada no mercado de trabalho foi por meio de professores com quem eu me relacionava durante a formação”, conta.
Para ele, a lista de diferenciais do curso de Medicina da Unifor vai além disso — e é muito longa. “O que o estudante quiser fazer, ele tem um lugar dentro da Unifor para se dirigir”, diz. “Corpo docente, estrutura e currículo integrado e inovador são os nossos principais diferenciais”.