Reformas em consultórios e normas de segurança garantem aulas práticas dos alunos de Odontologia da Unifor mesmo na pandemia

sex, 23 julho 2021 11:15

Reformas em consultórios e normas de segurança garantem aulas práticas dos alunos de Odontologia da Unifor mesmo na pandemia

A Universidade foi uma das primeiras do Brasil a fornecer materiais de segurança individual para os estudantes e retomou as aulas práticas com antecedência.


As clínicas - uma multidisciplinar e outra integrada - possuem 56 consultórios em funcionamento durante o atual período de pandemia, nos quais são atendidos cerca de 140 pessoas diariamente. (Foto: Ares Soares)
As clínicas - uma multidisciplinar e outra integrada - possuem 56 consultórios em funcionamento durante o atual período de pandemia, nos quais são atendidos cerca de 140 pessoas diariamente. (Foto: Ares Soares)

Reformas estruturais nos consultórios, fornecimento de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) para todos os alunos e implantação de novos protocolos de biossegurança foram algumas medidas adotadas, pela Universidade de Fortaleza (Unifor) desde julho do ano passado, para garantir o retorno dos alunos de Odontologia às atividades práticas e não prejudicar a formação dos futuros profissionais da saúde bucal.

De acordo com o dentista e professor Saulo Ellery, coordenador do curso de Odontologia, a Unifor - instituição da Fundação Edson Queiroz - foi a primeira universidade no Brasil a ceder todos os EPIs necessários aos alunos, mesmo no período em que esses itens estavam escassos no mercado. “Isso vai desde aventais e jalecos descartáveis de diversas gramaturas até face shield, óculos de proteção e máscara N-95, para garantir a saúde dos alunos e dos pacientes”, detalha o professor.

Ele acrescenta ainda que a Unifor foi uma das poucas no país a fazer mudanças na estutura dos consultórios odontológicos e laboratórios para adequá-los a novos protocolos de biossegurança. “Foram confeccionadas e instaladas divisórias em todos os laboratórios, tanto multidisciplinar como pré-clinico, houve também a elevação das divisórias nas clínicas e otimização do ar condicionado”, detalha o professor.

Os protocolos de atendimento também passaram por mudanças, o que inclui uma triagem rápida dos pacientes, com aferição de temperatura, higienização das mãos e identificação a partir de pulseiras. “O atendimento, que era feito em duplas, passou a ser feito em trios, com um aluno volante, que circula pela clínica, enquanto os outros dois ficam no posto de atendimento; dividimos as clínicas por zonas críticas, semi críticas e não críticas. Foi uma mudança grande no fluxo de atendimento para os alunos e docentes”, avalia o professor Luiz Carlos Trevia, coordenador adjunto do curso de Odontologia.

A nova rotina foi definida por uma comissão de biossegurança e, em seguida, repassada para alunos e professores a partir de treinamentos. “Isso foi de grande valia para os nossos alunos. Hoje, eles têm um conhecimento muito mais amplo sobre o controle da biossegurança, como ele deve agir e sai apto a fazer um atendimento seguro para ele, o paciente e a clínica onde vai atuar”, atesta Luiz Carlos Trevia.

Iniciativa premiada

Além da estrutura totalmente modernizada dos laboratórios e clínicas, os alunos de Odontologia contam com o suporte da Central de Materiais e Esterilização (CME), departamento que oferece todo o instrumental necessário para a prática do aluno, seja clínica ou laboratorial. “A partir do momento em que oferecemos esse material, somos também responsáveis pelo processamento da limpeza, desinfecção e esterilização desses equipamentos”, detalha a enfermeira Cybelle Abreu, uma das responsáveis pelo CME.

Ao longo do curso, o estudante de Odontologia precisa adquirir apenas o chamado kit acadêmico de canetas odontológicas, enquanto todo o material restante, essencial para a prática, é fornecido pela Universidade.

Em janeiro deste ano, a CME da Unifor conquistou o primeiro lugar no prêmio NasceCME ao apresentar a experiência de adequação do setor aos novos protocolos de biossegurança por conta da pandemia. “O uso da máscara, mudanças na manutenção do ar condicionado, preocupação maior com a ventilação pelas janelas. Enviamos esse relato de experiência, que foi vencedor e agora vai ser publicado em uma revista”, orgulha-se Cybelle.

Além de cuidar de todo o instrumental, a CME integra a formação dos estudantes de Odontologia a partir do treinamento para reconhecer boas práticas de segurança. “Durante o curso, eles fazem duas visitas ao CME, uma pra ter uma noção do ambiente, e outra para aprender as etapas de todos os processos, saber reconhecer uma embalagem esterilizada, saber se aquele material passou por desinfecção”, lista a enfermeira.

Opinião de quem estuda

“O ambiente clínico, que já era muito propício e seguro para a realização de nossas práticas, se tornou ainda mais confortável e nos permite desenvolver nossas atividades sem preocupações maiores, desde que tudo seja realizado conforme os protocolos estabelecidos pela nossa comissão de biossegurança. No que se refere a minha formação, o conhecimento acerca de novos protocolos de atendimento que visam à biossegurança dos nossos atendimentos com certeza será um diferencial no meu dia-a-dia, uma vez que não será novidade a forma como atuarei para minimizar de forma correta e segura os riscos de contágio no consultório. Conhecer é o primeiro passo para que possamos estabelecer as medidas corretas para prevenir, e isso nós aprendemos muito bem ao longo desses dois semestres de atendimentos clínicos, seguindo os protocolos de biossegurança”.

Carlos Augusto Moreira de Oliveira, 32 anos
Aluno do 9º semestre do curso de Odontologia



 

“Quando retomamos as aulas práticas, já havia todo um protocolo de proteção coletiva e individual que os alunos tinham que seguir, e também os pacientes. Foram colocadas fitas de orientação para os paciente, e nós ficávamos paramentados na clínica, evitando de ir e voltar com a possibilidade de levar o vírus [da Covid-19]. Além disso, a Unifor passou a fornecer para os alunos toda essa parte de EPI, e passamos a trabalhar em trios, com um operador e dois auxiliares, também para evitar o vai e volta nos corredores. Na recepção, todo mundo tem a temperatura aferida e responde um questionário sobre os sintomas de Covid, e quando entram na clínica, os pacientes recebem touca, babador e uma embalagem para a máscara, e fazem ainda um buchecho, para ficarem o mais limpo possível e livres do vírus. E no caso dos alunos dos semestres iniciais, que tiveram as aulas online, a Unifor fez tudo para que eles repusessem as aulas práticas”.

Alessandra Marangoni Fante, 22 anos
Aluna do 10º semestre do curso de Odontologia



 

“A Universidade não mediu esforços para que todos tivessem plena segurança, desde professores, alunos, até funcionários e os próprios pacientes, porque houve um investimento muito grande em relação aos EPIs, a própria estrutura física, e a educação que foi passada pra todo o time de Odontologia. Nossa experiência foi muito boa porque pudemos voltar à normalidade o mais rápido possível, por conta da responsabilidade que a Unifor teve conosco. E isso impactou bastante na minha formação e entrada no mercado de trabalho, porque saímos da Unifor com plena consciência de todos os cuidados que precisamos ter em relação à Covid e à biossegurança para receber os pacientes e toda a equipe com quem vamos trabalhar fora da faculdade”.

Felipe Micelli, 24 anos
Egresso do curso de Odontologia da Unifor, concludente da turma de 2021.1