ter, 9 outubro 2018 14:37
Unifor é a 2ª universidade do Norte e Nordeste em internacionalização
A avaliação leva em conta as citações internacionais de trabalhos de docentes da instituição e a publicação de artigos no exterior
A Universidade de Fortaleza (Unifor) é a segunda instituição de ensino superior particular das regiões Norte e Nordeste melhor avaliada pelo Ranking Universitário Folha no quesito internacionalização. A avaliação leva em consideração as citações internacionais de trabalhos de docentes da Unifor e a publicação de artigos desses docentes em parceria com pesquisadores estrangeiros. Em relação ao RUF de 2017, a Unifor subiu quatro posições, passando do 6º para o 2º lugar.
O RUF é uma avaliação anual do ensino superior do Brasil feita desde 2012 pelo jornal Folha de S. Paulo. No ranking, estão classificadas as 196 universidades brasileiras, públicas e privadas, a partir de cinco indicadores: pesquisa, internacionalização, inovação, ensino e mercado. Levando-se em conta os cinco quesitos entre todas as universidades privadas do RUF, a Unifor é a melhor do Norte e Nordeste e a 12ª do Brasil. DezesseTE de seus cursos são os melhores do Norte e Nordeste.
O diretor de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (DPDI) da Unifor, professor Vasco Furtado, ressalta que o excelente resultado no RUF 2018 representa o reconhecimento aos investimentos e ao trabalho que vêm sendo realizados pela Universidade nas áreas de pesquisa e inovação nos últimos anos. “O principal fator para que isso aconteça é o constante esforço que a Unifor vem fazendo para que suas pesquisas sejam publicadas em periódicos internacionais de alto impacto e para que floresçam e se fortaleçam as colaborações com instituições estrangeiras”, ressalta.
Segundo o professor Vasco Furtado, a Unifor adota política de incentivo ao pesquisador da universidade, por meio de implementação de linhas de apoio ao desenvolvimento de suas pesquisas, que vão desde o suporte para tradução/correção de artigos em inglês até o estímulo para que professores pesquisadores apresentem seus trabalhos em eventos internacionais. “Além disso, a Unifor tem programa de financiamento de professores estrangeiros para apresentação de seus trabalhos e para cooperação com a universidade”, complementa.
Para o diretor de Pesquisa e Inovação da Unifor, a internacionalização é fundamental para os alunos principalmente porque eles passam a ter a oportunidade de conhecer outras experiências além daquelas repassadas em sala de aula pelo professor brasileiro. “Quanto aos docentes pesquisadores, a internacionalização tem papel ainda mais importante, pois é com ela que se consegue avançar na produção de conhecimento”, ressalta.
“As dificuldades vão desde a necessidade de que todos os pesquisadores publiquem em inglês até a obtenção de financiamento para a internacionalização. Isso porque as instituições de ensino particulares nunca foram prioridade para os setores governamentais de fomento”, ressalta. O professor Vasco Furtado deixa o conselho para os pesquisadores cearenses que desejam o reconhecimento global: “não se desestimulem, procurem publicar sempre mais seus trabalhos em periódicos internacionais e busquem realizar parcerias com professores e instituições estrangeiros de renome”.
Pesquisadora destaca a importância da internacionalização
Segundo a professora Dionne Bezerra Rolim, pesquisadora do Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas da Unifor, a internacionalização da Universidade é um meio de contribuir para o desenvolvimento da educação superior com aprimoramento do ensino e da pesquisa e consequente retorno à sociedade. “Em relação ao corpo docente, ela também potencializa sua atuação no cenário internacional ao permitir a ampliação de sua produção educacional, científica e cultural e a integração de suas atividades acadêmicas. Essas ações docentes também terão repercussão na sociedade”, destaca.
Doutora em Ciências Médicas e Mestre em Saúde Pública pela UFC, a professora Dionne teve recentemente o artigo “Predicted global distribution of Burkholderia pseudomallei and burden of melioidosis” publicado na conceituada revista científica Nature Microbiology . O trabalho aborda a estimativa de distribuição mundial da melioidose, uma doença negligenciada e pouco conhecida globalmente. “O artigo repercutiu ao mostrar que o Brasil é considerado endêmico e que a doença não está sendo detectada. A distribuição não é restrita ao Ceará. A melioidose ocorre provavelmente em toda região tropical do Brasil. Essa conscientização é primordial para que tenhamos políticas públicas adequadas ao seu enfrentamento. A publicação evidencia de forma científica a presença da doença aqui e necessidade de sua inclusão e discussão uma vez que apresenta elevada letalidade e impacto social”, destaca.
A professora do curso de Medicina da Unifor avalia que o envolvimento de pesquisadores cearenses na internacionalização encontra-se em expansão. Segundo ela, observa-se uma melhor conscientização da importância da internacionalização das instituições de ensino superior, “bem como a tendência ao abandono da visão de que seremos explorados, do país ainda como colônia como prevaleceu por muito tempo, principalmente em relação à pesquisa”.
Dionne destaca ainda a compreensão segundo a qual a internacionalização não se restringe apenas à mobilidade de estudantes e professores. “Apesar do avanço, há necessidade de discussão e sensibilização permanente de toda comunidade acadêmica e o aperfeiçoamento de planos e estratégias para toda a Universidade, compreendendo a graduação, pós-graduação, pesquisa e extensão. Destaco, particularmente a necessidade de fomento à pesquisa e estabelecimento de parcerias internacionais bem consolidadas para que possamos avançar cada vez mais”, finaliza.