seg, 2 dezembro 2024 11:20
Qual é a cor do seu bairro preferido no campus?
Na jornada para tornar-se um profissional de excelência e buscar autonomia diante do mundo, alunos dão cores a um campus que se reinventa da nova sinalização aos costumes e pertencimento protagonizados pela comunidade universitária
É um lugar para construir conhecimento, mas também para estreitar laços e escrever novas histórias de vida. A Universidade de Fortaleza (Unifor), vinculada à Fundação Edson Queiroz, é povoada todos os dias pelos grupos mais diversos de estudantes. O campus arborizado, pensado para trazer isonomia aos mais variados cursos, vai ganhando características próprias em cada bloco.
Dê uma volta pelo bloco K e verá estudantes de Direito com exemplares de vade mecum nas mãos. Se andar um pouco mais pelos arredores do bloco T, não é difícil notar as largas pastas com projetos arquitetônicos dos alunos. Mais adiante, pelo bloco O, você certamente notará os grupos da área da saúde, com seus jalecos brancos e disposição para aprender a arte de cuidar.
É assim por todo o campus. Os blocos vão assumindo também as características de quem os ocupa — da tecnologia à saúde, passando pela comunicação e gestão e pelas ciências jurídicas. Afinal, são os alunos que vão fazendo também a identidade da Universidade no dia a dia.
É sobre sentir-se parte da Unifor na jornada para tornar-se profissional e buscar autonomia para viver. O sentimento, eles contam, é de conexão e acolhimento diante de uma diversa comunidade universitária. Participar de algo maior, num senso coletivo que torna a experiência mais completa da graduação à pós-graduação.
Na realização de um sonho, o desejo de contribuir com o mundo
“Para mim é um sonho, uma realização imensa estar aqui nessa universidade. No ensino médio, eu não sabia se teria condições de estudar aqui. Agora, quero poder contribuir e dar o meu melhor aqui no curso”, diz Juliana do Vale, de 20 anos.
No terceiro semestre do curso de Ciências Contábeis, ela celebra poder estudar em uma instituição que oferece uma estrutura adaptada para cada tipo de curso e para as necessidades dos alunos. “A Unifor dá todo o suporte para poder atender as necessidades de cada aluno, inclusive se ele tiver necessidades por alguma deficiência”, diz.
Quando não está na aula, ela costuma ficar pelos bancos do bloco T conversando com amigos ou lendo algo, mas diz que os estudantes da sua área são famosos por serem mais reservados. Talvez por isso seja na Biblioteca Central que ela se sinta mais confortável. “É o meu momento ali. Vou para a Biblioteca quando eu quero ler algum livro sem muito barulho externo. Também aproveito o ar-condicionado, né? Porque o calor é grande”, ri.
Juliana lembra que, logo que entrou na Unifor, gostava de explorar o campus para conhecer tudo. Mas confessa que não ia muito distante de seu bairro — como são chamados os vários blocos que formam um determinado espaço — com receio de se perder. “Gosto de ficar pelo Bloco T, que é como se fosse um cantinho a mais no meu coração. Espero passar os próximos três anos por aqui”, diz.
“A Unifor, para mim, significa esperança, oportunidade e sucesso. Aqui tem uma estrutura que, se você realmente quiser, você consegue [realizar seus sonhos profissionais]. Tenho todo o apoio que preciso. É uma universidade que atende todos os requisitos para o estudante” — Juliana do Vale, aluna do curso de Ciências Contábeis da Unifor
Um campus que traz senso de liberdade
Estudar em um campus aberto, repleto de vegetação, é um respiro e traz um senso de liberdade para a aluna de Direito Thaís de Castro. “Gosto muito do campus da Unifor”, ela diz. “Acho ele muito completo, com salas sempre muito equipadas. O campus não faz parecer que estamos em uma universidade, parece até um parque”.
Thaís conta que, além das salas de aula, um dos lugares que mais costuma frequentar é a Biblioteca Central. Mas a experiência universitária, para ela, vai muito além do aprendizado técnico. É passeando pelos bosques que cultiva diariamente suas maiores amizades no campus — uma forma de desestressar especialmente no período de provas, mas também de criar vínculos.
“Gosto muito de ficar perto do ginásio, porque tem uma área muito legal com mesinha para lanchar e tomar café da manhã”, diz. Nas áreas verdes tão presentes na Universidade, ela se sente acolhida.
O campus, aliás, foi cenário de conquistas importantes para ela, como quando soube que havia sido aprovada para um intercâmbio na Disney. “Eu estava no CC [Centro de Convivência] com as minhas amigas quando eu recebi a notícia. Foi bem legal e ficou marcado na minha cabeça!”, conta.
“O campus dá um sentimento que acho que só o estudante da Unifor tem. É um sentimento de pertencimento, por poder conviver neste espaço maravilhoso” — Thaís de Castro, aluna do curso de Direito
A chance de ter contato com a natureza e aprender sobre diversas culturas
Nos arredores do bloco M, Kauã Brígido caminha com pressa. São 7h30 da manhã, e ele está se dirigindo para mais uma aula do curso de Educação Física. Mesmo assim, repara e aproveita as várias árvores e a natureza presente nos bosques em seu trajeto até o bloco X, onde terá aula. “Aqui temos um ambiente muito confortável, com várias árvores. Esse contato com a natureza não temos no meio da rua”, diz.
Para ele, é isso que o faz se sentir mais relaxado e tranquilo na universidade, mesmo quando está com alguma pressa. “Gosto muito de ficar sentado perto das fontes dos blocos D ou H, onde tem um barulhinho de água, para ler um livro. Eu fico um pouco mais tranquilo, mais calmo e consigo me concentrar melhor”, conta.
No início do semestre, quando chegou na Unifor, Kauã lembra que ficou meio perdido diante da imensidão do campus. Mas logo se ambientou, com a ajuda dos colegas e do aplicativo Unifor Mobile. Agora, poucos meses depois, ele já sente orgulho de fazer parte de uma comunidade que permite sonhar e dá todas as ferramentas para realizar esses sonhos profissionais.
“O melhor da Unifor é o espaço. Posso sentar em qualquer lugar, ter contato com a natureza e conhecer gente das mais variadas áreas. Aqui, todo dia posso aprender uma nova cultura e uma nova coisa” — Kauã Brígido, aluno do primeiro semestre de Educação Física
É sobre aprender, mas também criar laços
“Acho que eu consegui criar muitos laços na Unifor, fiz novas amizades e isso foi bem bacana”, diz Tainá Monteiro, sentada nos bancos de madeira do bloco P, ao lado das colegas do curso de Arquitetura e Urbanismo.
Quando chegou ao campus, há um ano, ela se surpreendeu com o espaço tão aberto, repleto de vegetação e capaz de desacelerar os períodos de correria do curso de graduação. Mas o que mais chamou atenção foi a disponibilidade de coordenadores, professores e colegas em acolher e ajudar calouros como ela.
“Foi todo mundo bem receptivo”, lembra. “Assim que saímos da escola, ficamos meio preocupados [sobre] como seria a faculdade. A coordenação do curso e todos os funcionários da Universidade me ajudaram bastante”, diz.
A cooperação e empatia que Tainá encontrou foram fundamentais para que ela sentisse aquele espaço como dela. Hoje, adora encontrar os amigos no CC — o grande “capacete” com seus restaurantes que reúnem grupos de alunos de todos os cursos — para lanchar e jogar conversa fora.
Ela diz que, embora o bloco C tenha mesas reguláveis muito boas, é o bloco P que tem o seu coração. “O P é mais disperso, tem vários cursos. Gosto muito desse nosso bloco, porque as salas são bem diferentes, tem umas maquetes delas. O bloco tem muito a ver com o curso, e é o meu lugar preferido”, conta.
“Todo mundo tem orgulho de falar que faz Unifor. Acho muito bacana porque aqui todo mundo é muito receptivo, e esta é uma fase muito importante para o desenvolvimento. Apesar da universidade ser uma época da nossa vida em que ficamos mais caóticos, a Unifor consegue tornar tudo uma coisa bem leve e legal” — Tainá Medeiros, aluna do curso de Arquitetura e Urbanismo
Amizade da sala de aula às inúmeras possibilidades de esporte
Daniel Oliveira e Davi Lima Bessa são estudantes de Fisioterapia. Antes de entrarem na universidade, eles já se conheciam de vista, mas foi na Unifor, mais precisamente entre os blocos B e H, que começaram a construir uma sólida amizade. Os momentos mais descontraídos, conta Daniel, são os encontros com outros amigos no CC. “Às vezes, passamos o dia aqui. Almoçamos aqui, ficamos conversando, andando. Vivemos muitos momentos marcantes no campus”, conta.
Davi e Daniel contam que estudam há dois semestres na Unifor e, graças à organização do campus, fizeram amigos de outros semestres da Fisioterapia e também de outros cursos da saúde, já que eles ficam localizados em blocos próximos. É uma forma de colocar em contato pessoas de diferentes áreas com interesses semelhantes.
“Mesmo tendo um campus muito grande, a Unifor une muitas pessoas num bloco, no Centro de Convivência ou no ginásio. Acabamos conhecendo muita gente com interesses parecidos. Isso é muito bom” — Davi Lima Bessa, aluno do curso de Fisioterapia
Aliás, a amizade de Daniel e Davi também ganhou uma ajudinha do gosto por esportes e das inúmeras atividades físicas possíveis na Universidade. Isso porque eles gostam de frequentar a Academia e também de jogar futebol de salão no ginásio. “O diferencial mesmo da Unifor, pra mim, é a união. Podemos ir no CC ou no ginásio e encontrar diferentes cursos ali, todo mundo interagindo”, diz Davi.
Para Daniel, há um orgulho em estudar na Unifor que é sentido muito rapidamente — tanto quanto se ambientar num campus tão grande. Mas este segundo ponto conta com uma ajudinha da nova sinalização da Unifor. “Entender como é a distribuição das salas e saber que de um lado vai ser só sala par e do outro ímpar facilita muito. No início, era tudo muito novo, mas entregaram um mapa pra gente e ficava fácil se localizar”, diz.
“A Unifor tem um campus arborizado e muito bom. Dá um clima meio diferente para a rotina da gente. Gosto muito da biblioteca e da sala de informática, que dá pra gente pesquisar as coisas. A Unifor proporciona o melhor para o aluno se desenvolver e fazer uma boa graduação” — Daniel Oliveira, aluno do curso de Fisioterapia
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Uma nova sinalização para um campus cada vez mais acessível
Com um campus homogêneo, um crescimento intenso e a preocupação em dar a todos os cursos o mesmo peso e a mesma estrutura de ponta, a Unifor sente a necessidade constante de atualizar seu projeto de sinalização. Um exemplo disso foi a distribuição dos blocos em grupos que formam os chamados bairros. Eles foram ganhando cores específicas para facilitar a localização dos alunos.
“É importante que o aluno viva a Universidade. Queremos que o estudante se sinta bem e que deseje permanecer mais tempo”, ressalta Euler Muniz, assessor da Vice-Reitoria de Ensino de Graduação e Pós-Graduação (VRE) da Unifor. Não faltam atrativos. A ampla cobertura vegetal traz um microclima mais ameno dentro da Unifor. O Centro de Convivência se tornou um forte ponto de encontro entre os mais variados cursos. Do ginásio à academia, não faltam opções de esporte.
Quer levar seu almoço? Temos microondas para você esquentar a comida e almoçar ao ar livre. Caminhar pela Unifor, para os alunos, é como passear num parque. Até os muros coloridos dos blocos viraram selfie-point. “Temos ambientes mais coloridos, mais a cara da juventude dos alunos”, acrescenta Euler.
Tudo é pensado para que o estudante se sinta acolhido e tenha suas necessidades atendidas. Todos os blocos contam, por exemplo, com rampas ou elevadores para garantir o trânsito de pessoas com mobilidade reduzida. Estudos são feitos para entender os fluxos de deslocamento dos alunos e estudar onde ficarão as placas e totens para ajudá-los a se orientar e aproveitar ao máximo o campus.
“Faz algum tempo que nos preocupamos em criar marcos visuais, elementos que se destacam da paisagem para orientação”, explica Euler. “Criamos o zoneamento por bairros e ficamos surpresos como isso impactou os alunos. Eles começaram a tirar fotos e criar nomenclaturas para as áreas”, conta.
“Correios” e “CT do Fortaleza” são alguns dos apelidos carinhosos que os alunos passaram a dar aos blocos por conta das cores dos muros. “Isso mostra a importância do zoneamento para o aluno. Só damos apelido ao que gostamos”, diz Euler.
“Fazer um curso de graduação não é uma maratona em que tentamos chegar primeiro, mas algo que deve ser vivido intensamente. É importante que o aluno participe de grupos de estudo, seja monitor, esteja dentro da Universidade. E, para que ele queira estar na Unifor, estamos criando ambientes adequados” — Euler Muniz, assessor da Vice-Reitoria de Ensino de Graduação e Pós-Graduação da Unifor
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Por uma comunidade harmônica e engajada
“Sabemos que, de modo geral, os espaços são condicionantes importantes da experiência humana. Nesse sentido, um campus com características únicas - como o da Unifor - sem dúvida exerce influência significativa e determinante na história de nossos alunos e alunas”, diz a docente Milena Baratta, da Assessoria de Apoio ao Discente da VRE.
A professora afirma que o campus favorece o bem-estar e a criação de memórias afetivas, envolvendo os diversos elementos que impactam os alunos ao longo do período de suas formações, como fontes, estátuas, obras de arte, e as riquíssimas fauna e flora presentes no espaço.
Segundo ela, a possibilidade de aplicar metodologias ativas para além dos espaços tradicionalmente entendidos como salas de aula e de explorar o campus enquanto objeto de observação e pesquisa também enriquecem a experiência acadêmica, ampliando os olhares e a curiosidade dos alunos – características que os favorecem como profissionais, quaisquer que sejam suas áreas de atuação.
Paralelamente, o sentimento de pertencimento é um elemento fundamental para uma comunidade universitária harmônica e integrada. Milena lembra que ele fortalece os vínculos entre alunos, professores e funcionários ao promover um ambiente de acolhimento, respeito e colaboração. Tudo isso incentiva a cooperação em projetos, a troca de ideias com docentes e humaniza as interações com colaboradores, criando uma comunidade comprometida.
“Quando os alunos sentem que fazem parte de um ambiente acolhedor, onde são ouvidos e se sentem bem, eles se tornam mais engajados com as atividades acadêmicas e institucionais. Isso fortalece a conexão com a Unifor, propiciando assim uma experiência mais enriquecedora e significativa” — Milena Baratta, professora e membro da Assessoria de Apoio ao Discente da VRE