Orgulho Unifor: Egressos desenvolvem versão do CyberDog e revolucionam uso de IA e robótica na engenharia civil
seg, 9 junho 2025 14:55
Orgulho Unifor: Egressos desenvolvem versão do CyberDog e revolucionam uso de IA e robótica na engenharia civil
Emanuel Mota e Yuri Nekan, egressos da Unifor, lideram projeto inovador que integra um cão-robô ao cotidiano de obras em construção civil com aplicação de inteligência artificial
A Universidade de Fortaleza, instituição vinculada à Fundação Edson Queiroz, celebra com orgulho a trajetória de seus egressos do curso de Engenharia Civil e Ciências da Computação, que estão à frente do projeto inovador que une engenharia civil, robótica e inteligência artificial: o Apollo CyberDog.
O engenheiro civil Emanuel Maia Mota e o cientista da computação Yuri Nekan, ambos formados pela Unifor, lideram a adaptação do robô quadrúpede, originalmente desenvolvido pela startup chinesa Unitree, para atuar como assistente inteligente no cotidiano de obras.
O projeto representa um avanço significativo na aplicação prática de tecnologias emergentes na construção civil, propondo uma nova forma de monitoramento, coleta de dados e tomada de decisões no ambiente de campo por meio de um equipamento autônomo, conectado e programável.
Apollo CyberDog
O cão robótico Apollo CyberDog é equipado com sensores de escaneamento (LiDAR) — tecnologia que usa luz, especificamente laser, para medir a distância — e câmeras, além de ter uma capacidade de processamento que o torna capaz de:
- percorrer trajetos definidos,
- capturar imagens e informações do ambiente,
- detectar possíveis falhas estruturais;
- e até gerar relatórios técnicos.
“Ele pode subir escadas, repetir percursos, tirar fotos, armazenar dados e até identificar patologias em estruturas”, explica Emanuel. O projeto ainda está na fase de Produto Mínimo Viável (MVP), mas já chama atenção em feiras e eventos, onde desperta curiosidade sobre a convivência com robôs em ambientes reais de trabalho.
Conheça Apollo, o cão-robô que combina alta tecnologia com uma dose de diversão (Foto: Yuri Nekan)
A proposta dos egressos é adaptar esse robô para suprir demandas específicas da engenharia civil brasileira, promovendo mais segurança, eficiência e precisão nos processos. Além do forte componente técnico, o projeto também carrega uma visão empreendedora ao explorar uma lacuna no mercado: a de soluções personalizadas em inteligência artificial (IA) e robótica voltadas para as necessidades do engenheiro em campo.
Histórias que inspiram
O engenheiro Emanuel Mota destaca o impacto decisivo que a Unifor teve em sua trajetória profissional e na concepção do projeto. Para ele, a base técnica adquirida durante a graduação foi apenas uma parte do que a Universidade de Fortaleza lhe proporcionou.
“A formação na Unifor foi fundamental. Além do conhecimento técnico em sala de aula, os eventos, projetos e atividades extracurriculares ampliaram minha visão, incentivando a pensar no futuro e a enxergar as tecnologias emergentes como ferramentas reais para transformar a prática profissional” — Emanuel Mota, engenheiro civil, líder do projeto Apollo CyberDog e egresso da Unifor
Emanuel também reconhece que esse tipo de incentivo à inovação, constantemente promovido pela Universidade de Fortaleza, foi determinante para que ele se tornasse um profissional com perfil empreendedor e inquieto, sempre em busca de soluções tecnológicas aplicadas à engenharia civil.
Mentoria, pesquisa e visão de futuro
Yuri Nekan é egresso do curso Ciências da Computação e hoje atua como líder de Desenvolvimento de TI na Mútua, entidade de apoio aos profissionais do sistema de Conselhos Regionais de Engenharia e Agronomia (Crea) e do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea).
Com forte atuação na área de inovação tecnológica, Yuri tem desempenhado um papel central no avanço do projeto Apollo, especialmente na parte de captação de recursos, testes de viabilidade e pesquisa de novas aplicações para o robô.
Sua trajetória acadêmica inclui participação ativa no Vortex, núcleo de inovação e pesquisa aplicada da Unifor, onde teve a oportunidade de desenvolver competências fundamentais para liderar projetos com foco em tecnologias emergentes. Ao longo dos anos, também se destacou como mentor em diversas iniciativas promovidas pelo sistema Crea-Confea-Mútua, especialmente em hackathons voltados à resolução de desafios reais da engenharia e da tecnologia.
“Desde o primeiro hackathon promovido pelo sistema, venho atuando como mentor. Foi nesse ambiente que conheci o Emanuel, e logo percebemos que tínhamos visões complementares sobre como aplicar a tecnologia na engenharia civil. Hoje, unimos forças para integrar soluções modernas, como IA e robótica, aos desafios do setor” — Yuri Nekan, cientista da computação, líder de Desenvolvimento de TI na Mútua e egresso da Unifor
Para ele, a experiência com a Unifor foi decisiva para a formação acadêmica sólida, a pesquisa e a inovação. A vivência com iniciativas práticas desde a graduação o ajudou a construir a base que atualmente sustenta sua atuação como líder em projetos de alta complexidade tecnológica.
A parceria entre os dois egressos da Unifor reforça o poder do networking acadêmico aliado à visão empreendedora, um diferencial competitivo que, cada vez mais, define um sucesso na aplicação prática da ciência.
Desafios e soluções para o futuro
Uma das principais barreiras enfrentadas no desenvolvimento do Apollo é o alto custo do equipamento, somado à ausência de softwares específicos para aplicação na engenharia civil. Sem soluções prontas no mercado, a equipe teve que construir grande parte do sistema do zero, integrando tecnologias como Python, Gemini (IA do Google) e a inteligência artificial embarcada pela própria Unitree.
Emanuel reforça a importância de pensar soluções tecnológicas com foco setorial: “Hoje usamos modelos de IA genéricos para gerar relatórios técnicos. Por que não criar uma LLM [Large Language Model] voltada só para engenharia? Já deixo essa provocação para os engenheiros que estão pensando em empreender na área”.
Apesar dos desafios técnicos, o Apollo também tem gerado grande interesse e reações curiosas em eventos e demonstrações públicas. Por sua aparência e movimentos semelhantes aos de um cachorro real, muitas pessoas interagem com o robô de forma afetiva, tiram fotos, acariciam, pedem a “pata” e demonstram curiosidade sobre seu funcionamento.
“No começo as pessoas se assustam, mas depois se acostumam e passam a interagir de forma lúdica. Isso ajuda a quebrar a barreira com a tecnologia”, relata Emanuel, destacando como o aspecto humanizado do robô também contribui para aproximar o público da inovação.
O Apollo CyberDog é um indício de como uma formação acadêmica de excelência, aliada ao espírito inovador, pode gerar transformações reais na sociedade. Mais do que um projeto tecnológico, ele simboliza o protagonismo de profissionais que pensam à frente, aplicando conhecimento com criatividade e propósito.
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