seg, 27 janeiro 2025 15:42
Curso de Psicologia inova com cartilha lúdica para explicar áreas da profissão
Desenvolvida pelos alunos do primeiro semestre, o produto conta a história do “Caju”
A Universidade de Fortaleza, instituição mantida pela Fundação Edson Queiroz, destaca-se pela maneira inovadora de formar seus alunos. Um exemplo disso é o lançamento da cartilha Cajuterapia, uma iniciativa do curso de Psicologia.
Desenvolvido pelos estudantes do primeiro semestre, o produto une aprendizado teórico e prático, trazendo uma abordagem lúdica para explicar as diversas áreas de atuação dos psicólogos. Esse formato torna o conteúdo acessível e atrativo para públicos de diferentes idades e contextos.
“A cartilha é uma apresentação da psicologia e também um produto de extensão curricular, que é um dos focos da Unifor. Dessa forma, a Universidade incentiva os alunos, os professores e todo mundo a se envolver nessas atividades”, explica a psicóloga Márcia Alves, docente do curso de Psicologia que orientou o projeto.
Criando a Cajuterapia
Márcia explica que a motivação para a criação da cartilha surgiu dentro da disciplina Psicologia, Ciência e Profissão, oferecida no primeiro semestre. O objetivo da matéria é introduzir os alunos à história da psicologia, suas principais teorias e áreas de atuação. “A ideia é fazer com que o conhecimento que as pessoas estão tendo na disciplina seja levado às pessoas da comunidade, ou seja, extramuros, [fora da] sala de aula e [do] curso de Psicologia”, enfatiza a professora.
A construção da cartilha foi um processo colaborativo, que envolveu o trabalho conjunto de várias turmas, com a contribuição ativa dos estudantes. Para Vicente Buccarini, aluno do 2º semestre, o produto visa apresentar algumas áreas da psicologia de maneira simples e humorada.
Segundo Vicente, a ideia inicial do projeto surgiu da observação de um cajueiro próximo ao campus. “E se eu fosse o caju e estivesse perto de um bloco de uma universidade? O que eu faria?”, questionou, marcando o início de um processo criativo e colaborativo.
“A principal ideia era executar um projeto no qual as crianças pudessem interagir de alguma forma. Meio que a nossa infância é responsável por deixar rastros de quem somos hoje, então tudo que fosse direcionado a uma criança atingiria qualquer um que se propusesse a ler com atenção” — Vicente Buccarini, estudante do curso de Psicologia
O desenvolvimento da cartilha não foi um caminho linear. Vicente destaca que o trabalho em equipe foi fundamental, com cada aluno contribuindo com suas habilidades. Ele, por exemplo, ficou responsável pela diagramação e edição do projeto, enquanto outros se envolveram nas diversas etapas, como textos e ilustrações. “Ficamos madrugadas em ligação no [Google] Meet para fazer a história se encaixar com toda a proposta”, relata.
Para o estudante David Saraiva, a criação da cartilha Cajuterapia foi uma experiência diferente. Normalmente, o formato desse tipo de produto é mais formal e objetivo, mas a turma trabalhou com uma abordagem inovadora, transformando esse produto em uma narrativa mais lúdica.
Inspirados por clássicos como “O Pequeno Príncipe”, o grupo de alunos decidiu contar uma história, atribuindo a cada especialidade da Psicologia uma representação simbólica, como animais ou objetos vivos. O trabalho foi dividido em equipes focadas em diferentes aspectos da cartilha, como texto, arte e diagramação, com supervisão da monitora Raquel.
“Eu escrevi a história com a ajuda do resto da equipe de texto e, depois que terminamos, senti que o trabalho realmente ganhou vida”, relata o aluno.
Para David, que tem experiência em jornalismo e escrita, as narrativas e os personagens facilitam a compreensão de conceitos na psicologia. Ele explica que contar histórias permite uma conexão mais profunda com o público, indo além dos fatos.
“Quando você conta uma história, você consegue trazer mais do que apenas fatos, consegue conectar o espectador com aquilo que você está dizendo. A narrativa e os personagens trazem simbologias, perspectivas e consegue relacionar um mundo de ideias com o leitor. É uma coisa que fazemos muito com crianças, através das fábulas e contos de fadas, mas a verdade é que é algo que aplicamos à nossa vida inteira” — David Saraiva, estudante do curso de Psicologia
Dessa forma, observa-se, nos personagens do projeto, um reflexo profundo dos processos de autoreflexão inerentes à psicoterapia. Na obra, o símbolo da poça de água representa a jornada de introspecção, enquanto a coruja, associada ao conhecimento, ilustra a atuação da psicologia escolar. Além disso, a narrativa é apresentada pela perspectiva de Caju, um indivíduo que, diante do assombro causado pelo mundo, encontra acolhimento na figura que personifica a psicologia.
Visando atingir um público mais amplo, a cartilha é ofertada em diferentes formatos, como áudio e texto, enriquecendo sua acessibilidade e compreensão. David menciona que diferentes públicos se conectam de maneiras variadas com os formatos apresentados, permitindo que tanto crianças quanto pessoas com deficiência visual possam apreciar a obra.
Ana Raquel Melo, aluna do 3º semestre de Psicologia e monitora da disciplina, destaca também que atividades como essa estimulam o trabalho em equipe, resultando em uma dinâmica mais rica e humanizada.
“Essa colaboração intensa entre os alunos gera um leque amplo de ideias e contribui para uma formação mais integrada e comprometida com as demandas sociais, características essenciais para futuros profissionais da psicologia”, explica a estudante.
“Atividades como essa estimulam muito o trabalho em equipe, o que possibilita um número bem grande de ideias, resultando em um trabalho mais dinâmico e humanizado” — Ana Raquel Melo, aluna do curso de Psicologia e monitora da disciplina de Psicologia, Ciência e Profissão
Psicologia para além da profissão
Para Márcia Alves, responsável pela disciplina Psicologia, Ciência e Profissão, o projeto de realização da cartilha vem sendo desenvolvido desde 2022. “A cada semestre, novas turmas criam uma cartilha, com conteúdo e construção artística totalmente elaborados pelos alunos”, explica.
Neste semestre, a turma da manhã se destacou pela criatividade e envolvimento. A professora enfatiza que as aulas são sempre dinâmicas, utilizando metodologias ativas e promovendo a interação dos alunos. Essa abordagem criativa facilita a sensibilização dos discentes sobre os temas abordados e também permite que eles compartilhem seu conhecimento com o público.
“Os alunos se envolvem muito, se colocam na narrativa, já que acreditamos que esse método é uma forma deles, de fato, conseguirem se sensibilizar com os temas. Então, foi um trabalho muito coletivo, com muita dedicação e repertório que os estudantes traziam das suas vidas e das suas histórias. Mas o mais bonito de tudo é que eles se inspiraram no próprio campus da Unifor” — Márcia Alves, professora do curso de Psicologia
A abordagem da graduação, segundo a docente, é centrada na criatividade e na conexão emocional com os conteúdos. Essa metodologia ativa tem proporcionado aprendizagens significativas, com muitos alunos se recordando das experiências e do aprendizado ao longo dos anos.
Márcia também ressalta o suporte da coordenação do curso e de outros Centros da Universidade, como o Centro de Ciências da Comunicação e Gestão (CCG), que disponibiliza recursos como laboratórios e equipamentos. Esse apoio é fundamental para motivar os alunos e enriquecer suas experiências acadêmicas, fazendo com que se sintam estimulados e encantados com as oportunidades que a Unifor oferece.
“Com certeza são coisas inesquecíveis essas situações de aprendizagem que a gente vem trabalhando. Eu, pessoalmente, sempre utilizei essas metodologias. Dessa forma, já trabalhamos com dramatizações, com personificações, e percebemos que, ao longo dos anos, aquilo que foi aprendido pelos estudantes perdura”, ressalta.
Psicologia na Melhor!
O curso de Psicologia da Unifor se destaca por sua abordagem inovadora que integra teoria e prática desde o primeiro semestre. Esse modelo de ensino promove a aplicação prática dos conteúdos aprendidos em sala de aula, permitindo que os alunos desenvolvam competências profissionais desde o início da graduação.
A coordenadora do curso, Noália Araújo, ressalta que a realização de projetos como a Cajuterapia estimula a criatividade dos alunos e os engaja em uma experiência real e significativa que os prepara para os desafios da profissão.
“Essa abordagem ativa proporciona aos estudantes benefícios significativos, como a aplicação prática dos conteúdos aprendidos em sala de aula, o desenvolvimento de competências profissionais desde cedo, o estímulo à criatividade e à solução de problemas”, afirma a professora.
A estrutura didático-pedagógica inovadora articula teoria, prática e pesquisa ao longo da graduação. Além disso, a Unifor possui uma tradição em pesquisa, com um corpo docente altamente qualificado, composto por professores pesquisadores que integram o Programa de Pós-Graduação em Psicologia (PPGP).
Outro aspecto relevante é a Mostra de Estágio Básico, um evento que destaca o trabalho dos alunos nas disciplinas de estágio. Essa iniciativa conecta a comunidade acadêmica e o público externo, promovendo visibilidade aos projetos realizados e incentivando a integração com a prática profissional.
“Esses diferenciais tornam o curso da Unifor um modelo de formação ativa e inovadora, alinhado às demandas contemporâneas da psicologia”, complementa Noália.
Serviço
Cartilha “Cajuterapia”
Acesse a cartilha por meio deste link
Para acessar a versão em áudio da história, escute aqui