Evento virtual de Psicologia traz arte e afeto durante as madrugadas da quarentena
O “@lokando na Madrugada” promove espaço de fala, escuta e acolhimento para quem mudou a rotina durante o isolamento social. Próxima edição acontece dia 14/06, madrugada deste domingo.
Durante o período de isolamento social é recorrente ouvir relatos da mudança de rotina afetando a vida das pessoas e de como os horários e tarefas precisaram se reorganizar ao longo do dia. Dentre essas mudanças, usar a madrugada para resolver assuntos se tornou a realidade de alguns.
É o que aponta a psicóloga e psicanalista Sabrina Matos, professora do curso de Psicologia da Universidade de Fortaleza, instituição da Fundação Edson Queiroz. Ela conta que a ideia de realizar uma reunião durante a madrugada surgiu de uma conversa com os alunos sobre avaliação das aulas remotas.
“A insônia apareceu nas falas [dos alunos], assim como também a dificuldade de concentração durante o dia em função das diversas outras atividades – trabalho, filhos também tendo aulas, atividades domésticas etc. [Eles] relataram que somente nesse período do dia estavam conseguindo estudar com mais tranquilidade”, explica Sabrina.
Ela declara que apresentou a ideia e a colega Juçara Mapurunga, também professora do curso de Psicologia, aderiu à proposta. Assim, as duas organizaram o evento “@lokando na Madrugada”.
“Inventamos esse @lokando por acreditar, como diz o colega psicanalista Celso Gutfreid, que ‘a vida vinga enquanto há promessa de olhar e cumprimento de nova narração’. O @ é o símbolo do mundo online, assim como significa o objeto precioso, causa do nosso desejo para a psicanálise freudo-lacaniana, agamálticos os dois, pois indicadores dos modos de gozo da nossa era.” Sabrina Matos, professora do curso de Psicologia da Universidade de Fortaleza
A primeira edição do evento aconteceu no último dia 17 de maio e contou com a participação de diversos alunos e professores da Unifor. “Nesse evento teve música, poesia, literatura, psicanálise, filosofia e psicologia. Falamos sobre as coisas boas da vida, mas também abordamos o medo, as incertezas e as angústias elaboradas nesse contexto pandêmico”, conta a estudante de Psicologia Alian Rocha, 32 anos.
Alian revela também que essa troca de vivências foi uma oportunidade de fala, escuta e acolhida. “Como estudante, passar por essa experiência agregou conhecimento e me fez ter um novo olhar para esse momento que estamos vivenciando. Deparei-me com a impermanência da vida, com a imprevisibilidade, e estou fazendo uma auto análise de como isso pode ser importante para que possamos refletir sobre como estamos levando a nossa vida.
“Estamos tão acostumados a viver no automático, que às vezes não nos damos conta e isso me fez repensar a forma com que estou experienciando a minha vida. Sobre dar importância às coisas simples, desde brincar com as crianças, ensinar as tarefas, fazer uma receita especial etc. Além disso, evidenciou a importância da presença física, do coletivo, da afetividade, da amizade e do amor. Sinto-me felizarda por estar fazendo essas reflexões, o que me agregou como pessoa e futura profissional.” Alian Rocha, 31 anos, aluna do 4º semestre do curso de Psicologia.
Rotinas da madrugada
Caio Citó é aluno do curso de Psicologia e também revela ter mudado bastante sua rotina após o início da pandemia, tanto em relação às aulas virtuais quanto com a forma de se relacionar com o mundo externo. Ele conta que é difícil se concentrar com a movimentação na casa. Também revela que todos em sua casa trabalham remotamente, o que costuma provocar algumas instabilidades na conexão de internet.
“Como é tudo muito corrido durante o dia, a madrugada tem sido o momento mais calmo para me dedicar às leituras e aos estudos. A internet se estabiliza um pouco e consigo baixar meus PDFs, assistir às aulas que durante o dia não consegui e é bem mais calmo para fazer os trabalhos, atividades, provas e tudo mais", confessa Caio, que é monitor da disciplina "Teorias Psicológicas V", onde a ideia do evento surgiu. Para ele, "[mesmo na pandemia,] a madrugada segue mais ou menos da mesma forma: silenciosa, quieta, potente e produtiva”.
“[O evento] foi um espaço mesmo de nomear essa insônia tão falada, de ressignificar a madrugada e de, como dito no nosso banner de divulgação, sublimar o inominável da quarentena. Lendo os comentários vi que muita gente gostou desse momento de fala, de discutir, de conversar... Foi um encontro atravessado pelo afeto.” Caio Citó, 22 anos, aluno do 4º semestre do curso de Psicologia.
Serviço
@alokando na Madrugada
Domingo, 14 de junho de 2020
01h30 da manhã (madrugada de sábado para domingo)
Sala virtual no Google Meet. Acesse aqui.
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