Orgulho Unifor: Alunos lançam revista no 17º Congresso Brasileiro de Medicina de Família e Comunidade

seg, 9 outubro 2023 19:24

Orgulho Unifor: Alunos lançam revista no 17º Congresso Brasileiro de Medicina de Família e Comunidade

Produzida pela Liga Universitária de Palhaçoterapia e Humanização, a publicação retrata a influência da cultura e da arte na saúde primária


Estudantes do Centro de Ciências da Saúde da Unifor sobem ao palco do 17º CBMFC para lançamento da Revista Cura Cultura (Foto: Arquivo pessoal)
Estudantes do Centro de Ciências da Saúde da Unifor sobem ao palco do 17º CBMFC para lançamento da Revista Cura Cultura (Foto: Arquivo pessoal)

Uma vasta programação científica e cultural levou palestras, lançamento de livros, apresentações artísticas e outras ações para o 17° Congresso Nacional de Medicina de Família e Comunidade (CBMFC), que aconteceu em setembro. Entre as atividades, o evento contou também com a participação dos estudantes do Centro de Ciências da Saúde (CCS) da Universidade de Fortaleza, da Fundação Edson Queiroz. 

Os alunos da Liga Universitária de Palhaçoterapia e Humanização (LUPAH) da Unifor foram responsáveis pela elaboração da Revista Cura Cultura, que teve como mote a influência da cultura e da arte na saúde primária. O lançamento da publicação ocorreu durante a cerimônia de encerramento do Congresso, ficando disponível para acesso digital.

Vivências que inspiram

Segundo Mariana Bezerra, discente da graduação em Medicina da Unifor e coordenadora de pesquisa da LUPAH (ou Projeto Nariz, como também é conhecida), a produção da revista foi um convite do curador Rodrigo Tembiú e do presidente do CBMFC Roberto Maranhão. A chamada aconteceu por intermédio de Márcia Marinheiro, professora de Medicina da Universidade.

A docente acredita que a oportunidade foi uma experiência singular na formação dos alunos. “Foi maravilhoso ver o fruto desse desafio. Todo empenho envolvido, o trabalho em equipe compartilhando saberes e ampliando olhares através da arte, da cultura e da ciência com muita criatividade!”, celebra Márcia.


Mariana Bezerra discursa sobre projeto da revista Cultura Cura (Foto: Arquivo pessoal)

“A inspiração dos textos veio de acordo com as vivências que tínhamos. Em uma delas, me inspirei em fazer uma poesia sobre a população indígena, e eu nunca tinha escrito uma antes”, declara Mariana.

O Projeto Nariz pensa em expandir a revista a nível nacional, produzindo uma a cada congresso. Também estudam a ideia de fazer um programa com o auxílio da TV Unifor, canal universitário televisivo da Universidade de Fortaleza.

Conhecer e cuidar

A Medicina de Família e Comunidade é uma especialização feita após a graduação em medicina. Os profissionais que se capacitam para atuar nessa área têm sua principal frente na Atenção Primária à Saúde (APS). Eles são responsáveis por acompanhar todas as etapas da vida do paciente, desde o pré-natal, passando pela a idade adulta até os últimos momentos de vida.

“A especialidade foca em conhecer a pessoa em um todo, englobando família, hábitos e contexto em que o paciente vive, procurando viabilizar o tratamento e o acompanhamento”, destaca Mariana. Os atendimentos geralmente são realizados nos postos do Sistema Único de Saúde (SUS) e nas visitas domiciliares.

Relação entre cultura e saúde

Para a estudante de Medicina, as condutas podem mudar totalmente dependendo da cultura do paciente. A nível religioso, ela dá o exemplo de pessoas testemunhas de Jeová, que são contra transfusão sanguínea.

“De acordo com a ética médica, o paciente é soberano quanto a suas decisões e condutas que serão tomadas em seu tratamento, ou seja, deve-se respeitar a cultura do paciente e tentar associar isso ao seu tratamento”, explica a coordenadora de pesquisa.


“Vemos pessoas em contextos diferentes, com problemas diferentes. Não se trata um indígena da mesma forma em que eu penso em tratar um ribeirinho ou uma pessoa que mora em metrópole. Todos eles vivem contextos diferentes que afetam seus tratamentos e a conduta que podemos tomar em sua afecção, isso não pode ser esquecido”Mariana Bezerra, estudante de Medicina da Unifor

Mariana cita ainda outro exemplo de adequação do tratamento à cultura do sujeito. Segundo a jovem, estudos já demonstraram melhora de pacientes indígenas ao se substituírem as camas onde estavam sendo tratados por redes. “Isso era um fator menos estressor e associado ao cotidiano”, observa.

Projeto Nariz

O Projeto Nariz é uma liga universitária multidisciplinar do Centro de Ciências da Saúde (CCS) da Unifor que traz a humanização como principal pilar. Os estudantes que integram o grupo têm aulas, pesquisas e extensões voltadas a formar profissionais da saúde com um olhar sensível para questões humanas, que vão além do diagnóstico.

“Posso dizer, com todo o orgulho do mundo, que essa liga mudou minha formação. Estou nela desde o 1° semestre! Eles me ensinaram a me comunicar com mais tranquilidade, trabalharam minha empatia e até hoje me ensinam a ser uma líder”, relata Mariana.

A aluna conta que, juntamente com os colegas, fez um curso de capacitação que os habilitou a visitar hospitais como palhaçoterapeutas. “Somos doutores-palhaços, especialistas em diminuir a dor e o estresse dos pacientes nos hospitais. Lidamos com um dos momentos mais sensíveis que o ser humano passa, então é levado bastante a sério”, enfatiza.