ter, 12 outubro 2021 10:00
Professora Daniela Araújo, do CCT, transforma tecnologia em poesia
A docente é a segunda da série de entrevistas Gente que muda o mundo que está sendo publicada ao longo da semana do Dia do Professor
"Educação não transforma o mundo. Educação muda as pessoas. Pessoas transformam o mundo" (Paulo Freire)
Nem só de cálculos dependem os alicerces da formação de quem está na graduação dos cursos do Centro de Ciências Tecnológicas da Universidade de Fortaleza, da Fundação Edson Queiroz. Em meio às disciplinas que possibilitam um currículo diversificado para as carreiras de engenheiros e arquitetos, estão as ministradas pela professora Daniela Araújo Costa.
A docente conta que traz um pouco das próprias experiências de vida para dividir os aprendizados com os alunos. Nas aulas, busca subjetividades para exemplificar a importância do trabalho em equipe. E é assim que os graduandos são surpreendidos com vídeos de espetáculos dos artistas canadenses do Cirque du Soleil. Dessa forma, podem discutir como a magia entregue pelo espetáculo está relacionada ao árduo trabalho de planejamento de artistas e produtores.
A tridimensionalidade da obra de Sergio Camargo chama atenção da engenheira Daniela, que encontrou Tiffany, uma de suas alunas, estudante de Arquitetura e monitora no Espaço Cultural Unifor (Foto: Ares Soares)
Daniela está na docência há 25 anos e realiza pesquisas principalmente sobre gerenciamento de projetos, estratégia empresarial, empreendedorismo e certificações de qualidade. A segunda entrevistada da série Gente que muda o mundo, que está sendo publicada ao longo da semana do Dia do Professor pelo Unifor.br, contribui para mostrar a diversidade de docentes dos quatro centros de ciências da Unifor.
Esse projeto busca mostrar quem são os professores para além do ambiente da sala de aula e como as próprias experiências e ideias se relacionam com a escolha profissional que contribui para a formação dos graduandos. As docentes e os docentes entrevistados representam parte dos cerca de 1.300 que ensinam e aprendem diariamente na melhor universidade privada do Brasil, segundo o ranking Times Higher Education.
Daniela Araújo Costa é graduada em Engenharia Civil e mestre em Administração de Empresas. Começou na docência ministrando aulas de inglês para crianças e preparando adultos para certificações internacionais como testes da Universidade de Cambridge. Desde 2003 atua no ensino superior. Daniela se considera muito comunicativa e “alto astral”. Ler e ver filmes estão entre os principais passatempos. “Nas horas vagas adoro me divertir com meus dois filhos e esposo com atividades lúdicas como piquenique, cinema, teatro e contação de histórias”, conta a professora de graduandos da Engenharia e Arquitetura.
"Feliz é o professor que aprende ensinando.
A criatura humana pode ter qualidades e faculdades.
Podemos aperfeiçoar as duas".
(Cora Coralina, em trecho do poema Exaltação de Aninha - O professor)
O que a inspirou a se tornar professora?
Meu pai foi professor de cursinho e também na Unifor na década de 1970 e sempre achei maravilhosa a ideia de transmitir conhecimentos!
O que mais gosta de fazer no cotidiano fora da sala de aula e como isso se relaciona com o seu trabalho de educador?
Adoro ler e sempre sou curiosa para pesquisar novos assuntos, por exemplo, os temas mais inovadores de monografia que os alunos trazem. Acabo por pesquisar e aprender junto com eles!
Por favor, conte para a gente sobre uma aula diferente e empolgante para a turma, na qual trouxe um pouco das suas vivências/ saberes para abordar o conteúdo de forma inovadora.
Em uma ocasião, trouxe para os alunos um vídeo do Cirque du Soleil, mostrando toda a organização das equipes, todos os aspectos que exigiam um enorme planejamento para alcançar o resultado. Comparando todos esses elementos com um planejamento de obras civis, fazendo esse paralelo no qual um “espetáculo” é a entrega do projeto final para o cliente para que ele fique encantado!
Acho que os alunos da disciplina de planejamento de obras se surpreenderam positivamente por estarem assistindo por alguns minutos um vídeo de um circo. Foi diferente, inovador, surpreendente e gerou excelentes discussões!
O que mais gosta na sua profissão?
O fato de contribuir para a geração de conhecimentos a cada geração. É muito gratificante saber que fazemos parte da formação desses alunos. Além de ser muito instigante estar sempre se atualizando para trazer novidades para a sala de aula.
Como atuar na educação dialoga com seu desejo de contribuir para um mundo melhor?
Acho que o papel do professor vai muito além dos conhecimentos técnicos, a nossa experiência de vida e exemplos também ajudam a mostrar os valores que a sociedade como um todo deve buscar.
Qual é seu maior sonho em relação ao seu trabalho?
Ter sempre espaço para usar a criatividade para tornar a transmissão do conhecimento interessante. Também poder encontrar meus alunos bem realizados profissionalmente. Quando isso acontece, sinto-me muito feliz!
Conte-me sobre uma aula inesquecível (pode ser do ponto de vista de professora ou de você como aluna que viria a se tornar professora).
Uma aula diferente que se mostrou com excelente aceitação por parte dos alunos foi uma visita ao Parque Tecnológico da Unifor no bloco M – visitamos a empresa MOB TELECOM como parte da disciplina de empreendedorismo e inovação.
Os alunos prepararam uma série de perguntas e houve uma interação muito boa. Em outro momento, na sala, várias análises foram levantadas dentro do contexto de inovação e competitividade do mercado. Dessa forma pudemos realizar um alinhamento entre a teoria e a prática com um “case” real.
Como aluna sempre gostei das aulas de campo. Lembro-me de uma visita à ponte sobre o rio Acaraú que ajudou muito na compreensão da lógica da estrutura. Entendo que quanto mais aproximamos conteúdos teóricos com a prática melhores resultados alcançamos.
Que professor(a), autor(a), personalidade a inspira? Por quê?
Gosto da escritora Cora Coralina (pseudônimo de Anna Lins dos Guimarães Peixoto Bretas, poetisa e contista brasileira) que traz uma frase maravilhosa: “Feliz é o professor que aprende ensinando”. Entendo que sempre há o que aprender como os alunos. A troca é benéfica para quem transmite e recebe o conhecimento.
Há alguma frase, verso, música ou citação que tem muito significado para você? Qual?
Gosto da música “Dust in the Wind” (canção do grupo Kansas lançada no álbum Point of Know Return, de 1977, que foi regravada por Scorpions, Sarah Brightman, Lou Reed, Neil Diamond, entre outros artistas). Ela nos mostra que somos poeira ao vento, somente uma gota de água em um oceano infinito. Então vamos deixar algo nosso quando nos formos: os nossos aprendizados.
Como se imagina quando não estiver mais dando aulas?
Ajudando pessoas em projetos sociais principalmente em locais que apoiam crianças especiais. Senti na pele as dificuldades de inserir crianças “diferentes” na sociedade. Meu filho de 12 anos é autista e minha filha de 13 anos tem paralisia cerebral espástica (a paralisia cerebral se refere a um grupo de sintomas que engloba dificuldade de movimentação e rigidez muscular, espasticidade). Aprendi muito com eles e entendo que poderia ajudar muito outras pessoas repassando as minhas vivências.
Gente que muda o mundo - diversidade de aprendizados e saberes
Daniel Camurça (CCJ)
Daniel Camurça, historiador e professor do Centro de Ciências Jurídicas (CCJ). Urbano, ele adora andar pelas ruas, praças e cidades. É fã de séries e animações da cultura pop. Nas horas vagas gosta de cuidar de plantas e animais de estimação. Veja a entrevista completa e o vídeo aqui.
Daniela Araújo (CCT)
Daniela Araújo Costa (CCT) é graduada em Engenharia Civil e mestre em Administração de Empresas. Começou na docência ministrando aulas de inglês para crianças e preparando adultos para certificações internacionais como testes da Universidade de Cambridge. Desde 2003 atua no ensino superior. Daniela se considera muito comunicativa e “alto astral”. Ler e ver filmes estão entre os principais passatempos. Leia a entrevista na íntegra e veja o vídeo aqui.
Landsberg Costa (CCG)
O professor do Centro de Ciências da Comunicação e Gestão da Universidade de Fortaleza, Landsberg Costa, destaca “o poder transformador que a educação tem na vida das pessoas e como os professores podem ter o efeito catalisador dessa transformação”. Ele é o terceiro docente da série de entrevistas Gente que muda o mundo. Graduado em Administração de Empresas, Landsberg vibra ao ver os alunos demonstrando desenvoltura e aprendizado durante momentos do cotidiano, como em uma aula de campo. Veja toda a entrevista aqui.
Cristina Santiago (CCS)
Os movimentos ágeis das agulhas de crochê e os procedimentos delicados da Fisioterapia Dermatofuncional são comandados pelas mesmas mãos, as da docente do Centro de Ciências da Saúde, Cristina Santiago. Graduada em Fisioterapia e mestre em Saúde Coletiva, Cristina tem colorido a vida com as linhas utilizadas em trabalhos manuais. Leia a entrevista na íntegra e assista ao vídeo aqui.
Armando da Costa Júnior (CCJ)
A banda Inimputáveis traz no vocal um advogado criminalista. Seja ao cantar as letras de bandas como Charlie Brown Jr, participar do Tribunal de Júri ou lecionar, o professor Armando da Costa Júnior atua com intensidade. “Por causa dos meus dois metros, as pessoas costumam me chamar de Armandão. Além de professor, sou advogado criminalista. São duas profissões que exerço com enorme paixão”, conta. Veja a entrevista inteira aqui.
Pedro Boaventura (CCT)
O arquiteto e urbanista Pedro Boaventura dá aulas há quase três décadas. Também gosta de desenhar, fazer maquetes e objetos, cuidar das plantas e dedilhar no teclado. Pedro ama ser ponte para o aprendizado e possibilitar que os alunos caminhem em direção à descoberta de talentos e à consolidação de saberes. Leia mais aqui.
Mariana Fontenele (CCG)
As palavras e as imagens perpassam o fazer da professora Mariana Fontenele, do Centro de Ciências da Comunicação e Gestão (CCG), dentro e fora da sala de aula. Com os alunos das graduações em Jornalismo e em Publicidade e Propaganda, a literatura e o cinema também são inspirações para o processo ensino-aprendizagem. Os livros também são uma “paixão” quando Mariana está fora da Universidade de Fortaleza. Leia toda a entrevista e veja o vídeo aqui.
Lívia Andrade (CCS)
O olhar atento para a Saúde e para a Educação requer que acolhimento e empatia acompanhem a técnica. É dessa forma que ser enfermeira e ser professora são linhas que se cruzam na trajetória da docente do Centro de Ciências da Saúde da Universidade de Fortaleza, Lívia Andrade. Além de atuar na graduação de Enfermagem, na orientação na Liga de Estudos sobre Violências e Acidentes e na coordenação da Pós-graduação (Lato Sensu), ela também gosta de atividades físicas e de viajar. A entrevista completa está disponível aqui.