null Eleições 2022: Entenda mais sobre os cargos que concorrem ao pleito

Seg, 3 Outubro 2022 16:07

Eleições 2022: Entenda mais sobre os cargos que concorrem ao pleito

Neste ano, os eleitores escolhem representantes estaduais e federais para os poderes Legislativo e Executivo


A eleição é um importante instrumento democrático, que tem como base a representação popular (Foto: Getty Images)
A eleição é um importante instrumento democrático, que tem como base a representação popular (Foto: Getty Images)

No último domingo, 2 de outubro, aconteceu o primeiro turno de um conhecido movimento democrático, as eleições diretas. Cidadãos eleitores de todo o País foram às urnas escolher os representantes que vão assumir, nos próximos anos, cargos dos poderes Legislativo e Executivo em âmbito estadual e federal.

Na história recente do Brasil, o processo eleitoral é uma realidade desde a implementação da Nova República, partindo da redemocratização que aconteceu após o período da Ditadura Militar (1964-1985). Como modelo de governança, foi adotado o presidencialismo – previsto na Constituição de 1988 e confirmado em 1993, após a realização de um plebiscito nacional.

O sistema presidencialista pressupõe que as funções do chefe de Estado e do chefe de Governo estejam concentradas em uma única figura: o presidente, cuja eleição é pelo voto direto e independente dos membros do Congresso Nacional.

Vale ressaltar que o Brasil, desde sua independência em 1889, é uma República Federativa. Ou seja, os estados têm certa autonomia, com Executivo e Legislativo próprios.


“Esse sistema, ainda que sujeito à críticas, tenha dilemas e apresente fragilidades, é responsável pelo período mais longo de estabilidade institucional da era republicana. Além disso, há uma cultura presidencialista nos países que integram as três Américas”Rômulo Leitão, docente do Centro de Ciências Jurídicas (CCJ) da Unifor

Em 2022, os brasileiros estão definindo a composição da Câmara Federal e das Câmaras Estaduais. Além disso, escolherão o chefe do Governo Federal e quem ocupará os cargos dos Executivos estaduais.

Para entender melhor como funcionam as responsabilidades de cada um desses postos políticos, conversamos com Rômulo Leitão, docente do curso de Direito e do Programa de Pós-Graduação em Direito (PPGD) da Universidade de Fortaleza – mantida pela Fundação Edson QueirozConfira a seguir.

Legislativo

O Poder Legislativo compreende a elaboração e aprovação de leis e emendas constitucionais, além da fiscalização dos demais poderes constituídos, inclusive por intermédio de Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs). Para ocupar essas funções, os eleitores vão eleger deputados estaduais, deputados federais e senadores. 

Os deputados estaduais compõem as Assembleias Legislativas. Com mandato de quatro anos, eles são representantes dos estados brasileiros e responsáveis por apresentar projetos de lei e emendas à constituição estadual. Além disso, fiscalizam e votam projetos encaminhados pelo governador. Cada estado da federação tem de 24 a 94 deputados estaduais, que é proporcional ao número de eleitores das unidades.


A Assembléia Legislativa do Ceará é composta por 46 deputados eleitos pelo voto direto da população (Foto: ALECE)

Já os deputados federais compõem a Câmara Federal. Com mandato de quatro anos, eles exercem um papel similar aos deputados estaduais, mas a nível nacional. Além de legislar propondo e discutindo leis, fiscalizam ações do poder Executivo – presidente da república e seus ministros.  No total, a Câmara Federal é composta por 513 deputados federais

Os senadores compõem o Senado Federal. Com mandato de oito anos, eles representam seus respectivos estados. Atuam de forma complementar aos deputados federais, revisando seus projetos e criando novas leis. Eles também fiscalizam e aprovam autoridades indicadas pelo Executivo para diversos cargos.  Ao todo, são 81 senadores eleitos, três por estado. 

Executivo 

A função do Poder Executivo é de colocar em prática as políticas públicas previstas em legislação previamente aprovada, notadamente da lei orçamentária enviada e validada no Parlamento. Para ocupar essa função, os eleitores vão eleger governadores e o presidente.

Os governadores representam a administração estadual. Com mandato de quatro anos, eles gerem o desenvolvimento de seus respectivos estados, atuando de forma direta em áreas como educação e segurança. Além disso, podem propor projetos e sancionar ou barrar leis originadas dos deputados estaduais. No Brasil, existem 27 governadores, que correspondem aos 26 estados e o Distrito Federal.


O parlamento brasileiro é conhecido como o Congresso Nacional, constituído pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal (Foto: Getty Images)

Já o presidente reúne as funções do chefe de Estado e do chefe de Governo. Com mandato de quatro anos, ele é a autoridade máxima do país e o responsável por conduzir administrativamente a nação visando áreas estratégicas, como saúde e economia.

Esse dirigente nacional é também considerado comandante-chefe das Forças Armadas e tem a função de nomear os representantes dos Ministérios. Além disso, pode propor leis ao congresso e sancionar, ou barrar, projetos originados pelos deputados federais e senadores.

Relação entre os poderes  

Para o funcionamento adequado do sistema político brasileiro, a Constituição Federal determina que a relação entre os poderes deve ser de independência e harmonia. Neste cenário é apresentado o terceiro poder: o Judiciário.

Esta esfera exerce a função jurisdicional, que é a aplicação do direito aos casos concretos levados ao conhecimento de juízes e tribunais. Possui ainda a relevante atribuição de controlar a constitucionalidade das leis e atos normativos.

Assim, os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário devem atuar de forma autônoma, sem interferência direta entre eles, mas dialogando entre si. 

“É de grande importância que assim seja o relacionamento entre os poderes na busca de atingir os objetivos da República: construir uma sociedade livre, justa e solidária; garantir o desenvolvimento nacional; erradicar a pobreza e a marginalização, e reduzir as desigualdades sociais e regionais; promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação”

Rômulo Leitão, docente do Centro de Ciências Jurídicas (CCJ) da Unifor